Cara, eu não posso ser gay •Jikook •

🌈IV. De volta a estaca zero.

Era um parque municipal. Mais do que isso, uma vasta área verde de beleza esplêndida e fantasiosa de tão linda. E Jimin se mostrou mais do que encantado por ver tantas flores e plantas em um único lugar. Seus olhos se encheram de vislumbre ao deixar Lucie de lado e seguir Jeon para dentro do parque municipal, o qual ele próprio nem sabia da existência e se martirizava por isso naquele instante. O lugar era bem iluminado por postes de luzes bonitos, que o lembrava até mesmo daqueles de Londres quais pôde ter a sorte de ver quando foi a cidade há alguns anos atrás junto aos seus pais.

Sorriu, não sentindo nada além da alegria ao poder admirar o quão tudo ali era tão bonito e aconchegante, e seu peito até se aquecia em calmaria, ainda que o espaço estivesse sendo visitado por muitas poucas pessoas naquela hora da noite, afinal, era domingo, mas nada do que pudesse o incomodar, mesmo com o barulho de vozes pertencentes a pessoas genuinamente feliz.

Por um segundo, desejou sorrir tão facilmente como elas.

O moreno, que seguia à frente, parou de abrupto um metro longe, que se diminuiu a centímetros quando o loiro continuou sua caminhada sem rumo à medida que suas orbes curiosas se enchiam de um brilho que, dessa vez, não era de lágrimas, e sim de encantamento. Jeongguk se sentia finalmente em paz por conseguir ver os olhos pequenos do outro sorrirem verdadeiros pelo primeira vez. Amava estar ali pela tranquilidade e beleza que a natureza proporcionava, e agora via que seu companheiro finalmente conseguiu adquirir o que tanto necessitava naqueles momento de caos que pareceriam se suceder em sua vida anteriormente.

Em admiração por dar ao loiro um pouco de calmaria, Jeon quem ficou para trás dessa vez, em seu campo de visão a imagem de Jimin todo contemplativo e bobo como se estivesse devidamente preso em um conto de fadas. O parque era tão lindo que tão bem se assemelhava aos bosques retratados nos filmes da Disney, sendo possível que ouvissem os cantos dos pássaros e o ar fresco esvoaçar suas madeixas. Aquele ambiente cheirava a paz, de fato.

- Aqui é tão lindo...- O Park suspirou, abrindo os braços como se estivesse completamente surpreso, levando o moreno logo atrás a sorrir. - que eu até mesmo tenho vontade de sair saltitando e cantarolando por aí junto às crianças que estão correndo atrás dos patos. - Disse todo bobo, e Jeon quase não conseguiu conter a necessidade incontrolável de o tomar em seus braços.

Era algo instantâneo, não premeditado. Se encantava por aquele ser de pálpebras apertadinhas e inchadas pelo choro anterior sem saber o porquê. Park Jimin definitivamente não era como os seus outros clientes. Não se convencia disso, pois já aceitava muito bem o que tudo em si dizia ser verdade. Lidava muito bem com que sentia e como era de fato, e a precisão que cada fibra sua se enchia de ter Jimin consigo não o faria querer ignorá-lo, e sim tê-lo. Era clichê como um simples beijo veio a o deixar sedento por mais, embora temesse parcialmente que aquilo pudesse ser fogo momentâneo, porém sabia que algo ainda mais forte em suas entranhas o alertava não ser apenas desejo.

Incrivelmente, sentia medo pelo primeira vez em tempos. Não por ter consciência que o queria, e sim também por perceber que ele estava tomando controle de tudo em si sem fazer esforços. Sempre foi forte em suas escolhas e centrado para saber tomar as rédeas de tudo, mas, naquela ocasião, sentia tudo se perder ao dar-se conta de ter seu coração apertado por Jimin aparentar estar magoado e ainda mais cogitar a ideia de mostrar ao o outro o seu cantinho favorito em meio à metrópole, que incrivelmente ainda não fora descoberto por ninguém naquele parque muito movimentado.

Sim, estava perdendo o controle por Park Jimin, o marido de sua amiga, e, bem, não era como se estivesse acabando com um casamento em prol de seu próprio desejo, mas sim libertando alguém de viver em mentiras cruas, como sabia que Jimin vivia, ainda que fosse egoísmo de sua parte.