AFFECTION

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A "Garagem" era a pequena mecânica improvisada onde o pai de Jeongguk, quando sóbrio, trabalhava.

O garoto tinha a ânsia de querer transar sobre um colchão no mesmo piso rústico em que seu pai o sustentava. Taehyung sabia que fazia parte de uma vingança interna, mas não se importava com isso no início.

Mas a preocupação de Taehyung se tornou gradiente diante dos hematomas roxos que tatuavam a pele de Jeongguk.

Ele nunca se importou muito com os sentimentos alheios e tão pouco com os problemas dos outros, mas em algum momento perdido na memória ele começou a se preocupar com Jeon.

Saber que o pai e irmão dele o esmurravam até moer as costelas lhe fazia fervilhar de ódio e ele descontou o desgosto pisando mais fundo no acelerador. Ele não queria ver Jeongguk machucado.

- Podemos ir pra minha casa, Jeon.

Taehyung propôs de bom grado, mesmo que sua "casa" fosse o quarto ao fundo de sua loja.

Taehyung era 4 anos mais velhos que Jeon.
Ele trabalhava na loja de discos, a qual também servia como estúdio para lançar seus álbuns sob próprio selo.

O estabelecimento fora um presente dos seus pais, desesperançosos que Taehyung se graduasse em alguma universidade, eles apenas concederam um meio de sobrevivência para o único filho. Taehyung não tinha do que reclamar, sua família tinha uma ótima condição financeira e ele nunca passou necessidades.

- Só se você deixar eu escolher os discos pra tocar ... sabe, eu fico bem facinho ouvindo Aerosmith.

Taehyung chiou, olhando o garoto sorrir petulante ao seu lado.

Jeongguk sabia irritá-lo como mais ninguém no mundo.

Porque por mais que fossem provocações óbvias, Taehyung sempre caía nas armadilhas.

- Que tal Gorgoroth?

- Não ... eles não cantam, so gritam.

- Então quer dizer que eu também não canto só grito?

O mais novo deu de ombros, se inclinando para capturar os lábios carnudos de Taehyung em um beijo perigoso e molhado. Por um minuto, eles se desligaram da estrada, sentindo as línguas se massagearem e os caninos rasparem os lábios ao final do beijo.

- Tudo bem, vamos ouvir a merda do Aerosmith então.

O quarto de Taehyung era um tanto pitoresco.
Jungkook analisou as paredes com pôsteres de filmes grotescos e mulheres nuas.
A cama de solteiro era uma bagunça de roupas monocromaticas, moletons e camisetas de bandas todas pretas.

Mas o que mais lhe chamou a atenção foi o artefato profano em cima da cômoda. A figura talhada em baixo relevo de Satã e os hieróglifos gravados o deixaram curioso e suas pequenas mãos voaram para o o objeto.

- Sabe ... - Ele começou, se sentando na parte do colchão livre das roupas - Eu acho bem fofo seus esforços contínuos para disputar o trono de mais malvadão com o diabo.

- Cala a boca ... É óbvio que sou melhor em ser pior que ele  - Taehyung brincou, o olhando pelo canto dos olhos enquanto transferia suas roupas para uma cadeira.

- Particularmente, se eu fosse o Diabo, sentiria vergonha de ter um fanboy tão obcecado quanto você.

- Seu senso de autopreservação deve ter sido destruído por tantas surras na cabeça ... Você não tem medo de mim mesmo? - o mais velho recolheu o objeto das mãos magras de Jeon, o colocando respeitosamente em seu lugar original.

i•hate•everything•about•youOnde histórias criam vida. Descubra agora