₁₃.

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SINA DEINERT

Estava em um grande dilema ali, eu nem estava mais prestando atenção na estrada, então decidi encostar a moto.
Olho mais uma vez para trás e eu ainda conseguia ouvir barulhos de disparos.

Um pensamento, mais um impulso que pensamento na verdade, me fez dar a meia volta e pilotar em alta velocidade até o galpão. O helicóptero do FBI passa por mim.

Paro a mato em uma das entradas do galpão, fazendo a poeira subir. Pego uma metralhadora que havia sob uma mesa de ferro e a recarrego rapidamente. Os barulhos de tiro me davam calafrios, pois eram muitos sem um intervalo de tempo entre eles.

Sigo por fora do galpão até uma das entradas laterais. Josh acabara de explodir a cabeça de dois criminosos ao mesmo tempo.

O que eu estou fazendo aqui?

Agora é tarde demais para voltar, Sina.

Mais uma vez corro a vista pelo galpão, mas não consigo encontrar Noah, o que me deu calafrios. Entro cuidadosamente no galpão.

Eu não quero matar ninguém.

Eu não consigo.

Escuto um vidro quebrando na direção da sala de tortura e vou com cuidado até lá. AC havia quebrado o vidro de uma das janelas e conseguiu se soltar da cadeira.
Atiro na direção dele, sem acertá-lo. Logo ele corre para dentro da sala e vou atrás dele, com a arma impunhada.

AC segurava uma faca grande de cortar carne.

ㅡ Eu sabia que estava armando junto com o FBI, vadia

Atiro na parede atrás dele, para assustá-lo.

ㅡ Isso que você sempre faz. Você é só uma vadiazinha que tenta se impor, mas não tem coragem. Uma cachorra que sempre seguiu as ordens do seu pai. Você é como todos nós, mesmo que queira se enganar que não é. Você torturou todas aquelas pessoas. Você é como eu. Você é como o seu pai. Você é um monstro, garota.

Atiro na mão que ele impumhava a faca e ele é obrigado a soltá-la. Depois disparo contra as pernas dele e ele cai de joelhos, então dou um forte soco em seu rosto e ele caiu no chão.

Eu estava com tanta raiva. Uma fúria tão forte me invadiu. Eu tentava parar de socá-lo mas eu apenas não conseguia parar.

Tudo aquilo que ele disse era verdade.

Eu era um monstro.

Eu era como o meu pai.

E a minha maior prova, era que eu não conseguia parar de socá-lo.

Eu não conseguia me controlar.

Sangue escorria por todos os buracos do rosto dele. Seus olhos estavam inchados e roxos. Seu nariz sangrava sem parar. Seus lábios sangravam. Até um dos ouvidos dele sangrou.

Minhas mãos estavam cobertas por sangue. Elas doíam de tanto socá-lo.

ㅡ Sina... ㅡ a voz de Noah me fez parar

Olho para o rosto de AC, que estava irreconhecível e me assusto. Nunca havia sentido medo de mim mesma, aquela foi a primeira vez. É um sentimento louco. Você sente que quer se afastar de si mesma, mas você simplesmente, não pode.

Noah me tira de cima de AC, sem nenhuma expressão.

ㅡ O que está fazendo aqui? ㅡ ele pergunta

Eu não conseguia tirar os olhos do rosto de AC.

ㅡ Ele morreu? ㅡ pergunto com a voz fraca

Noah olha para mim e vai rapidamente até AC. Ele coloca dois dedos da garganta dele e vi seus lábios franzidos.

𝕯𝖆𝖓𝖌𝖊𝖗𝖔𝖚𝖘 𝖜𝖔𝖒𝖆𝖓 • 𝕹𝖔𝖆𝖗𝖙 (interrompida)Onde histórias criam vida. Descubra agora