Todas as Músicas que Ouvi Com Você

Another Brick in The Wall

"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey, teachers, leave them kids alone"

Na segunda, Astória faz algo que geralmente não faz nas segundas: deseja que o fim de semana tivesse sido mais longo. Havia sido impossivelmente doloroso se despedir de Luna no domingo, em especial descobrindo que sua presença na costa leste era ainda mais divertida do que as duas esperavam, com os novos amigos e as novas brincadeiras.

O domingo havia sido especialmente divertido quando apenas as meninas se reuniram em sua casa porque, por algum motivo, todos os meninos estavam ocupados e elas acabaram discutindo o que começou a ser chamado de "a questão Hector" e Astória se sentiu realmente feliz de ter um grupo de amigas com quem podia compartilhar coisas sem fazer com que Luna se sentisse excluída de forma alguma.

Na escola, ela encontrou Aurora e Cecily logo no estacionamento, mas, vendo um tipo de olhar em Aurora, que ria de algo que Cecily dizia, foi discretamente para dentro do prédio, sem atrapalhar as duas. Isso a deixou se sentindo um tanto sozinha, mas ela continuou andando e não parou quando encontrou com Hector reunido com o timo de futebol, se limitando a acenar de longe, tendo seu aceno retribuído, sob o especulativo olhar de Anne, que se aproximou dela.

-Você chegou para criar boatos, não chegou? –Anne olhou ao redor quando parou ao lado de Astória na fileira de armários.

-Eu estava pensando mais em chegar com boas notas e sair com um diploma. –Astória sorriu para ela de lábios fechados.

Os olhos de Anne eram claros e frios como os de um tubarão, mas brilharam com algum interesse, como se ela gostasse de sua resposta.

-Hector não é muito de sair com garotas. –Diz displicente. –Deus sabe que eu já tentei fazê-lo me chamar.

-Por que você não o chama?

Anne a deu um tipo de olhar descrente, como se não acreditasse que Astória estivesse fazendo tal pergunta, mas depois pareceu pensar melhor, jogando a cabeça de um lado para o outro, enquanto escolhia as palavras para explicar.

-Eu tenho uma reputação. –Dá de ombros. –Com as meninas. Eu não posso chamar garotos para sair; eles que chamam. Sempre.

-Isso parece péssimo. –Astória aponta com um levantar de sobrancelhas.

-Como é que eles dizem hoje em dia? –Anne finge procurar as palavras. –É o que é.

Anne sai rebolando pelo corredor sem se despedir e Astória se pergunta o que ela ganhou com aquela conversa que pareceu a Astória tão aleatória quanto triste, especialmente para alguém como Anne, que frequentemente parece mais propensa a atacar alguém do que a discutir sobre sua posição falsamente privilegiada no corpo discente da escola.

A primeira aula é de física, naturalmente, porque sempre parece ser quando Astória não está ansiosa para encontrar com Edward. Porém, com seus amigos sumidos ou ocupados, ela se obriga a ir para a sala mais cedo do que teria ido se tivesse outra opção. Para sua surpresa, Cameron já está lá dentro, sentado em uma cadeira olhando dentro de sua câmera, aberta na mesa. Astória desliza a mochila na mesa ao lado da dele e puxa sua cadeira para ver o que está fazendo.

-Está suja, eu acho. –Ele diz antes mesmo que ela pergunte. –Vou passar no laboratório de audiovisual no almoço para limpar. Quer ir?

Astória responde que quer. Tanto porque não quer passar o almoço no refeitório lotado quanto porque gosta do ambiente um pouco escuro e cheio de fotos, textos e papéis do jornal, com seu cheio de livros velhos e tinta fresca.