Capítulo III - Os guardiões

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Acordo deitado em uma cama macia, grande o suficiente para me abraçar, olho em volta e estava em um quarto gigante que para muitos seria vendido como uma casa completa. O cômodo parecia o paraíso, parecia o meu paraíso, era o quarto que eu sempre sonhei em ter.

– Que magia é essa?

– O departamento se mostra de diversas maneiras para cada um de nós, essa é sua primeira impressão dele – a voz de Helena surge no quarto e agora ela estava parada em pé do lado da cama me observando – Muitos dormem por semanas ao fazerem a viagem do plano temporal para o departamento, você só dormiu 5 horas, não esperava menos de uma guardião elemental.

– Que inferno, você não era uma alucinação. Onde eu estou?

– Qual parte da palavra departamento você não entendeu?

– O que é departamento? Como você me golpeou sem nem mesmo tocar em mim? Quem é você e o que quer comigo?– não pude me conter em encher a mesma de perguntas, minha confusão parecia não ter fim. 

– O departamento é um local além do tempo, a moradia dos guardiões que observam como o tempo está correndo, nós não deixamos que alterações na história sejam feitas. O meu golpe foi uma habilidade especial minha como guardiã, eu posso refletir tudo que me golpeia e você está aqui para assumir o seu posto.

– E se eu não quiser me tornar um guardião?

– Vai sucumbir com o conhecimento extremo do universo e enlouquecer, se tornando um corrupto.

– Não é tão ruim assim virar político.

Ela revirou os olhos e cruzou os braços.

– Corruptos são criaturas que criam uma necessidade de destruir tudo o que conhecemos como universo, tentam mudar o tempo e principalmente nos destruir – ela faz uma pausa e senta em uma cadeira – Nós frequentemente lutamos contra alguns e quando necessário modificamos eventos para derrotar esses monstros.

– Certo, você já me explicou o que eu inicialmente precisava saber. O que eu faço agora?

– Se arrume e vista roupas descentes.

– Pode me ajudar? Estou sem minhas muletas – eu odiava pedir ajuda nesses casos, mas as paredes daquele quarto eram distantes da cama.

– Levante-se, guardião.

Eu pensei que estava sendo caçoado por ela ou algo assim, pessoas me forçando a andar sem as muletas pelo simples prazer de me ver rastejando de maneira humilhante era mais do que comum na minha vida, e sabendo das suas habilidades apenas decido não questionar. Viro meu corpo para por meu único pé no chão e para a minha surpresa, minha perna que 10 anos atrás foi perdida em um acidente agora estava em seu lugar novamente. Sem reação, eu apenas olhei para ela, surpreso.

– Como? – 'perguntei quase sem voz.

– Você é capaz de muito mais, Artur.

Com dificuldade eu apenas me levantei e fui para o banheiro do quarto e sozinho eu chorei como uma criança que acabará de ganhar o presente perfeito em uma noite de natal. Fiquei alguns segundo ali aproveitando a sensação, até que eu finalmente tomo um banho e faço minha barba, vestindo uma camisa preta com uma calça jeans e um tênis. Me olho no espelho e me reconheço outra vez, depois de anos eu havia encontrado a felicidade outra vez. Saio do banheiro e encontro Helena. 

– Estou pronto.

– Ótimo, você ainda tem muito o que aprender sobre os guardiões.

– Então, pode começar me explicando qual foi o motivo da minha escolha?

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2020 ⏰

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