Aschmedai | L.S

4. Fever

Ao entrar na sala privativa do clube, Louis se deparou com um ambiente banhado por uma luz rosa forte. Era um cômodo pequeno, decorado por dois sofás arroxeados, cada um encostado em um canto da sala e cercando uma pequena mesa de centro de madeira enfeitada somente por uma vela acesa dentro de um recipiente transparente. Embaixo da mesa, um tapete vermelho com alguns detalhes brancos.

O chão era coberto por um piso de madeira lisa e clara, a parede atrás do sofá continha um imenso espelho perfeitamente centralizado e as janelas estavam cobertas por uma cortina de veludo preta. Em frente aos sofás, um pole estava preso do teto ao chão. O teto levava a tonalidade da luz e, ao centro, um lustre enfeitado por gotas de diamante dava o toque perfeito.

Mas um detalhe em especial chamou a atenção de Louis.

Harry estava deitado em toda a sua glória no sofá menor. Suas pernas longas estavam penduradas no braço do móvel, cruzadas e balançando no ar, enquanto seu tronco estava esticado no estofado. O peito subia e descia numa respiração calma e Louis imaginou diversas formas de descompassá-la com seus corpos colados pelo suor.

Ele balançou a cabeça e ajeitou os cabelos. O ar dentro daquela sala estava pesado e, por Deus, como Louis queria cometer todos os pecados do mundo com aquele rapaz. Ele não era nenhum santo e sabia disso tanto quanto as pessoas ao seu redor. Liam constantemente dizia que seu lugar no inferno estava reservado por todos os corações que havia partido após uma única noite regada a sexo e bebida.

— Ora ora, vejam só, ele realmente veio. — Pela voz, Louis conseguiu sentir o sorriso se formar nos lábios de Harry. — São raros os homens que me prendem a atenção a ponto de trazê-los para cá, por isso sente-se, Tomlinson. — Harry encolheu as pernas e se sentou no sofá, levantando-se logo em seguida e indo até Louis. Segurou em suas mãos e o levou até a parte do sofá maior que estava diretamente voltada para o pole. — Aproveite o show.

Louis assim o fez. Suas costas foram de encontro ao encosto do sofá, a garrafa de whisky em mãos, e seus olhos imediatamente se prenderam ao corpo esplêndido de Harry, que caminhava até o pole. Os passos eram ritmados com a batida da música que tocava em todo o clube.

Harry segurou na barra de metal com a mão direita e, com o corpo inclinado para o lado oposto, deu um giro. Seus cachos balançaram no ar e, em um outro movimento, Harry passou por debaixo do próprio braço. Com a mão livre, agarrou a barra e sustentou seu próprio peso enquanto levantava as pernas e se colocava de ponta-cabeça. Abraçou o cano com os calcanhares, escorregando lentamente até que suas mãos encontrassem o chão e pudessem sustentá-lo. Ele se soltou, deitando-se no chão de barriga para baixo.

Seus movimentos eram graciosos e Louis estava completamente encantado, observando o total controle que Harry tinha sobre cada parte do próprio corpo. Cada arquear de costas fazia seus olhos brilharem e queimarem contra a pele desenhada pelos perfeitos traços pretos, e o cabelo que caía para trás despertava em Louis a imensa vontade de enrolá-los em sua mão e puxá-los só para ouvir qual seria o barulho que iria escapar por entre aqueles lábios pecaminosos.

Louis tomou um gole do whisky direto da garrafa sem nem se importar em tirar os olhos de Harry. O rapaz continuava dançando, fechava os olhos a cada giro até se colocar do outro lado do pole. Ele se abaixou, equilibrando-se na ponta dos pés enquanto tinha as pernas flexionadas e segurou no cano prateado. Levantou-se devagar, arrastando as mãos consigo e se aproximou ainda mais, colando o lábio inferior no pole para que ele se abrisse e porra, Louis sentiu sua pressão cair.

Ele se ajeitou em sua calça agora desconfortavelmente apertada e bebeu um longo gole de seu whisky, deixando algumas gotas escorrerem pelo canto dos lábios. Harry entendeu de imediato, sorrindo ao observar o pomo de Adão de Louis subir e descer, e a bebida trilhar o canto do queixo de Louis.