🌈VIII. Uma boa metamorfose.

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— Jungkook, eu não vou, já pode esquecer. — Proferiu Jimin, inquieto enquanto se remexia no sofá para ajustar seu corpo e sua cabeça que possuía o colo de Jungkook como travesseiro.

Não fazia meia hora que haviam levantado da cama para continuarem o dia juntos fazendo nada de importante, apenas trocando carícias, palavras bonitas e encorajamentos — esses saíam da boca de Jungkook, que estava embirrando para que Jimin o acompanhasse em seu trabalho naquele dia. Para o loiro estava ótimo se fosse mesmo só isso, entretanto, o Jeon dissera que ele não só o acompanharia como também cantaria lá. Jimin jurava de pé junto que não sairia dali nem que fosse forçado.

A ideia de cantar parecia tão errada aos olhos de seus pais que, com o passar do tempo o medo que contraiu por não saber se seria muito bem aceito em um palco de verdade passou a atormentá-lo silenciosamente, como se o corroesse por dentro. Quando mais novo, Jimin treinava somente quando seus parentes não estavam em casa e, embora fizesse seu máximo, nunca achava que tinha uma voz boa o suficiente para o canto.

Mesmo assim, não conseguiu parar. O Park sentia-se perseguido pelo seu próprio sonho, mas não de uma forma necessariamente ruim. Era ótimo, e ele adorava tirar dez minutinhos do dia para entrar na sua bolha confortável e começar a praticar, começar a se sentir confiante.

Ele amava usar a voz para expressar seus sentimentos mais profundos que não tinha coragem alguma de externar, porém, se apresentar em um palco cheio de gente era um pouco demais para Jimin. E se o público não achasse sua voz bonita? E se pedissem para parar de seguir seu sonho assim como seus pais fizeram?

Jimin não sairia daquele sofá.

Jungkook trouxe sua mão livre para fazer um cafuné no mais velho, já que a outra estava apoiando sua cabeça. Sabia que o Park tinha todo o direito de escolher não ir, mas faria o máximo para que ele acabasse indo. Sua meta era deixar o grande amor da sua vida feliz e seguro de si e moveria mundos e fundos para que isso acontecesse.

— Certo, você está certo. Como eu posso te persuadir se nem ao menos escutei sua voz direito? — Trilhou o rosto um pouco gordinho até que chegasse nos lábios rechonchudos para deixar uma carícia. — Pode cantar pra mim? Qualquer coisa que você quiser. — Disse, antes de dar um pequeno sorriso.

— Jungkook, não sei não… — O loiro fraquejou, desvencilhando a troca de olhares que mantinha com o outro. De alguma forma, algo o impedia de fazer as coisas que queria e, ainda era um tanto difícil fazer aquilo sem sentir um nervosismo surreal.

— Por favorzinho? — Pediu, fazendo um biquinho fofo que logo selou os lábios rosados do Park em uma descarada súplica. Jimin torceu-os logo depois, estava pensativo. — Vamos fazer assim? Eu não preciso te olhar, só escutar. — Cobriu os olhos e murmurou um “pode começar”.

— Jungkook, eu não sou uma criança. — Ditou enquanto gargalhava e desferiu um tapinha no braço do outro. Por mais besta que fosse aquele ato do mais novo, Jimin sabia que se sentia um pouco mais confortável daquela forma.

— Vai, você consegue. Aposto que canta como um anjo. — Proferiu e sorriu. Mas, não foi um sorrisinho mixuruca, não. Foi o sorriso mais lindo que Jimin já havia visto em toda a face da terra, uma verdadeira cura para toda a tristeza e insegurança do mundo, uma pérola.

O loiro então, respirou fundo, olhou para qualquer ponto fixo que o distraísse naquele momento — o céu parcialmente nublado do começo da tarde —, puxou toda a pouca coragem que tinha lá de dentro e finalmente, cantou.

Neodo apeujanha 'cause you’re mine
I just want to blow your mind
Ileohge neon tto meol-eojyeo man ganeunde
Amuleohji anh-eunde
Geuleohge malhaneunde
Sasil-eun naega geuge aninga bwa
I want you to be your light, baby
You should be your light
Deoneun apeuji anhge
Nega useul su issge
I want you to be your night, baby
You could be your night

Cara, eu não posso ser gay •Jikook •Onde histórias criam vida. Descubra agora