Capítulo 7

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Cacete, eu devo ter enlouquecido.

A imagem do meu primeiro beijo ainda estava na minha cabeça, a sensação daquelas mãos enormes no meu corpo, era incrível.

- Olí! - A voz de Aurora me fez despertar dos meus pensamentos. - Vamos ficar aqui dentro? - Voltei ao presente e acompanhei minha irmã até a entrada da escola, eu a beijei.

- Tchau passarinho, te busco as 18hrs. - Ela fez que sim com a cabeça e saiu sorrindo e acenando. 

Respirei fundo quando caminhei pelo estacionamento da minha escola, a possibilidade de faltar passou várias vezes pela minha cabeça, primeiro que o bonitão tinha descoberto um lado meu que eu escondia de todos, e segundo por aquele beijo... tão intenso, será que ele ia jogar na minha cara que eu estava caidinha por ele? Eu negaria até a morte,  com certeza. Antes que eu chegasse na sala de aula, o Sr. Firzt me chamou até sua sala, quando fechei a porta atrás de mim ele se sentou na sua mesa e me olhou por cima do óculos de grau que ele usava para leitura.

- Você está bem? Ontem eu vi você entrando em uma sala com o Dylan, ele te ameaçou o algo assim?

 Senti meu rosto esquentar um pouco com a memória, droga, eu parecia uma adolescente idiota. 

- Não, você acha mesmo que ele teria a cabeça em cima do pescoço se tivesse feito algo assim? - Firzt sorriu, parecendo enxergar mais do que eu gostaria.

- Tudo bem então, bom, foi sua última luta de qualquer jeito, foi nosso acordo... certo? - Eu desviei o olhar dele.

- Sim. - Ele não pareceu confiar muito na minha resposta.

- Olí, eu sei que eu te ensinei a lutar, era o desejo da sua mãe que você fosse durona e conseguisse se virar sozinha, mas isso pode ficar muito perigoso. Ainda há aquele ex namorado da sua mãe a sua procura, você deve ficar quieta por enquanto, cuide da sua família e não faça nenhuma burrice, tente viver como uma adolescente normal para variar. Fiquei sabendo que você está em um grupo para fazer um trabalho.

- Bom, não tive muita escolha. - Ele sorriu e tirou o óculos do rosto ficando em pé.

- Isso é bom Olí, faça amigos e aproveite um pouco sua vida. É melhor você ir, o sinal já tocou.- Assenti e quando abri a porta ele disse:

- Dylan é um bom rapaz, Olí.

- Sim... Bom até demais. - E antes que eu escutasse outro discurso dele de que eu deveria deixar as pessoas se aproximarem, eu saí da sala.

Todos já estavam na sala e a professora já explicava o conteúdo, depois que me sentei no meu lugar e lancei um olhar para Ben sinalizando que estava tudo bem, evitei trocar olhares com Dylan que estava na sua cadeira de costume atrás de mim. Uns minutos antes de o sinal tocar para o intervalo meu celular tocou com o nome de Linda na tela, pedi licença da professora e saí apressada para atendê-la.

- Oi, Linda? O que houve? - Tínhamos combinado que ela só me ligaria na escola se fosse uma emergência.

- Seu avô... Sumiu. - Segurei o ar por alguns segundos e depois soltei lentamente...

- Já estou a caminho! - Quando desliguei o sinal do intervalo tocou e eu corri para pegar minha mochila, mas assim que saí da sala fui parada por Dylan e Ben e ele foi logo perguntando:

- O que aconteceu Olí? - Meu coração estava acelerado, e se meu vô estivesse machucado? Tentei não pensar.

- Problemas em casa, preciso ir! Dylan... - ele me encarava parecendo preocupado. - Não poderei fazer a pesquisa com você hoje, desculpe. - E corri para o estacionamento, quando entrei no carro percebi que Dylan me seguiu e se acomodava no banco de carona e Ben entrou atrás.

Meu Bom RapazOnde histórias criam vida. Descubra agora