Capítulo I

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Algumas horas depois...
⁃  Nem sei como concordei com isso... - Dulce bufou passando as mãos pelo cabelo.

⁃  Você está desesperada, Dul. Situações extremas, exigem medidas extremas. - Christopher sorri de canto, esticando a mão até o rosto dela, acariciando delicadamente sua bochecha. Em contrapartida, Dulce cruza os braços, semicerrando os olhos.

⁃  Leve isso a sério, Christopher. Por favor. Uma trégua. - Ela suspira, estendendo a mão.

⁃  Tudo bem. Eu sei que significa pra você. - Ele aperta a mão dela. - Mas então, já tem vestido, algum roteiro...?

⁃  Fiquei sabendo hoje, ainda preciso pensar em tudo. Mas enfim, eu vou pra casa, ainda preciso desfazer minhas malas. - Dulce dá um meio sorriso. - Pensando agora, isso parece uma loucura. Uma bobeira. - Ela confessa em tom baixo, sentido-se envergonhada.

⁃  Para com isso. Vai ser divertido. - Christopher coça a nuca, incerto. Realmente não era uma decisão muito sensata, mas ele sabia o quanto aquilo significava para Dulce. Alfonso havia feito ela sofrer por muito tempo e agora, ainda com a audácia de esbanjar sua felicidade na cara dela. Eles eram colegas e Chris não deixaria isso barato.

⁃  Obrigada. - Dulce sorri verdadeiramente e se afasta. Ela não gostava de se sentir tão vulnerável assim, seus sentimentos eram só seus e Christopher não passava do irmão de sua melhor amiga. - Preciso ir agora. Seja bem vindo de volta, Uckermann. - Ela diz com uma despedida singela, seguindo até seu carro.

Encostando-se na porta de carvalho branco, Christopher observa a mulher se afastar. Não entendia como alguém como ela, tão inteligente e espirituosa, pudesse sofrer por tanto tempo pelo mesmo homem. Alguém que não a merecia. Era patético.

Esses eram os motivos de suas velhas brigas. Ele sempre tentava alertar mas Dulce sempre foi teimosa e fechada. Era como muralha, apenas alguns conseguiam entrar. Até o momento, apenas Maite, Christian e Poncho.

Suspirando, ele nota que ela já havia partido e retorna para dentro.

⁃  Meu filho, você precisa descansar! - Sua mãe sorri carinhosamente, apertando as mãos em suas bochechas. - Não se esqueça de que bem... Agora que voltou, deveria dar uma chance para... - Ele a interrompe antes que a mãe termine.

⁃  Não comece, mãe. Você sabe que já terminamos há muito tempo, inclusive, eu já tive umas três namoradas depois dela. - Christopher gargalha. - Eu preciso descansar agora, a viagem foi longa. - Ele pausa, seguindo até seu quarto.

⁃  Mai, tente falar com ele. - A mulher ainda insiste, sussurrando para a filha.

⁃  Mamãe, não comece! Você sabe que Chris não gosta que se metam em sua vida pessoal! - A morena alerta, beijando a testa da outra. -  Também vou para o meu quarto, boa noite.

⁃  Ok, ok! - A mais velha suspira derrotada.

Perroni vai até seu quarto, sendo parada pelo irmão no meio do caminho.

⁃  Mai... - Ele chama, debruçado na fresta da porta. - Será que é mesmo uma boa ideia acompanhar Dulce no casamento? - Christopher pergunta após conseguir sua atenção, enquanto Dulce fazia o mesmo numa chamada telefônica.

⁃  Chris, é tão infantil eu fazer isso. Ainda mais mentir assim, estaria sugerindo que eu e Christopher estamos juntos e Alfonso conhece ele! São tantas as chances de dar errado... - Ela dizia saindo de seu automóvel.

⁃  Dul, não é hora de ser madura agora! Você perdeu uns 8 anos da sua vida por causa desse homem! Minha filha, você já tem 25 e vive como se fosse uma viúva. - Christian fala naturalmente, como se fosse um elogio. Dulce balança a cabeça negativamente, sorrindo de canto.

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