Capítulo 5

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Quando terminei o livro que eu lia já passava da meia noite, me espreguicei no banco de balanço e me levantei para entrar em casa, dei um pulo quando percebi que Dylan estava parado ao lado da sua moto me olhando da calçada.

- Oi figurante drogada em festas. - E ele mostrou aquele lindo sorriso com dentes perfeitamente alinhados. Esses olhos puxados não saíam da minha mente, mesmo que eu finge-se que ele não mexia comigo, estava cada vez mais difícil de me manter indiferente. Ele se aproximou e parou na escada da minha casa.

- O que aconteceu? - eu perguntei apontando para sua mão ferida nos nós dos dedos. 

- Ah... Um contratempo. - ele disse sorrindo de lado. 

- Salvando alguma mocinha no caminho até aqui?

- Digamos que sim, a protagonista. - Isso me deu um leve aperto no peito, então ele achou alguém.

- E para não parecer um mané para ela, veio até aqui para limpar a ferida?- Ele sorriu subindo as escadas.

- Exatamente, achei que minha amiga atenciosa cuidaria de mim. - Revirei os olhos.

- Se sente aí, eu já volto. - Entrei  e peguei a maleta que ficava no armário da sala, meu coração ainda protestava sobre a ideia de ele ter alguém e tentei ignorar aquela nova sensação desagradável. Voltei e me sentei ao seu lado, ele olhava todos os meus movimentos calado. Tirei alguns algodões e remédios para limpar e fazer o curativo. Enquanto eu fazia isso ele me olhava e eu tentava me concentrar apenas no que estava fazendo. Para acabar com o silêncio constrangedor, falei:

- E a mocinha, foi salva?

- Acho que por hoje sim e cuidarei para que fique bem em todos os outros dias também.

- Ah, então você é mesmo um herói? - Eu disse terminando o curativo.

- Bom... Se ela precisar disso, eu serei. 

- Uau, em poucos dias já está de quatro por ela? Essa garota deve ser incrível não? - Eu fiz a besteira de olhá-lo quando perguntei, ele estava me encarando intensamente.

- Sim, ela é incrível apesar da língua afiada, mas acredito que esse seja o maior charme dela. 

- Bom, se ela é alguém que não fica só alimentando o seu ego, eu já gostei dela. - Eu terminei o curativo e coloquei a maleta ao lado do banco que estávamos sentados. Ele encostou na parte de trás do banco e passou o braço por trás do meu encosto.

- Ela não levanta meu ego não, apesar de as vezes eu perceber uns olhares intensos na minha direção. 

- Alguém com uma auto estima tão alta não deveria se machucar dando um soco em alguém. - Eu falei apenas para provocá-lo.

- Não foi só um soco, foram 3... em um só, mas tinha mais de 20 caras. - Eu arqueei as sobrancelha.

- 20? Você é o quê? O líder de uma gangue ou algo assim? - Ele gargalhou alto. 

- Pareço ser? - Eu o olhei novamente, ele era bonito demais. Os caras que eu já tinha visto no meu passado eram horríveis, em todos os sentidos.

- Sim. - Menti. Ele me encarou e depois passou a mão nos cabelos afastando alguns fios que estavam saindo do seu rabo de cavalo baixo. 

- E você parece diferente do que tenta parecer. - Ele disse por fim. Eu realmente não esperava ouvir isso.

- Ah é? E o que eu tento parecer? - Eu sei que não deveria estar entrando no jogo dele, e já deveria ter entrado em casa e ido dormir, amanhã era segunda e toda a minha correria iria começar novamente.

Meu Bom RapazOnde histórias criam vida. Descubra agora