Boys Will Be Boys

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Eu me mantinha um pouco afastado enquanto os coveiros começavam a cobrir a cova. Não podia resistir e não deixar algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, eu já tinha chorado bastante nos últimos três dias. Eu não conseguia imaginar como as coisas haviam chegado naquela situação.

A polícia já estava bem avançada no caso, eu estava destruído por causa do Noah e por causa do Rafael, e não queria acreditar no que haviam me dito. Agora eu entendia o que a falta de amor podia fazer, podia corromper um único indivíduo ou muitos outros. Mesmo pensando que eu poderia voltar ao passado e mudar alguma coisa, eu não saberia o que fazer para resolver toda aquela bagunça.

Estava ali parado em um cemitério me perguntando como eu poderia prosseguir com a minha vida, como aproveitar a vida depois desse tipo de coisa tão horrível e tão injusta.

Sinto uma mão apertar meu ombro e olho para trás, era Noah. Ele passa seu braço pelas minhas costas e me abraça.

– Vamos? – ele beija minha cabeça.

– Ok – dou um meio sorriso para ele.

Em seu rosto havia um corte em seu nariz e um hematoma roxo perto do seu lábio, resultado da briga dele com Rafael.



Depois de ficar alguns minutos desmaiado, eu acordei e vi Noah sentado na cama, suas mãos tampavam seu rosto que estava molhado por lágrimas e um pouco de sangue, ele tremia muito. Rafael estava estirado no chão sua respiração era pesada, seus olhos lacrimejavam e em sua barriga uma grande mancha de sangue encharcava sua camisa.

Me ajoelhei do lado já desesperado, peguei meu celular e disquei o número da emergência. Enquanto falava com a emergência, percebi que Rafael já não respirava mais, seus olhos estavam fixados em meu rosto. Comecei a chorar quando sai do telefone. Ele tinha partido.

Olhei para Noah sentado na cama e então entendi o que tinha acontecido, a arma estava do lado do corpo de Rafael.

Me sentei ao lado de Noah e o abracei.

– Josh, o que eu vou fazer? – escutei sua voz em meio ao seu choro.

– Nada, está tudo bem, você não teve escolha, você não queria fazer isso, mas precisou, mas aconteceu... – tentei me manter um pouco mais firme, não podia desmoronar também.

Escutei as sirenes do bombeiro e da polícia e desci correndo as escadas. Ao abrir a porta a equipe já avançava correndo para o nosso lado da rua.

– Ele está lá aem cima – falei quando eles se aproximaram.

Subi as escadas com eles e no quarto Noah estava de pé, tinha limpado seu rosto em sua camisa que estava manchada com um pouco de sangue, me aproxima dele e o abraço.

– Rapazes, vocês precisam ir para a delegacia – um policial falou.

– Ok... Posso ligar para os meus pais? –  perguntei e ele assentiu.

A voz da minha mãe estava frenética e desesperada, ela havia me dito para não dizer nada sobre o ocorrido até que ela chegasse com o advogado da família.

Depois da ligação, nós fomos levados, algemados, à delegacia e os policiais entendiam que não falaríamos nada até que meus pais chegassem e então esperamos.

Noah foi o primeiro a ser interrogado, eu estava preocupado com seu estado emocional, ter que se defender para não morrer e ainda escutar coisas sobre seu próprio pai, ele estava sofrendo mais que nunca e eu só queria abraça-lo para sempre.

Quando entrei na sala de interrogatório, estava com raiva de Rafael e do pai de Noah. O policial me fazia as perguntas e eu respondia com toda a sinceridade.

– Me diga, Josh, o que aconteceu? – o detetive pergunta, tinha um olhar crítico.

– Noah e eu estávamos em meu quarto, quando Rafael entrou carregando uma arma. Ele confessou que tinha atirado em mim há 10 meses atrás e que o pai de Noah tinha participado de tudo aquilo – eu falei tudo sem acreditar no que tinha acontecido, o advogado estava do meu lado fazendo anotações.

