Capítulo X

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Entretanto, ambos são surpreendidos - negativamente - quando uma voz feminina chama pelo nome de Dulce María. Afastando-se de supetão, Uckermann desvia o olhar para o chão em constrangimento, enquanto Dulce desperta do devaneio, empurrando-o abruptamente. Nenhum dos dois era capaz de encarar Gómez.

- Me desculpem! Parece que atrapalhei alguma coisa... - Ela passa as mãos pelo rosto constrangida.

- Não atrapalhou nada. - Dulce responde rapidamente, indo ao encontro da amiga. Sem a mínima ideia de como agir ou do que estava acontecendo há alguns segundos atrás.

Christopher observa sua reação, preocupado. Todavia, completamente consciente, aceitando o que sentia. Sabia que Dulce María mexia com ele e faria de tudo para tê-la.

- Eu só estou aqui para me despedir, Christian já está indo e disse que poderia me deixar em casa. Inclusive, Maite também gostaria de falar com vocês. - Zoraida se explica calmamente.

- Tudo bem. - Christopher responde gentilmente, sorrindo da mesma forma. - Já vamos voltar para lá, não, Dul? - Ele a encara receoso, afundando as mãos no bolso da calça jeans clara que usava.

- Sim. - Saviñón responde sem olhar para ele.

A mulher toma a frente, retornando para área reservada onde estavam anteriormente, com Christopher e Zoraida em seu encalço. Rapidamente, Dulce encontra Christian e o puxa para um abraço de despedida, repetindo o ato com Gómez.

Enquanto Christopher faz o caminho contrário e segue até Maite, notando um sorriso travesso brilhando em seu rosto. Vê-la daquele jeito fez com que se sentisse culpado, sabia que Perroni era contra seu envolvimento com Saviñón, ela não queria estar no meio de seu irmão e sua melhor amiga.

- O que aconteceu? - A morena muda a expressão em seu rosto, notando o olhar distante do irmão.

- Nada. - Uckermann mente. - Mas diga, o que deseja, senhora? - Ele brinca, sorrindo de canto.

- Pode levar a Dul em casa? - Maite sugere incerta. - Não quero que ela volte sozinha e bem, Koko me chamou e...

- Por mim... - Ucker engole em seco, desviando o olhar. - Mas é melhor dizer isso a ela. E depois me explicar sobre o Koko, sabe que preciso ter uma conversa com ele!

- Nem comece... - Maite gargalha, balançando a cabeça negativamente. - Eu vou lá falar com ela. Obrigada, maninho! - Ela o abraça carinhosamente por alguns segundos.

Dulce observava a cena de longe, com a ida de seus amigos, estava entre a dupla. Ela sorri forçadamente ao notar Maite caminhar em sua direção, apertando as mãos da amiga em sua chegada. Não entendia muito bem o que Perroni dizia, apenas assentia positivamente. O álcool já pesava em seu organismo.

- Tudo bem mesmo, então? - A morena pergunta mais uma vez. - Vou avisar para o Ucker que já pode pedir o táxi, ele te deixa em casa e depois vai embora.

- Mas você vai para onde mesmo? - Dulce indaga confusa, abraçando o próprio corpo e comprimindo os lábios ao se dar conta do pedido de Maite. - Espera, então o Christopher vai me deixar em casa?

- Você está mal mesmo, hein, amiga. - Perroni não evita a expressão contorcida.

- Estou bem! - Dulce rebate. - Apenas... - Ela deixa no ar, suspirando derrotada.

Maite ri fraco, entrelaçando seus dedos e a levando até Uckermann, que aguardava no bar. A mais velha entrega a bolsa de Dulce para a dona e dá algumas instruções para Christopher, os tratando como crianças, antes de se despedir carinhosamente e abandonar o local.

O silêncio que se instaura após sua ausência é desconfortável. Dulce era indiferente demais para ele, que não suportava sua frieza, precisava falar com ela. Não se importava em criar uma briga, apenas em entender o último evento. Então respirando fundo, se aproxima para tocar no assunto, sendo surpreendido pela atenta observação de Saviñón.

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