Wake Up

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Fazia 5 meses que não via Josh, a última vez tinha sido no dia seguinte ao seu acidente antes de eu ser proibido por seus pais de vê-lo.

As noites para mim eram longas e frias, só conseguia pensar em Josh, eu sentia falta do seu toque, da sua beleza, da sua voz, do seu amor... Josh estava em uma maca de hospital e eu não podia vê-lo, não podia me desculpar com ele e mal tinha notícias sobre seu estado.

A dor e a culpa haviam me atingido de tal maneira que eu tinha começado a beber secretamente. Meus pais tentavam me confortar dizendo que eu iria superar tudo, mas eu sabia que não, Josh era o único para mim. Tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse respondido a mensagem de Josh e ter comparecido naquele restaurante.

O pior era ter que continuar trabalhando no Now United. Por pedido dos pais de Josh, todo material em que Josh aparecia havia sido retirado do ar, era como se o grupo tivesse sido reiniciado sem o Josh. Todo os membros sentia o peso de toda situação e além de cantores e dançarinos, éramos atores também porque fingíamos estar felizes para o público.

De alguma forma, os pais de Josh tinha feito um acordo com Simon e com a polícia e não poderíamos mais nos comunicar com o garoto, era uma coisa que não entendíamos.

O caso de Josh estava sendo investigado e eu também havia sido interrogado. Em todas as vezes eu dizia a verdade que ele, meu pai e eu havíamos discutido e que depois da discussão, por estar nervoso, não havia falado mais com ele naquele dia. Meu pai também havia falado com a polícia confirmado a minha história e falado a mesma coisa.

Any também estava muito conturbada com a situação e muitas vezes nós falávamos sobre ele.

Zoe tinha voltado a se aproximar de mim, como amiga, apesar do meu pai ter diretamente pedido a ela para me conquistar de novo, mas ela apenas me via como amigo. Ela tinha, praticamente, me obrigado a ir a um psicólogo.

– Então, você poderia me explicar o que está acontecendo com você? – Sr. Kirby me pergunta na primeira sessão

– Bom... – mordo os lábios – Eu fui proibido de ver meu namorado, bom, talvez ex agora, ele era tudo para mim, mas por causa do meu erro eu quase o matei.

– Que erro seria esse? – ele faz algumas anotações.

– Eu briguei com ele e quando ele tentou me chamar para conversar, eu apenas o ignorei e não apareci, então algum psicopata atirou nele – fecho os olhos e respiro fundo – ele está em coma há vários meses e eu não consigo suportar isso, se eu estivesse lá tudo teria sido diferente, se ele... – passo a mão em meu olho para limpar a lágrima que se formava – se ele for embora, eu nunca poderei me perdoar, me sinto perdido e não sei o que fazer, eu só penso nele...

Depois que termino ele me observa por alguns instantes.

– Você não pode se culpar por algo que realmente não é sua culpa. Você não pode controlar as ações dos outros, talvez se você estivesse com ele os dois estariam em coma agora...

– Eu preferiria que fosse assim porque sou eu quem mereço estar na situação dele – interrompo o psicólogo...

Eu realmente não sabia se tudo aquilo estava fazendo efeito, eu ainda me sentia culpado e impotente, mas mesmo assim continuava indo por ter alguma esperança de que aquilo iria melhorar.

Outros lugares que eu frequentava para refletir sobre o que tinha acontecido era os lugares que Josh e eu íamos e muitas vezes levava uma garrafa de whisky ou vodka como acompanhante.

Certo dia, o grupo estava ensaiando novas coreografias no estúdio e Simon chega.

– Oi pessoal, como estão? – ele pergunta, mas logo continua falando – resolvi passar aqui rapidamente para dizer-lhes que Josh acordou do coma e aparentemente seu estado está bom – ele dá um sorriso fraco.

– Graças a Deus – escuto Heyoon dizendo.

Eu fecho os olhos e respiro fundo, parecia que mil quilos haviam sido retirados das minhas costas e meus olhos começam a se encher de lágrimas. Era um alívio saber que a pessoa que eu mais amava não corria mais risco de perder a vida.

Durante o mês seguinte, eu havia tentado visitá-lo inúmeras vezes, quando não era barrado pelos funcionários do hospital, eu era barrado pelos pais de Josh.

– Por que vocês estão fazendo isso? – pergunto na recepção do hospital um dia antes do garoto voltar para Edmonton.

– Por que erramos em deixar vocês ficarem juntos, nós sabíamos que poderia dar errado pelo fato de vocês serem figuras públicas e olha no que deu, nosso filho não perdeu o emprego, mas quase perdeu a vida – era a mãe de Josh quem falava, sua voz era séria – Você não atirou nele, nós sabemos disso e também sabemos que você o ama, mas você o deixou quando ele precisava de você...

Penso em argumentar, mas Ursula continua.

– Nós vimos as mensagens no celular dele, ele estava esperando por você e aonde você estava? Ele tem uma nova chance de criar novas memórias e de superar tudo e você deve isso a ele – ela respira fundo.

– Como assim novas memórias? – pergunto confuso.

– Ele perdeu sua memória com o acidente, não sabemos se ele voltará a se lembrar das coisas – dessa vez era o Sr. Beauchamp quem falava – Você não vai mais vê-lo e se tentar novamente iremos conseguir uma ordem judicial de afastamento.

– Mas... – eu não tinha o que dizer, apenas vejo os dois voltando para o quarto de Josh.

Toda a minha esperança de não ter arruinado a vida do garoto que eu amava tinha sido perdida. Josh tinha basicamente esquecido quem ele era, toda sua essência, todos seus sentimentos haviam sido apagados.

Depois da saída de Josh do hospital e do seu retorno a Edmonton, eu não tinha o que fazer senão continuar com a minha vida e tentar me focar no grupo, mas aquilo seguiria me assombrando, não só a mim, mas a todos.

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