Seu Desgraçado!

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P.O.V. Camila

- Não! – Grito quando vejo Matthew mirar e atirar em Lauren.

A vejo cair em câmera lenta e em seguida Matthew também se encontra caído. Ai meu Deus, tiraram nele também.

Corre até a Lauren e caio de joelhos ao seu lado.

- Acabou. – A Tenente Pappalardo informa aos policiais.

- Temos dois feridos, chamem a ambulância! – Keana ordena.

Lauren está desacordada e pálida, ao ver isso, entro em desespero. Lágrimas banham meu rosto e caem no corpo dela.

- Lauren! – Toco em seu rosto com minhas mãos trêmulas. – Amor, acorda, por favor! – O chão do local já reconhecido por mim se encontra banhado em sangue. Eu vivi meus melhores momentos nessa escola e agora estou vivendo o pior também.

Ouço uma risada seguida por tosse e meu olhar segue o som, encontrando Matthew sorrindo. A bala havia atingido seu peito, o ferimento estava muito feio.

- Eu falei pra ela que iria fazer da vida dela um inferno. – Tosse. – E eu cumpri minha promessa. – Fala um pouco mais fraco. – Eu matei a Lauren, a história de vocês começou aqui e eu acabo com ela aqui.

- Seu desgraçado! – Exclamo e ele sorri.

- Com muito orgulho. – Fala e seus olhos se fecham.

- Ele está morto. – A Tenente fala. – Eu atirei bem no peito, não é fácil se salvar de uma dessa.

A sirene da ambulância se torna audível e em poucos instantes me vejo tentando ser afastada da Lauren pelos enfermeiros.

- Senhora, por favor! – Uma enfermeira tenta tenta me convencer a me afastar.

- Não! Eu não posso deixar ela sozinha... – Falo desesperada.

Keana, que até então não estava no mesmo andar que eu, se aproxima.

- Camila, deixe eles ao menos colocarem a Lauren dentro da ambulância, certo? – Pergunta.

- Eu não posso deixar ela sozinha, Keana. -Choro mais e foco meu olhar e em minhas roupas e mãos sujas de sangue.

- Você vai com ela para o hospital, ok? – Não respondo, pois não consigo desfocar do sangue. – Camila?

- T-tá tudo bem. – Concordo.

Os médicos e enfermeiros pegam a Lauren e descem as escadas com ela. Os sigo e vejo eles colocarem ela dentro da ambulância.

- Vai lá. – Keana fala e eu corro até o veículo.

Quando estou prestes a entrar na ambulância, um enfermeiro me para.

- Você não pode ir. – Ele fala.

- Como assim? Ela é minha noiva! – Fico nervosa.

- Mas você não foi autorizada. – Responde arrogante.

- Ela vai acompanhar a noiva dela sim. – Pappalardo afirma de maneira intimidante. – Algum problema?

- É... Não, nenhum. – O enfermeiro fala sem graça. – Pode entrar, senhora. – Sorrio sem mostrar os dentes para a tenente e ela retribui.

Entro na ambulância e sento no banco, me aproximo de Lauren e seguro sua mão. Fico tão imersa em meus pensamentos que nem percebo o momento em que chegamos no hospital, que é o mesmo em que trabalhamos. O que me faz voltar à realidade é a ausência da mão da Lauren na minha, já que os médicos estavam a preparando para a saída do veículo.

Saio do carro e me encaminho à sala de espera, já que eu não poderia acompanhá-la a partir dali.

Sento em uma das cadeiras ali presentes e tento cair na real. Novamente, meu olhar cai para minhas mãos sujas de sangue, agora se misturando com minhas lágrimas. Esse é o sangue do amor da minha vida, da minha futura esposa. Há alguns dias, eu estava pedindo ela em casamento, nós estávamos curtindo nossas férias, estávamos felizes... Mas agora Lauren foi baleada e está correndo risco de vida. Eu realmente estou vivendo um pesadelo.

A porta é aberta e olho para a mesma. São as meninas, elas estão com Chris e meus pais. Minha mãe corre até mim e me abraça. O processo se repete com todos.

- Nós já sabemos o que houve, mi hija. – Minha mãe fala.

- Que bom que está bem, por um momento eu achei que iria te perder. – Papa fala.

- Eu estou aqui... mas a minha alma está lá com ela. – Me refiro à Lauren.

- Calma, vai dar tudo certo. A Lauren é forte. – Lucy fala.

Chris e Taylor permaneceram quietos, acho que assim como eu, ainda estão processando o que aconteceu.

A porta é aberta novamente e Vero entra. Todos nós levantamos.

- Eu sou a médica responsável pela Lauren. – Vero informa.

- Como ela está, Vero? – Pergunto.

- Então...

De Repente LésbicaOnde histórias criam vida. Descubra agora