– Rafael disso isso? – ele fala enquanto anotava coisas rapidamente também.

– Sim, ele apelou para Noah dizendo que a arma era do pai dele e que ele certamente a reconhecia, também disse que tinha negociado com Augustus... Para me matar naquele dia

– Tudo bem, prossiga – ele me olhou e eu respirei fundo.

– Bom, ele mirou a arma em Noah, estava irritado, nos olhava com raiva, eu sabia que ele ia atirar e avancei para cima dele, ele conseguiu me acertar e eu não consegui mais enxergar ou ouvir direito, eu escutei os dois lutando e escutei a explosão antes de desmaiar – mordi meu lábio inferior – Quando eu acordei, Noah estava sentado na cama chorando.

– Ok – ele disse enquanto anotava e depois me olhou – O que você acha que motivou Rafael a fazer isso?

– Eu não sei, ele não parecia perigoso, mas ele disse que gostava de mim e de fato a mais ou menos um mês atrás ele tentou me beijar, mas eu rejeitei, ele era apenas um amigo para mim...

– Hmm... Tudo bem, Josh, sua declaração bate com a de Noah, mas precisamos de provas, nesse momento temos policiais em sua casa e na casa de Rafael vasculhando suas coisas e a polícia de Los Angeles já está com o pai de Noah... Você pode sair por enquanto, vamos falar com os seus pais – ele me deu um meio sorriso e então eu sai.

A polícia tinha me levado na casa de Rafael para tentar descobrir qualquer coisa. Eu tinha reconhecido a pulseira que Noah tinha me dado. Rafael tinha uma caixa, que estava debaixo do piso em seu quarto, onde guardava fotos minhas, recibos, reportagens e etc. E aquilo só me fez imaginar que eu estava sendo vigiado e ainda não me sentia seguro.

Noah tinha sido proibido de voltar aos Estados Unidos por causa da investigação, então nesses dias ficou em minha casa, mas o rumo daquilo só ressaltava sua inocência e que Rafael tinha algum problema.




Então nós dois caminhamos bem lentamente pelo caminho de pedra do cemitério. Nenhum parente de Rafael tinha comparecido.

Nós entramos no carro, meus pais dirigiam, Noah deita sua cabeça em meu peito. Depois de passarmos em uma cafeteria nós vamos para o aeroporto, Noah tinha sido liberado para voltar para casa.

– Eu sei que vai ser difícil, eu sei que seus sentimentos estão uma droga, eu sei que você quer gritar, quer se machucar ou machucar alguém, mas mantenha a calma, eu estou aqui nunca mais vou me afastar de você, a gente vai passar por isso juntos – digo olhando no fundo dos olhos de Noah, minha mão estava apoiada em sua nuca.

Ele apenas assenti e eu sabia que havia me ouvido, acho que ele só não havia chorado porque já não tinha mais lágrimas. Nos abraçamos com a maior intensidade que podíamos.

– Quando tudo esfriar, eu vou pra lá, no primeiro momento que eu puder – lhe dou um selinho de alguns segundos e acaricío seu rosto.

– Eu te amo – ele tenta sorrir.

– Eu sei, eu te amo também, não se esqueça disso.

Após ver Noah sumir no corredor, eu me viro para ir embora com meus pais.

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Estou pensando em escrever um capítulo com a visão de Rafael, como ele agiu, como ele pensou, motivações e etc. Vocês gostariam disso?

Olar pessoas, se gostarem, não esqueçam de votar e compartilhar porque me incentiva muito a continuar, me deem um feedback e comentem se quiserem. Obrigado por lerem.

Peço que me sigam, eu tenho algumas questões sobre a história e gostaria de perguntar coisas em forma de aviso.

A história está chegando ao fim :(

Segue a playlist da fic no spotify: https://open.spotify.com/playlist/6n9KcntGabE8b6Uqa33zMF?si=xfYuFi7dTLWgOgR3eayNSw


Now Together (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora