Capítulo 2: Continuando e Sobrevivendo... (Manuella)

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Dia 1 após o início do Apocalipse. Horário: 00:04.

Abri os olhos meio zonza com a visão turva enquanto ouvia uma voz familiar me chamando...parecia o Guilherme. Quando consegui recobrar os sentidos notei que estava presa de cabeça para baixo dentro de um carro, a fumaça do motor irritava bastante meu nariz mas focava apenas em achar onde estava o Guilherme. Olhei para a esquerda e o assento onde o mesma estaria sentado agora estava sentado estava vazio, olhei ao redor e não achei ninguém até Guilherme aparecer do nada e abrir a porta. Ele não disse nada apenas puxava o cinto de segurança para me soltar do assento. Assim que o cinto soltou cai de costas no teto do carro que estava bem próximo ao chão porém não senti nada, acho que foi por causa da desorientação. Guilherme me puxou para fora do carro e me ajudou a levantar.

-- Recebi uma ligação..temos que ir.-- Ele disse caminhando enquanto me dava apoio para caminhar.

-- Ir para onde? O que diabos era aquela coisa?-- Me virei um pouco para trás mas dessa vez não havia nada.

-- Não faço idéia...só sei que arrebentou um carro e o tirou do ar como se fosse nada..-- Ele limpou um pouco de sangue que saia de uma ferida na lateral da testa.

-- De quem era a ligação?..-- Já tinha conseguido sentir minhas pernas e agora podia andar sem apoio.

-- Uma amiga nossa...vamos arrumar outro carro e vamos embora.-- Guilherme começou a dar uma "corridinha" e eu comecei a acompanha-lô.

Aquela rua não tinha um veículo ou infectado por uns 200 metros (fiquei sem ar duas vezes correndo por ali mas agradeci a Deus por não ser devorada viva por uma daquelas coisa). Então finalmente achamos um carro, era um Fiat Doblô cinza com uma das portas arrebentadas mas não ligamos e logo entramos no carro. Guilherme deu a partida e começou a dirigir atropelando um infectado aqui, outro ali até o carro parar de andar de repente. Guilherme rodou a chave na ignição uma vez e não aconteceu nada, rodou de novo e não aconteceu nada novamente.

-- Droga!!-- Ele socou o painel do carro várias vezes.

-- O que foi?-- Perguntei meio séria.

-- A droga da gasolina acabou..--Ele levou a mão a cabeça e bufou.

Olhei a redor para ver se via algum carro e achei a solução perfeita para nosso problema. Soquei o braço dele e apontei para a resposta do nosso problema. Descemos do carro e corremos para a concessionária de carros da Ford. Entramos por um buraco na fachada de vidro e olhamos ao redor do lugar escuro, não vendo quase nenhum carro, só um. Olhei para Guilherme e o mesmo olhou para mim também então voltamos o olhar para o carro.

-- Eu dirijo!-- Eu corri até o carro.

-- Nem pensar!-- Guilherme conseguiu passar a minha frente e nem vi ele entrar no carro.-- Um Ford Mustang desses não é para ser dirigido por SERES IRRESPONSÁVEIS!!-- É, ele falou dando ênfase nas últimas duas palavras.-- Nossa sorte que o tanque tá cheio, agora entra aí..vamos encontrar os outros.-- O mesmo colocou o cinto e passou as mãos pelo volante.

Dei uma olhada rápida naquele carro e adorei ele, pena que o infeliz do Guilherme não me deixou dirigir, mas isso vai ter volta. Era a primeira vez que vi um Ford Mustang daqueles preto com duas listras vermelhas e com bancos de couro. Se não fosse o Apocalipse aquele carro custaria o olho da cara.

-- Só tem um detalhe...e a chave?-- Entrei no carro e me sentei.

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