Capítulo VII

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Cinco noites. Faltava pouco, mas pelo menos agora Dulce já tinha tudo arquitetado. Ansiosa, coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha, enquanto debruçada na janela aguarda a chegada de Maite e Christopher.

Já havia arrumado a casa para receber os pertences da amiga e mais que nunca, ansiosa para passar as regras a seu namorado alugado.

Mirando o relógio de pulso, tenta não roer as unhas mordendo o lábio inferior. Já passava das nove, normalmente estaria dormindo, mas nesse contexto, relevou uma noite mais curta de sono.

Abandonando a janela, se senta na ponta do sofá, encarando o vazio por alguns segundos, sendo surpreendida pelo sonoro ressoar da campainha, correndo até a porta.

- O porteiro nos deixou passar. - Maite comenta rapidamente, sua voz animada se torna levemente aguda, o que se intensifica quando Dulce a puxa para um apertado abraço.

- Mai! - É tudo que a outra consegue dizer, por mais que desejasse expressar o quanto aquilo significava para ela.

- Talvez a sua felicidade acabe quando ver tudo que trouxe. - Maite avisa receosa, comprimindo os lábios em seguida.

Dulce revira os olhos e balança a cabeça negativamente, acertando um tapa leve no braço da morena.

- Eu vou reclamar pela decoração por alguns dias, mas tudo bem. - Assegura apertando as mãos de Perroni.

- Mas agora vamos lá embaixo, Chris está esperando. - Maite entrelaça seus dedos, fechando a porta rapidamente, enquanto em passos rápidos avança com a amiga até a garagem.

Dulce se deixa ser conduzida, sentindo toda a animação por Maite emanada, transformar-se em tensão ao ver Uckermann.

Encostado em seu automóvel, ele enterra as mãos nos bolsos e arrisca um sorriso torto ao vê-la, já aguardando seu mal humor.

Christopher não entendia como Dulce podia levar tudo a sério ou pior, o levar a sério. Gostaria de ter mais liberdade com ela, ou que pelo menos, Saviñón se mostrasse mais espontânea. Mas isso parecia impossível, a medida de que, quando davam um passo para frente, voltavam três para trás.

- Então, nós levamos essas caixinhas, pode ser? - Maite corta o silêncio, se referindo a Dulce.

- Caixinhas?! - Dul não esconde a ironia, arregalando os olhos levemente.

- Ah amiga... - Mai dá de ombros, sem jeito.

María ri fraco da reação e passa por Christopher, tomando a frente e pegando o que lhe foi dado.

- Eu vou ajudá-las com essas. - Ele se prontifica, se unindo as mulheres.

Assentindo positivamente para a iniciativa, ainda assim Dulce assume uma postura infantil, passando rapidamente por ele.

Revirando os olhos, Christopher a ignora, seguindo a irmã que sorria alegremente com seus pertences.

Após duas horas e meia no mesmo ritmo, eles terminam de descarregar e arrumar tudo. E exaustas, Dulce e Maite se jogam no sofá, enquanto Christopher encosta-se na porta.

Posicionando as mãos na cintura, ele respira fundo, dando uma última olhada rápida pela sutil nova aparência do apartamento.

- Acho que já está na minha hora. - Christopher corta o silêncio, passeando o dedo pela tela do celular algumas vezes.

- Ah... - Perroni deixa clara sua chateação, suspirando de modo triste. - Será que não poderia ficar nem mais um pouquinho? - Maite encara o irmão, passando o olhar para a melhor amiga após alguns segundos.

Convite de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora