𝕾𝖎𝖓𝖆 𝕯𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗𝖙

7.8K 619 1K
                                    

SINA DEINERT

Adentro um galpão escuro localizado na divisa entre Karlshure e Mannheim. Estaciono a Harley Davidson Softail em um canto do espaçoso local, volto as marchas e desligo a motocicleta. Tiro o capacete e passo os dedos entre o cabelo olhando para o retrovisor.

As lâmpadas balançavam e piscavam à medida que o vento frio do inverno alemão invadia o local, algo que faria a Sina de sete anos tremer e sentir calafrios. Haviam algumas poças de água no chão de concreto se misturando às manchas de sangue seco.

Dou mais alguns passos adiante e chego à uma espécie de sala de controle, com alguns computadores codificados onde alguns dos capangas do meu pai trabalhavam.

Logo o velho Mitchell Deinert se aproxima colocando sua pistola Taurus 938 ACP em um suporte ao redor da sua cintura.

ㅡ Torturando o pobre Klaus novamente, papai? ㅡ pergunto olhando para um homem em uma cadeira de choque perto dali

ㅡ Ele não me dá outra alternativa. Me deve milhões de euros. Sabe que eu fiz de tudo, mas ele não coopera ㅡ meu pai dá de ombros limpando o sangue de Klaus em seu pescoço

ㅡ Pensei que ele lhe pagaria depois de ter recebido aquela cabeça de cavalo no café da manhã na cama ㅡ digo colocando a minha Taurus sob a mesa

ㅡ Nananinanão! Nada de armas na mesa, mocinha ㅡ Mitchell me repreende

ㅡ Só porque a mamãe dizia isso, não significa que tem que dizer também ㅡ volto a colocar a pistola na cintura

ㅡ Quero manter a memória da sua mãe viva, Sina. Apenas isso... ㅡ ele joga o pano sujo de sangue longe

ㅡ Chefe, o cara não quer falar ㅡ um dos capangas, mais conhecido como AC aponta com o dedão para Klaus

ㅡ Cuide disso ㅡ Mitchell faz um sinal com a cabeça para mim

Reviro os olhos e sigo até a sala onde Klaus estava sendo torturado. Meu pai costuma chamar essa sala de "sala dos horrores", imagino que você entenda o porquê do doce nome.

ㅡ De novo por aqui, Klaus? Parece estar gostando da nossa hospitalidade... ㅡ cruzo os braços me aproximando da cadeira de choque

ㅡ Fazer o que, não é!? ㅡ o torturado da de ombros enquanto seu corpo se contraia pelos choques

Começo a caminhar a passos lentos e firmes ao redor da cadeira dele, colocando as mãos para trás.

ㅡ Sabe, Klaus, você poderia ter sido um bom capanga do meu pai. Mas aí, você estragou tudo. Pegar as drogas para revender e depois gastar todo o lucro. Depois você ainda tem a coragem de nos espionar para alguém!? Lamentável, Klaus... ㅡ balanço a cabeça ㅡ Sabe que eu não pego leve, então, para o bem desses seus lindos dentes, acho melhor começar a falar onde gastou todo o dinheiro e para quem trabalha

Klaus olha para o teto, apertando os olhos com força. Vi que ele não falaria.

ㅡ Tem um ferro esquentando naquela lareira bem ali. ㅡ digo e ele continua na mesma posição ㅡ Olhe! ㅡ grito firme e ele faz o que eu mando ㅡ Seria uma pena acabar com esse rostinho com uma ferruada... vamos, diga!

Ele faz que não com a cabeça. Como um raio, puxo a minha pistola da cintura e aponto-a para a sua cabeça.

ㅡ Não me faça puxar esse gatilho e acabar com a minha reputação de inocente. ㅡ digo olhando firme para os secos olhos dele ㅡ Estou perdendo a paciência, Klaus ㅡ cantarolo

ㅡ Tudo bem! ㅡ ele grita

ㅡ Opa, opa, opa! Abaixe o tom, garotinho ㅡ digo dando batidinhas com o cano da arma na testa dele

𝕯𝖆𝖓𝖌𝖊𝖗𝖔𝖚𝖘 𝖜𝖔𝖒𝖆𝖓 • 𝕹𝖔𝖆𝖗𝖙 (interrompida)Onde histórias criam vida. Descubra agora