Sweater Weather

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"Use the sleeves of my sweater
Let's have an adventure
Head in the clouds but my gravity's centered
Touch my neck and I'll touch yours
"

No fim daquele dia, Astória o encontrou na frente do laboratório III, o laboratório que ela estaria monitorando. Monitoria de laboratório era simples: ela tinha que aparecer nas aulas práticas que não batiam com seu horário para ajudar os colegas que não tinham tanta intimidade com a matéria ou os equipamentos, igualmente ajudando o professor no processo, e também ajudá-lo a limpar o laboratório no fim da experiência.

Edward tentou ignorar o fato de que ela estaria igualmente monitorando as aulas do Professor Grigori e que ficaria sozinha com ele no laboratório ao fim do dia para limpar as coisas. Ele foi capaz de ignorar uma estranha sensação em seu estômago sobre o assunto quando ele mesmo entrou sozinho com ela no lugar.

O laboratório era frio. Lá fora, o outono dava as caras nas folhas laranjas que se acumulavam no chão e na chuva que começava a ficar frequente. Porém, dentro dos laboratórios, era sempre inverno.

Astória o seguiu pelo laboratório ouvindo suas instruções e recomendações. Edward a ensinou onde ficavam guardados todos os equipamentos, onde eles deviam ser lavados e secados e depois recém armazenados. Depois passou para os materiais disponíveis, que estavam listados. Quando Edward puxou a lista e a pôs no balcão para ensinar à menina como fazer a contagem, notou que, por de trás de seus braços firmemente cruzados, havia um ronronar em seu peito.

Ela tremia um pouco de frio.

A primeira reação de Edward foi reclamar que ela não o tivesse avisado que estava com frio ao mesmo tempo que tirava seu grosso suéter –que ele usava apenas nas ocasiões de ser inverno ou de ter de ir ao laboratório –e o estendia para ela.

-Você vai congelar. –Ela argumentou, tentando negar o suéter.

-Vamos, pegue. –Edward insistiu, convincente. –Eu cobro depois.

Ela olhou como se avaliasse se ele falava sério ou não, mas, talvez movida pelo frio, pegou o suéter azul de suas mãos e o passou pela sua cabeça loura. Edward se aproximou dela, que não recuou, embora o olhasse curiosa, e começou a dobrar as mangas até que suas mãos magras, macias e geladas estivessem para fora.

Edward pôs as mãos pálidas dela entre suas próprias mãos grandes e quentes, para aquecê-la.

-Eu estou literalmente roubando seu calor. –Ela suspirou, mas parecia aliviada.

-Eu o estou dando a você. –Edward apontou.

Alguns minutos depois, se sentindo culpado pelos pensamentos que tinha sentindo com as mãos macias dela entre as suas, se perguntando onde mais ela seria macia, Edward se afastou de Astória como se ela o tivesse queimado. Ela o olhou curiosa, mas não fez nenhum comentário. Edward tinha a incômoda sensação de que ela via mais do que transparecia, mas podia ser apenas uma sensação.

Depois disso, ele a ensinou a fazer contagem dos materiais e a separá-los por tipo.

-Você pode ter de dar a monitoria para alunos individualmente. –Edward a avisou, os dois já saindo do laboratório. –Alunos com mais dificuldade na matéria. O horário ficará a seu critério, de acordo com seus próprios horários, claro.

No corredor, muito perto da saída, a escola já esvaziada da maioria de seus alunos, à exceção daqueles que estavam na biblioteca, nos clubes ou nos laboratórios, Edward se voltou para ela mais uma vez.

-Precisa de uma carona hoje?

Astória sorriu para ele, um pouco constrangida sem saber o porquê. Talvez com a possibilidade de ele lembrar dela para sempre como a garota da carona e não das formas como ela gostaria de ser lembrada por ele.

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