Pode Falar

327 21 0
                                    

P.O.V. Lauren

- Andamos até a praia – que estava praticamente vazia – e começamos a caminhar na areia, mas quando chegamos a um determinado ponto, Camila me para.

- O que foi? – Pergunto.

- Eu preciso que você coloque isso. – Tira uma venda do bolso.

- Camila... – Hesito.

- Não vai se arrepender, coloca, por favor! – Pede e eu suspiro.

- Tudo bem. – Camila coloca a venda em mim. – Amor, eu vou cair. – Falo e me agarro nela, que começa a rir.

- Calma, Lo. Eu tô te segurando, você não vai cair. – Me abraça pela cintura.

Começamos a andar na areia e eu estava toda torta enquanto Camila me segurava ainda pela cintura. Acho que se alguém estivesse vendo isso, com certeza estaria rindo da gente.

Não andamos muito, pois Camila parou de andar minutos depois.

- Chegamos? – Pergunto.

- Sim, mas não tira a venda agora. – Fala e eu assinto. – Eu quero te dizer umas coisas... – Percebo que ela está nervosa.

- Ei, não precisa ficar nervosa. – Procuro por sua mão e a seguro. – Pode falar... – A ouço respirar fundo.

- Desde o dia em que eu vi você entrar naquela escola e cair em meus braços eu soube que você iria mudar a minha vida, e você mudou. Quando você foi embora eu sofri muito, foi naquele tempo que eu descobri que te amava muito. – Fala e eu já me encontro a chorar. – Depois que você voltou e começamos a namorar eu me senti completa, como se eu não precisasse de mais nada na vida além de você e eu realmente só preciso de você para ser feliz. Então eu quero saber se você... – Sinto a venda ser puxada do meu rosto e abro os olhos. – Quer casar comigo? – Camila estava abaixada na minha frente segurando uma caixinha com alianças dentro.

- Ai meu Deus! – Coloca a mão na boca.

- Olha, se você não quiser... – A interrompo.

- Amor, lógico que eu quero me casar com você! – Exclamo nervosa.

Ela se levanta e coloca o anel em meu dedo, nós estávamos chorando e com as mãos trêmulas, o que dificultou a ação. Pego o outro anel e coloco em seu dedo.

Nos aproximamos e eu pego seu rosto com as duas mãos enquanto as mãos de Camila se apossam da minha cintura. Observo todos os traços do seu rosto, seus olhos vermelhos por conta do choro...

Junto nossos lábios e sinto um arrepio percorrer meu corpo.

Separamos o beijo com selinhos e juntamos as testas.

- Eu te amo tanto... – Falo.

- Te amo de mais. – Me dá um selinho.

- Amor, isso tá muito lindo... – Falo observando o local com mais atenção. Havia velas na areia formando um coração e dentro dele fotos nossas. Me abaixo e fico admirando todas as fotos, lembrando de cada momento ali representado. – Como você fez isso? – Pergunto.

- Digamos que eu tive uma ajudinha do Paulo. – Fala rindo e eu me levanto. – Tem mais uma coisa que eu quero te mostrar. – Ergo as sobrancelhas.

- Algo mais? O que é? – Pergunto.

- Tá vendo aquela lancha ali? – Aponta para uma lancha ancorada no mar e eu assinto. – É toda nossa. – Fala e eu a olho sem acreditar.

- Sério? – Pergunto entusiasmada.

- Aham. – Responde e eu a abraço.

- Você não existe. – Falo abafado por estar com o rosto em seu pescoço.

- Existo sim e daqui a pouco eu vou te mostrar. – Sussurra em meu ouvido.

- Mal posso esperar. – Provoco e ela sorri.

- Vamos pra lá porque já está tarde. – Fala e vamos até o píer.

Entramos na lancha e Camila vai até a condução da embarcação.

- Você saber conduzir isso aqui? – Pergunto.

- Sei, o Paulo me ensinou. – Responde, liga o motor e conduz a lancha.

- Quando foi que ele te ensinou? – Pergunto desconfiada.

Camila ancora a lancha não muito longe da praia.

- Lembra que ontem eu saí sem você saber? – Assinto. – Então, ontem foi quando eu organizei tudo isso. – Me abraça por trás e beija meu pescoço. – Tem vinho, quer?

- Uhum. – Murmuro.

- Fica aí um pouquinho que eu vou pegar. – Me dá um selinho e vai até a pequena cozinha presente no local. Enquanto isso, me sento em uma poltrona e fico observando o céu. A noite estava estrelada, a lua linda, tudo estava perfeito...

Camila volta segurando duas taças de vinho e me dá uma, ela se senta ao meu lado e sorri para mim. Me perco em seu sorriso por alguns segundos até que sou retirada do meu transe por ela.

- Estou ficando desidratada... – Brinca.

- Para de ser besta! – Rimos.

De Repente LésbicaOnde histórias criam vida. Descubra agora