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B R O O K E  A D A M S

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B R O O K E  A D A M S

Suspiro pesadamente, deixando que o vento gelado que circula pelo campus invada os meus pulmões em uma tentativa frustrada de me acalmar. 

Estou nervosa. 

Muito nervosa.

É tudo novo para mim. Londres é grande demais e as pessoas aqui parecem tão… Antipáticas…? As garotas me olham, fazendo questão de analisar minuciosamente as roupas que estou vestindo e, sinceramente, eu não sei o que há de errado. Eu até lavei o cabelo hoje

— O campus é grande — meu pai comenta, fazendo-me prestar atenção nele.

Assinto e verifico o meu celular pela milésima vez. Como antes, ainda não há nenhum sinal de Christian e isso, involuntariamente, faz com que eu me sinta frustrada. 

Detesto atrasos.  

— Tudo aqui é grande, pai. Eu tenho medo de não conseguir — suspiro triste.

— Não precisa ter medo, querida. — Beija a minha testa. — Você é ótima. Ganhou uma bolsa integral para cursar medicina em uma das melhores faculdades de Londres. —

Sorri grande, orgulhoso. — Isso só mostra o quão capaz você é. 

Ouvir alguém dizendo isso em voz alta me apavora. 

Antes, na pequena cidade em que eu morava, as minhas notas sempre eram as mais altas, eu sempre me destacava, mas sempre achei que o ensino era fraco e que esse era o único motivo de eu conseguir tais feitos. Porém, aqui é tudo diferente e eu, realmente, não sei o que esperar.

— Eu te amo. E vou sentir muito a sua falta.

Um sorriso caloroso escapa de seus lábios enquanto, sem que o meu pai consiga evitar, as suas grandes órbitas cinzas brilham. Há um misto de felicidade e tristeza em seus olhos. 

— Não vai nada. Depois que passar a ver o Christian todos os dias vai esquecer que tem pai. — Faz drama, revirando os olhos em desdém, numa clara brincadeira.

— Sem drama, pai — digo, dando uma risadinha.

Ele ri e me abraça apertado. 

A verdade é que me sinto mal por deixá-lo sozinho. Desde o dia em que eu nasci, sempre fomos somente eu e ele em nossa casinha aconchegante em Rye.  

— Estou atrasado? — ouço a voz do meu namorado, o que me faz soltar o meu pai para olhá-lo.

O garoto usa óculos escuros, tampando, por algum motivo, os seus belos olhos azuis, enquanto está completamente vestido de preto. Ele está claramente diferente do que costumava ser quando ainda morávamos na mesma cidade. 

STORM (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora