🌈III. Tão lindo quanto você.

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Seus olhos giravam por todo o cômodo do seu quarto antigo na casa dos seus pais, entretanto, não porque se sentia mortificado ao ter a bela visão de seus pôsteres de Madonna nas suas paredes e encontrar seus cd's favoritos dos Backstreet Boys e ficar se perguntando como ninguém percebeu seu lado mais purpurinado, e sim porque seus globos oculares estavam quase saindo de órbitas de tanto que os reviravam por puro desprezo ao que a dupla tico e teco falavam em prol da sua famigerada não liberdade.

- Eu já disse! - Exclamou ouvindo seu coração agitado tamborizar em seu peito por falta de paciência. - Cara, eu não posso ser gay. - Aquilo saiu de si de um modo sério, contudo seus amigos fizeram questão de menosprezar suas palavras com risadinhas debochadas.

- E eu já disse mais de mil vezes que você é gay. Você gosta de beijar o Gogo Boy, então você é muito gay. - Tae se levantou da escrivaninha velha do Park, deixando seus joguinhos de cartas no computador antigo de lado. Então, Seokjin, que estava bem à sua frente, apontou os dedões em sua cara.

Meu Deus, eles jogavam mesmo as coisas em sua cara. Mas, por que ele foi abrir a boca sobre o acontecimento da noite anterior para a dupla de najas mesmo? Não sabia muito bem, só sabia que se arrependia amargamente disso.

- A sua mãe não ensinou que é falta de educação apontar o dedo na cara dos outros, não? - Perguntou retoricamente o loiro, franzindo o cenho diante a astúcia do Kim mais velho.

Jin, no entanto, ignorou de sua pergunta.

- E eu já disse que não tem dessa de "poder ser ou não". - Jin iniciou, o empurrado de volta para sentar na cama quando o mais baixo fez menção de se pôr de pé. - E aquieta essa raba aí que você vai me escutar para ver se entende alguma coisa nesse cabeção oco. - Decretou, e o outro praguejou em resmungos. - Apenas para de ser infantil, Jimin! Se situa nessa vida, cara. Você não vai para lugar algum apenas vivendo em prol de terceiros. Aprenda que a felicidade deles não é a sua. O que estou te falando não é um conselho para você magoar seus pais com atitudes babacas, mas vai por mim, se eles te quisessem ver feliz de verdade, não tentariam te transformar em um robozinho com uma vida de mentira condizente o que eles acreditam ser o melhor para você. - Ele mal parava para respirar entre uma palavra e outra, assustando o Park, que achava que seu amigo havia virado o Eminem coreano.

- Você não entende. - Murmurou o mais baixo, cabisbaixo. Desde o seu beijo com Jeon, cada terminação nervosa existente em seu ser estava mais do que agitada, o levando para um estado de inquietação ou, por muitas vezes, quietação extrema. - Quem me garante que eu vou ser feliz se jogar tudo para o alto a favor de uma sexualidade que não acrescenta em nada em minha vida? Tudo para beijar alguns homens em praça pública enquanto as pessoas me olham com desprezo e nojo? Eu não quero me sentir assim mais.

E aquilo foi o estopim para os dois Kim's, que se sentiram a ponto de voar sobre o loiro e o estapear por ser tão idiota. Da onde ele tinha tirado tantas merdas como aquelas para sair dizendo assim? Que babaca!

- Olha o que você está falando! - Seokjin apontou exclamativo. - Você está se tornando um babaca com preconceito do que você mesmo é. - Jimin revirou os olhos.

- Eu não estou sendo idiota, eu só não quero ver o desprezo nos olhos dos meus pais para comigo. - Sussurrou.

Se sentia triste e irritado com aquele tipo de conversar, pois nada era tão fácil quanto os seus amigos afirmavam.

- Qualé? Do jeito que você tá pensando igual eles, logo, logo vai querer se afastar de nós também porque "nós somos más influência para você". - Tae resmungou antes de se dar conta de maneirar nos julgamentos, afinal, Jimin não tinha de um tudo culpa por viver preso nos mandamentos de seus pais. - Olha, quando dizemos para ser você mesmo, não estamos falando para você ir correndo atrás de um macho, de preferência o Gogo boy, e sim para que você tenha a liberdade de expressão e autonomia, da qual você está sendo limitado. - Sentou-se ao lado do amigo, falando manso. - Eu só quero te ver sorrir com mais frequência, Ji. Eu só quero te ver tomar suas próprias escolhas sem medo de ser apontado ou olhado com desprezo. Você é o que você é, e, se não podemos ser nós mesmos, o que temos de relevância nessa vida?

Cara, eu não posso ser gay •Jikook •Onde histórias criam vida. Descubra agora