Capítulo 2

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Catherine abriu os olhos lentamente, que arderam com a luminosidade. Ela sentou-se na cama e estranhou o quarto, quatro paredes brancas, um grande guarda-roupa de portas corrediças, uma escrivaninha, uma estante, um janela que ia do teto ao chão e a cama na qual se encontrava. Então se deu conta de que não estava mas em casa, bem, sim, estava em casa, mas não na casa que sempre fora sua. Estava a milhares de quilômetros de distância dali.

Levantou-se, bocejou e se deu conta de que ainda estava com as mesmas roupas de mais de vinte e quatro horas atrás. Pegou as malas - ao todo havia trago duas malas de rodinhas, duas de mão, duas mochilas e uma bolsinha lateral com documentos e coisas do tipo - que estavam no meio do quarto, colocou-as na cama e as abriu, pegou um par de roupas limpas, toalha e produtos de higiene e encaminhou-se para o banheiro. Tomou um banho gelado e demorado, desfazendo cada nó de seu corpo. Enquanto secava os cabelos, ficou olhando-se no espelho, Catherine possuía cabelos longos e rosa, num tom pastel, meio ondulados, algumas poucas sardas se distribuíam por seu nariz e maçãs do rosto - ela as adorava -, nariz fino, olhos grandes, lábios delicados e corpo curvilíneo, não era muito alta e nem muito baixa, tinha uma estatura normal. Sempre atraíra a atenção dos garotos. Isso a levou a pensar em Vitor, seu primeiro e único namorado. Se conheceram no colégio, Vitor tinha lindos olhos verdes e era absurdamente carismático, ela sempre se perguntou como ele se apaixonou por ela, uma garota fechada que só vivia com a cara enfiada nos livros. Eles namoraram por dois anos, e ela sabia que ainda estariam juntos se não tivesse acontecido o que aconteceu. Ela se lembrava como se tivesse sido ontem.


Estava deitada em sua cama lendo um livro, estava de férias e o Vitor estava viajando com a família, havia a convidado para ir junto, mas preferiu recusar, era um momento em família, por mais que os pais dele fizessem-na sentir-se parte da família, quis deixar eles com seus momentos. Ele voltaria amanhã.

 Então seus avós entraram e sentaram em sua cama. Suas expressões eram tristes.

- Cat, precisamos contar algo. - sua avó respirou fundo.

- O que? O que foi, vó? A senhora está me preocupando. - largou o livro e sentou-se alarmada.

- O Vitor...Ele estava fazendo caminhada por algumas montanhas, quando, quando...Não tem uma maneira mais suave de contar...Ele escorregou e caiu no mar. Nós sentimos muito, querida, muito mesmo.

Eles a abraçaram, mas ela nem sequer piscara. Desejava ter ouvido errado, foi um engano, o Vitor estava bem, estava ao redor de uma fogueira tocando violão, cantando e rindo alegremente como ele sempre fazia. Amanhã ele estaria ali com ela, como disse que estaria.

Não. Não. Não. Não. Não. Por favor, não. Ela não podia perdê-lo. Não. Por favor.


Secou rapidamente a lágrima que se atreveu a cair e foi para o quarto. Era doloroso demais lembrar. Será que seu coração ainda podia ser consertado? Algo dentro dela dizia que não.

Nem havia conhecido o apartamento ainda, então o fez. A sala tinha um sofá cinza, e uma televisão LCD fixa num painel, a cozinha era simples, com geladeira, fogão e tudo o mais, a lavanderia ficava próxima a cozinha e tinha o necessário, havia um corredor onde se encontrava seu quarto, outro quarto e um banheiro. Ainda não sabia no que transformaria o quarto extra, por enquanto o continuaria usando como quarto de hospedes.

Voltou para o quarto e começou a organizar. Guardou todas as roupas e calçados no guarda roupa, colocou seus livros e CDs na estante, seu notebook na escrivaninha, arrumou a cama e fixou apenas cinco fotos na parede: uma com o Vitor, uma de seus pais sorrindo um para o outro, uma com seus avós, uma com seus amigos em sua festa de 15 anos e outra de sua antiga casa. Pendurou também um filtro dos sonhos feito por si mesma na janela, um pequeno mural com recortes de suas bandas e artistas favoritos atrás da porta e sentiu que ali já podia ser considerado seu novo refúgio. Foi para os outros cômodos. Estava tudo limpo e bem arrumado, agora precisa atribuir mais objetos próprios para chamá-lo realmente de lar. Não quisera trazer muitas coisas que a lembrassem de sua antiga casa, basicamente havia trago o conjunto de chá favorito da avó, o álbum de fotos da família, o álbum de viagens, e só.

Me EncontraWhere stories live. Discover now