Capítulo 2

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Não pode ser, eu não posso ter escutado o que acho que escutei!
Meu pai, ou melhor, o homem que colocou o esperma dentro da minha mãe, tinha mandado um homem vir atrás de mim. E não era um homem qualquer, era o CEO de um grande escritório de arquitetura!

- Você...você está errado! Meu pai abandonou a mim e a minha mãe quando eu era pequena, e tenho certeza que ele não iria vir atrás de mim depois de tantos anos. Além disso, tenho certeza que um homem como o senhor não iria perder seu tempo comigo, então, me diga a verdade, quem contratou o senhor para vir aqui e fingir que é um CEO de um escritório de arquitetura e brincar com meus assuntos pessoais?!

Eu digo e o senhor Fiennes-tiffin parece ficar extremamente surpreso, mas logo um sorriso brincalhão aparece em seu rosto e eu noto duas covinhas em suas bochechas, o que só aumenta o charme do bonitão !

- Eu sabia que você podia ser durona, mas não sabia que seria tão jogo duro!
Sabe, seu pai era exatamente assim, quando ele entrava nas reuniões todos prestavam a atenção no que ele tinha a dizer e se uma proposta não o agradace ele fazia com que as pessoas mudassem seus contratos para o que fosse mais conveniente para ele...

Diz e eu percebo que o sorriso em seu rosto desaparece, juntamente com suas covinhas diabólicas. Percebo que tem algo sobre meu pai que o bonitão não está me falando, mas sinceramente, eu pouco me importo. O homem que um dia eu chamei de pai abandonou a mim e a minha mãe, e graças a isso, ela se afundou mais ainda nas drogas e só nós duas sabemos o quanto todos esses anos foram difíceis...
Olho para o relógio de vejo que cinco minutos do meu horário de almoço  já se passaram e eu ainda não comi nada, olho para o senhor Fiennes-tiffin e percebo que o mesmo nervoso e ansioso por algo, e eu sei que isso tem haver com meu pai, o que não me faz querer escutar nenhuma palavra!

- Olha, senhor Fiennes-tiffin. Eu não sei o que o senhor quer me falar a respeito do Marcos, e eu também não me importo, esse homem perdeu o direito de saber qualquer coisa sobre mim no dia em abandonou a mim e a minha mãe!

Eu digo em um tom firme, e antes que possa me levantar para ir até a porta, o senhor Fiennes-tiffin abre a boca e diz com seu sotaque britânico de arrepiar.

- Em primeiro lugar, você pode me chamar de Hero.
E em segundo lugar, eu vim até aqui porque seu pai, além de ter trabalhado para o meu pai e para mim, ele também se tornou um grande amigo para mim e minha família, e eu prometi em seu leito de morte que ajudaria a sua filha. Eu prometi que ajudaria a senhorita!

Sinto o ar escapar de meus pulmões ao ouvir o que o bonitão diz. Marcos  estava morto e mandou esse homem, que possui um nome bem peculiar mas também bonito, para me ajudar. Depois de sumir por onze anos e me deixar passar por todo o tipo de merda, sei que deveria me sentir triste por sua morte, mas não consigo, não consigo sentir falta de alguém que nunca esteve presente nos momentos mais difíceis da minha vida!

- Eu entendo que isso tudo possa ser um choque para a senhorita, mas preciso que me deixe explicar tudo o que vêm acontecendo nos últimos meses e o porque eu de estar aqui. Sei que a sua relação com o seu pai... Marcos, não era boa, ele mesmo me contou sobre como abandonou você e a sua mãe e como ele se arrependia por isso. Me deixe te explicar a minha presença aqui, porque a promessa que eu fiz de ajudar você é só a ponta do iceberg!

Percebo a maneira como o senhor Fiennes-tiffin,  ou melhor , Hero se corrige e evita chamar Marcos de " meu  pai " porque, por mais que ele de fato seja, eu não considero Marcos meu pai, não mais. E o fato de Hero notar isso e se corrigir na nomenclatura para que eu me sinta mais " confortável " só mostra o quão solícito Hero está sendo, mas mesmo assim , eu digo :

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