Notas iniciais:
Hollaaaa. Quanto tempo!
Gente, que período obscuro que estamos vivendo, não é mesmo?! É tanta tristeza, morte e desgraça espalhadas pelo mundo, que nos falta às vezes fé e coragem para continuar; a esperança se esconde, apavorada com o cenário caótico que nos rodeia. Ao ligar a TV, somente morte nós vemos; só temos lido notícias trágicas, manchadas de sangue e crueldade. E, pensando sobre isso, decidi trazer para vocês um "especial" com algumas cenas de The Last Coffee, retiradas do livro (informações sobre nas notas finais), para que, mesmo que dentro dessa leitura, vocês tivessem alguns minutos de paz, tranquilidade e esperança em dias melhores. Sei que a quarentena está tirando de todos um pouco da sanidade, trazendo o tédio e mostrando o pior das pessoas, mas aqui, dentro desse especial, eu desejo que possam encontrar um pouquinho de serenidade e diversão.
Fiz um compilado com algumas cenas novas que acrescentei ao livro e trouxe aqui para que vocês possam ler. Não é muito, mas é o que posso fazer para colaborar!
Espero muito que gostem!
Todo meu amor, carinho e fé estão depositados nessas palavras, na intenção de que elas possam tocar cada um de vocês neste dia. Desejo à todos vocês muita paz.
Sejam luz nestes dias cinzentos!
Boa leitura.
Lauren Jauregui.
Começar é fácil. É ser um feto em gestação, uma folha em branco nas mãos do escrivão. Começar é muito simples, basta querer, basta ter fé; é como respirar, você já nasce sabendo o que deve fazer. Mas recomeçar...recomeçar é perder as pernas, tendo andado por toda uma vida. Começar é fácil, mas ter que amassar a folha e reescrever o poema é difícil. Recomeçar é como viver até a velhice e de repente abrir os olhos e ver que tudo não passou de um meríssimo sonho.
Acordei, assim digamos, cercada pelas paredes brancas de uma sala vazia.
Era como ter voltado no tempo e depois dos vinte e cinco, ter novamente dezessete.
Minha única companhia naquela manhã de quinta-feira eram as caixas de papelão empilhadas bem no centro, o dengoso sol que entrava pela janela de vidro e a brisa levíssima que soprava. De braços cruzados, eu encarava a pilha de caixas como Jesus certamente encarou o madeiro da cruz, sentindo por adianto doer os ombros, aceitando que o calvário estava só começando.
Suspirei, frustrada por não saber por onde começar, qual caixa deveria abrir primeiro.
- Se vai tentar, vá até o fim. Caso contrário, nem comece. – Tentei me encorajar, recitando em voz alta, para mim mesma, aquele fragmento de Bukowski, mas é óbvio que foi em vão.
Por onde começar? Para a pergunta, nenhuma resposta. Neurônios calados, ideias mudas. Meu cérebro estava desligado, com isso, minhas emoções também.
Outra vez suspirei, meus ombros desmoronaram.
Em meio ao vazio daquele recomeço em forma de sala, eu continuava perdida, encarando a pilha de caixas. Isso até que meus olhos encontraram uma parede extensa e inteiramente branca.
Branco.
Branco do teto ao chão.
Branco para todos os lados.
- Que cores vai usar dessa vez? – Veronica apareceu de repente ao meu lado, vindo sabe-se Deus de onde. O susto foi evidente no pulinho que dei, mas tratei de disfarçar.
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The Last Coffee
FanfictionEla era uma escritora no auge de seu fracasso, não vendia mais livros, nem escrevia mais poemas, ainda não havia aprendido o quão bela era a poesia de um coração em desordem. Enquanto isso, do outro lado de um balcão, esperando-a com mais um café qu...