Capítulo 2

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Dor;
Era tudo que Anna conseguia sentir. Sua cabeça latejava e seus olhos, mesmo forçando não tinham foco, tentou se manter acordada e reconhecer o local em que se encontrava, mas tudo ao seu redor estava girando.
Escutou a voz de seu irmão e em um pulo levantou de onde estava deitada - uma cama de urzes em uma gruta, em frente a uma lareira - sentiu uma forte pressão na parte posterior da cabeça e passou a mão no local, percebendo que estava enfaixada.
Ao pé da cama avistou dois homenzinhos barbudos, gordos e peludos... Pelo menos pensou que fossem homens, mas ao olhar atentamente reconheceu-os como um texugo, muito maior e mais gordo que os texugos normais e um anão- anão verdadeiro, daqueles antigos, cuja as veias não corriam nem uma gota de sangue humano - Antigos narnianos, concluiu em seus pensamentos.
-... Quando cai do cavalo, estava fugindo para salvar minha vida e de minha irmã. O rei quer nos matar, e se vocês tivessem feito isso, teriam realizado a vontade dele. - Caspian falou
-O quê?! - a voz do texugo soou pela gruta
A conversa continuou enquanto Anna se aproximava cautelosamente do irmão, que segurava um atiçador de brasas e apontava para os narnianos. Anna percebe então que o mesmo estava com a cabeça enfaixada do mesmo jeito que a dela. Tentou não chamar a atenção para si, mas logo dois pares de olhos a observavam como se esperassem que a mesma se pronunciasse.
Anna não soube exatamente o que dizer, apenas espero alguém perguntar algo a ela. Eles permaneceram em silêncio por um tempo, enquanto o texugo mexia em algumas coisas na pequena gruta.
-Aqui está, um pouco de sopa. - O texugo falou, colocando duas tigela na mesa e puxando as cadeiras para que Anna e Caspian se sentassem.

✴️

Com o passar dos dias, Anna aprendeu a reconhecer os narnianos pelos seus nomes. O texugo se chamava Caça-trufas, era o mais velho e bondoso dos dois. E o anão, com os cabelos e barbas negras era Nikabrik, mais tarde descobriu que havia mais um anão entre eles, um anão ruivo chamado Trumpkin, que fora capturado pelos soldados de Miraz na tentativa de afasta-los de sua caverna quando perseguiam os dois jovens.
Aos poucos, os dois iam conquistando a confiança do anão, mas mesmo com todos os esforços, ele continuava relutante e subestimava muito o príncipe.
Logo que os dois ficaram bons, foram levados para conhecer e convencer a participar de uma reunião o que Trumpkin chamava de "os outros", pois naquela região ainda viviam escondidos muitos outros narnianos sobreviventes.
Conheceram primeiro os três Ursos barrigudos; logo depois conheceram um esquilo, de nome Farfalhante! Que ajudou a levar o recado da reunião que aconteceria dali a 3 dias, a meia noite no Gramado da Dança; em seguida, conheceram os 7 irmãos que eram anões e fôra muito mais difícil conquistar a confiança deles, mas uma vez convencidos, gritaram juntos: "Viva o rei, e viva a rainha!"
Receberam como presentes dos anões elmos, espadas e cotas de malha. E Anna, mesmo preferindo o arco e flechas, ficou muito feliz e agradecida, a moça mesmo sendo muito delicada, adorava usar a espada, e aquelas eram perfeitas.
Logo conheceram os 5 anões negros, fôra uma visita um pouco desconfortável, mas de grande importância. A próxima visita fôra a que Anna julgou ser a melhor, encontram-se com Ciclone e seus três filhos, os centauros. A garrota os admirava demais, a criatura que sempre sonhou em conhecer e fazer amizade, e que nesta tarde tinha se tornado realidade. Mas a visita também desanimou um pouco os futuros Reis. Haviam comentado que a batalha estava próxima, e com muita conversa acabaram chegando a conclusão de que era perfeitamente possível travar uma batalha e sair vitoriosos
Antes de alcançarem o local da reunião, Caça-trufas chamou alguém, que era a última coisa que Caspian podia esperar: um rato falante.
Se chamava Ripchip, era maior que os ratos normais, na cinta carregava uma espada e era muito alegre e marcial. Descobriram que eram 12 ratos e todos estavam a disposição dos dois jovens.
Naquele dia e no dia seguinte conheceram ainda mais animais, até que em fim descansaram junto de um poço, até que escutaram musica, eram flautas e tambores, e também ruídos de muitos pés ligeiros. Surgiram então muitos faunos, com suas patas traseiras sendo de bode e o dorso de homem, com cabelos encaracolados e pequenos chifres na testa. Logo explicaram a situação e os faunos aceitaram Caspian e Annabel.
Sem se dar conta, todos já tinham começado a dançar e rodar pelo local, menos Nikabrik, que ficou em um canto olhando em silêncio.
Quando acordaram na manhã seguinte, tiveram a impressão de que tudo era um sonho, mas a relva estava coberta pelos pequeninos sinais de cascos...

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