Capítulo 1

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Já era tarde da noite quando Annabel acordou assustada com os fogos de artifício, seu tio Miraz havia começado a comemoração, enfim sua mulher deu a luz e pelo tamanho da comemoração, dera a luz a um menino.
Anna sabia o que aquilo significava, nunca confiará em seus tios, a anos sabia que ele desejava o trono do rei e passaria por cima de qualquer um para conseguir o que queria.
Sentou em sua cama e tentou pensar em algo, há dias tentava decidir o que fazer mas nunca chegava em uma conclusão, a única certeza que tinha, era que precisava encontrar seu irmão o mais rápido possível, afinal, o trono era dele por direito e ele seria o primeiro alvo do seu tio.
A garota levantou e correu para a porta, mas assim que a abriu, quase caiu de susto...
    - Cornelius, está doido? Quase me mata de susto. O que está fazendo aqui? - Logo pergunta sussurrando
    - Vim procurá-la, minha rainha. Precisamos ir logo, vá se vestir enquanto chamo seu irmão - o tutor responde, também aos sussurros.
    - Ir? Para onde? Do que você sabe professor? - a garota dispara perguntas estando cada vez mais confusa
    - Explicarei no caminho, agora vá. Me encontre no estábulo, evite todos que puder e não demore!

                  ✴️              

Passado algum tempo, Anna chega no local combinado e para sua surpresa, Destro, o cavalo de seu irmão e Strella, sua égua já estavam selados e prontos para sair, mas Anna não conseguia entender, estava com a cabeça cheia de preocupações e não conseguia pensar. Resolveu sentar e esperar, não demorou muito até que Cornelius aparecesse com Caspian.
    - Vamos, montem seus cavalos, vocês precisam sair daqui o mais rápido possível. - O mais velho foi falando
    - O que? E você não vem com a gente? - era a vez de Caspian fazer perguntas
Estava tudo começando a clarear na cabeça da princesa. Seu tutor pensará a mesma coisa, sabia que não estavam a salvo no castelo, mas ao contrário de Annabel, ele sabia o que fazer e estava pondo seu plano em prática.
    - Não, meu rei, é muito arriscado. - ele respondeu
    - Nunca mais nos veremos? - Anna pergunta sentindo seus olhos encherem de lágrimas.
     - Espero que sim, minha rainha. Afinal, são os únicos amigos com quem posso contar. Mas por ora, precisamos ganhar tempo. Aqui, tomem dois presentes. Está bolsinha de ouro, é pouco, mas todos os tesouros do castelo pertencem a vocês. E aqui outra coisa mais valiosa.
Ele entregou um objeto que Caspian Mal distinguiu, mas pelo tato percebeu que era uma trompa.
    - É o mais sagrado tesouro de narnia, levei anos para encontrar a trompa que pertenceu a rainha Susana - disse Cornelius - ficou aqui quando ela desapareceu de narnia, quem quer que a toque, receberá um estranho e misterioso auxílio. Fiquem com ela... Mas só utilizem quando realmente precisarem. Depressa, fujam para as matas, os homens tem medo de lá. Agora me despeço, se cuidem, meus nobres reis!
Cavalgaram a toda para o sul, atravessando a florestas por atalhos enquanto se encontravam em terrenos conhecidos. No caminho, Anna se controlou para não chorar, nunca foi do tipo sentimental, sempre foi muito diferente das outras princesas. Sabia que por ser mais nova seria coroada depois de seu irmão e que como mulher e princesa, deveria usar sempre vestidos e jóias exuberantes, mas ela nunca gostou disso. Sempre que podia, saia escondida com seu irmão para treinos com espadas e arco e flecha. Se considerava uma garota muito durona, mas naquele momento não conseguiu aguentar. Perderá seus pais quando era ainda menina, seus tios nunca a trataram bem, nem a seu irmão, Anna sabia que as únicas gentilezas que receberam fôra por interesse, nunca sentiu verdade nos sentimentos dos tios. Sua única família e único com quem Anna se importava, era Caspian, ate que conhecerá Cornelius, sempre muito atencioso, único que considerava os dois igualmente rei e rainha e os chamava dessa maneira, lhes contava histórias sobre os reis e rainhas de narnia e também sobre o Grande Rei Aslam, histórias que alegravam a vida no castelo, e pensar que poderia perdê-lo, partiu seu coração. Deixou uma lágrima escorrer e sabia que logo atrás vinham outras, teria desabado em choro se o que aconteceu em seguida não tivesse acontecido.
Seu irmão virará para trás preocupado com quem os seguiam e não viu um galho bem a sua frente. Bateu a testa e caiu do cavalo, mas continuou com uma das pernas presas, estava sendo arrastado até que conseguiu se soltar. Vendo isso, Anna desceu de sua égua e foi ajudá-lo. Quando se abaixou para checar o irmão, também sentiu uma pancada na cabeça e percebeu sua visão escurecer e todos os seus sentidos falharem, mas não antes de escutar a trompa da Rainha Susana a ser tocada.

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