O Cometa Jeon Jeongguk [FINAL]

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Depois daquele dia na cabine, Taehyung e eu ficamos notoriamente mais próximos. Eu não sabia ao certo se havia algum relacionamento de fato entre nós, já que não houve pedidos de namoro ou declarações de amor. Era somente eu e ele trocando beijos no final do seu expediente e também fazendo sexo mais algumas vezes. Ficamos nessa há mais ou menos duas semanas.

O problema era que em nenhum momento, mesmo depois de termos feito sexo e de estarmos teoricamente juntos ㅡ mas não realmente juntos ㅡ, nem por um ou dois segundos, em nem uma piscada de olhos a aura dele mudou de cor. Não oscilou, sequer trocou de tom. Taehyung estava apenas negro, como sempre esteve desde que eu o conhecera e seu frio continuava tão frio quanto antes. Ele só ficava quente durante a transa.

Aquilo me deixava de certa forma bem mau, porque eu não sabia de que outra maneira iria o ajudar. Não sabia mais o que fazer para que sua aura voltasse ao normal e aquilo me deixava louco. Eu me sentia totalmente incapaz de poder trazer felicidade para Taehyung e eu sentia como aquilo me deixava triste.

Não só eu, mas o tatuador também parecia ainda mais para baixo agora. Me perguntava a todo momento se a culpa era minha, se eu tinha feito algo de errado ou falado algo que não deveria. Eu tinha medo de magoar ele, porque ele era tão frágil quanto uma porcelana. Eu tinha medo de quebrá-lo mais ainda, porque ele já estava rachado.

Mas eu não iria desistir. Eu iria tentar fazê-lo feliz, eu tinha que conseguir isso pelo bem dele. Por isso naquele dia eu tinha passado um pouco de maquiagem para parecer mais bonito, havia arrumado melhor o meu cabelo e comprado um bolo de limão junto ao seu mocaccino. Havia comprado um álbum do Green Day, porque eu sabia que ele gostava e que ouviríamos ele em um looping durante a tarde inteira.

No entanto assim que eu cheguei frente ao prédio do seu estúdio, o que eu vi não foram somente os bêbados de sempre no andar debaixo ou a escada vazia e empoeirada, o que eu vi foram as sirenes vermelhas de uma ambulância piscando e os homens do bar curiosos olhando em direção da escada. O que eu vi foram alguns dos vizinhos se aproximando ao mesmo tempo que eu para saber o que tinha acontecido. O que eu vi em mim mesmo foi o desesperado.

No ímpeto eu acabei jogando tudo o que tinha em mãos no chão, minhas pernas não se controlaram em ficar no mesmo lugar e correram até a escada, subindo-a tão apressadamente que quase tropecei. Eu conseguia sentir um enorme desespero dentro de mim, um medo gigante do que poderia ter acontecido.

E como eu imaginei, os socorristas estavam dentro do estúdio, prestes a sair enquanto carregavam uma maca. Eu me mantive paralisado, sentindo o meu coração doer enquanto minha mente repetia um milhão de vezes que aquilo não poderia estar acontecendo. Repetindo constantemente que não era Taehyung quem estava sentado naquela maca, entretanto assim que os paramédicos passaram pelo meu lado para descer por aquela escada, eu pude ver com clareza.

ㅡ O que aconteceu? ㅡ eu perguntei desesperado, enquanto os seguia.

Mas eles estavam falando entre si sobre alguma coisa a respeito da saúde do tatuador que eu não conseguia entender, eram termos difícil que eu sequer conseguia pronunciar. Eles não estavam prestando atenção em mim, mas eu não me importava desde que levasse Taehyung logo para um hospital.

No fim eu acabei entrando na parte de trás da ambulância sem pedir permissão, mas diferentemente do que pensei nenhum dos paramédicos dali reclamou da minha presença. Eles já deveriam imaginar que eu era acompanhante do Kim, afinal.

Eu não entendia que procedimentos eles estavam fazendo em minha alma gêmea, só percebia que estavam colocando um nebulizador em seu rosto e parecendo ouvir seu coração, hora ou outra fazendo massagem cardíaca. Aquilo me preocupava demais, já que se havia massagem cardíaca era por que o seu coração estava parando, certo? Eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.

O Menino ÍndigoOnde histórias criam vida. Descubra agora