Terceiro - Família

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O prédio era enorme, tendo quatro andares e uma entrada bem colorida e chamativa. Fazendo jus ao seu objetivo, afinal ali era um orfanato, local de refúgio para diversas crianças.

--Ah! Will –A garota que lhe chamou era morena e bastante alegre, Piper sua prima e namorada do delegado ou melhor dizendo, do primo de Nico, Jason.

--Oi Piper. –Cumprimentou de volta com um sorriso cansado, havia passado a noite no hospital como já ocorria há algumas semanas, sempre fazendo companhia para o marido. –Cadê todo mundo? –perguntou confuso, ainda estava cedo.

--Dia da visita do médico. –Esclareceu se encaminhando para a enfermaria. –Estão fazendo o exame de rotina nos pequenos.

--E a Rachel? Como está? –a morena suspirou.

--Com saudades de vocês dois, sempre perguntando quando você vai vir e leva-la para ver o Nico. –falou, fitando o loiro que suspirou cansado.

Will não conseguia agir condizente com seu cérebro, afinal, o mesmo mandava seguir e cuidar de tudo enquanto o marido não acordava. E seu coração permanecia magoado, desejando apenas permanecer ao lado de Nico.

--Eu vim busca-la especialmente para isso. –disse no momento em que a mulher abriu as duas portas que levava para o espaço da enfermaria.

--Ela vai amar passar um tempo com vocês. –Afirmou com um sorriso compreensivo. –Mesmo o Nico estando daquele jeito.

--Imagino que sim...—confirmou, encarado as crianças que permaneciam sentadas na cadeira cada uma esperando a sua vez, enquanto os mais velhos supervisionavam para não dar uma confusão.

--Papai Will!!! –o grito infantil foi o aviso que o loiro precisava, antes que um corpinho pequeno agarrasse em suas pernas.

--Oi minha princesa. –falou o médico, sorrindo ao coloca-la nos braços. –Como você está?

--Bem, o Mike disse que estou muito bem, então eu já posso ver o Papa Nico. –Resmungou por fim, manhosa.

--É mesmo? –a ruivinha era um poço de manha, principalmente quando queria algo. –Que tal nos irmos lá agora? Hm?

--Mesmo? –os olhinhos verdes praticamente brilharam com aquela afirmação.

--Sim.

--Vamos Rachel, vou trocar sua roupa para você ir. Vem. –A pequena assentiu segurando na mão da tia Piper.

Will suspirou se encaminhando para a sala aonde ficava o consultório, fitou a outra criatura loira que permanecia em pé escutando o coração de uma das crianças do orfanato.

Deu uma leve batida na porta no momento que o médico liberou o pequeno.

--Will...e aí maninho. –A criatura ou melhor, seu irmão Michael, sorriu. —Veio ver a Rachel?

--Sim, vim busca-la para ver o Nico.

Michael assentiu em concordância.

--É bom, ela está com muita saudade de vocês dois. –falou encarando o irmão mais novo, que encolheu os ombros, aquilo parecia quase uma bronca.

--Desculpe. –pediu constrangido. Michael apenas balançou a cabeça, bagunçando os fios loiros de seu irmãozinho.

--Não precisa se desculpar. –Iniciou com um sorriso complacente. –Mais não ignore o fato que existem pessoas que se preocupam com você e que querem o seu bem.

O mais novo assentiu, sim, ele não poderia que esquecer que não estava sozinho.

--Agora vai lá levar sua filha para ver o pai. –Mandou, empurrando o irmão devagar, incentivando-o a ir.

--Obrigado. –Agradeceu, mais Michael apenas sorriu, dando um tchauzinho.

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O clima no carro era agradável, a criança balançava as pernas animada ao som de uma das diversas musicas infantis que o loiro mantinha em um pen drive.

--Papai? –chamou abraçando o cachorrinho de pelúcia que Nico lhe dera no dia de seu aniversário.

--Sim?

--Será se o papa Nico vai acordar para a festinha de aniversário dele? –a pergunta saíra inocente e esperançosa.

O loiro fitou a figura ansiosa pelo retrovisor.

--Eu não sei meu amor, mais vamos rezar e torcer para que ele acorde logo. Hm? –a sua fala fez a pequena assentir.

--Tomara que ele acorde logo, quero dar o meu presente logo. Eu que fiz. –se gabou, totalmente orgulhosa de seu feito.

--E o que foi que você fez para ele? –perguntou com um sorriso no rosto, devido a animação expressa no rostinho infantil.

--Hihihi é segredo, não posso contar. –Afirmou com um sorriso sapeca nos lábios, nesse momento ela parecia e muito com o marido. Confirmou o loiro balançando levemente a cabeça.

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Por onde passavam os enfermeiros e residentes sorriam e acenavam para a pequena, que descansava tranquila nos braços do médico loiro.

--Ei Rachel.

--Tia Sophy. –falou alegremente levantando os bracinhos e acenando para a figura que sorria doce para si.

--Veio visitar seu papa princesa? –questionou acariciando os fios rubros com carinho.

--Hmrum...vim fazer companhia para ele não ficar tristinho. –Esclareceu e a morena sorriu assentindo.

--Que bom então, tenho certeza que ele vai ficar muito feliz com a sua visita. –Confirmou, dando um tchauzinho e jogando um beijo para a pequena, enquanto se afastava da dupla.

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O quarto permaneceria em silêncio se não fosse pelo leve cantarolar que Rachel projetava, Will conhecia bem aquela música e tinha certeza que se Nico estivesse acordado estaria sorrindo muito neste exato momento. Afinal, ele cantava aquela música para a pequena, sempre que a mesma ia dormir com eles.

Nico sorriu ao observar as duas crianças brincando na sala. Bem, uma era criança por idade física e a outra pela mental. Concluiu fitando a brincadeira entre Will e a pequena ruivinha.

--Não vale. –Resmungou a pequena chorosa. –Papa Nico...o papai Will está trapaceando. –Dedurou no momento em que percebeu o moreno parado na porta da cozinha.

--Eu não, você que está enrolando sua pimentinha. –Declarou o loiro com um sorriso nos lábios, agarrando a pequena nos braços, enchendo-a de beijos. Arrancando diversas risadas da mesma e um sorriso divertido de Nico, que admirava a interação dos dois com um carinho enorme.

Eram uma família agora, finalmente eles poderiam ter a própria família, e aquilo é emocionante.

--Ei seus dois trapaceiros. –Chamou quando o marido e a ruivinha se jogaram no chão depois da brincadeira. –Hora de jantar.

--Ebaaa! Comida. –gritou correndo animada para o banheiro. –Vem papai Will, lavar a mão para comer.

--Já vou sua fominha. –disse risonho, dando um selinho no moreno e se dirigindo ao banheiro.

Sim, aquela era a sua família agora e tudo nunca pareceu tão certo, quanto naquele momento.

Cinco Motivos Para AcordarOnde histórias criam vida. Descubra agora