— Alice, você deu queixa dele pra polícia?
— A polícia foi chamada, eu relatei o acontecido, mas disse que não sabia quem foi.
— Então vamos fazer isso.
— Esquece, Madalena. Não vou a lugar algum.
— Mas é claro que vai. Você viu sua situação? Vai esperar que ele faça algo pior?Ela deu de ombros, e secou as lágrimas tímidas que insistiam em molhar sua face. Eu fui até o quarto e me vesti, penteei os cabelos e coloquei um tênis confortável.
— Vamos.
— Esquece isso, estou bem.
— Alice, por favor.Ela me olhou, e eu ajudei a se levantar. Não trocamos muitas palavras no trajeto até a delegacia, ao chegar lá, demoramos bastante para sermos atendidas. Depois da Alice passar algum tempo em uma sala relatando o acontecido, ela saiu com um papel em mãos.
— Tudo bem?
— Sim. — Disse se sentando enquanto eu tentava chamar um táxi.Quando chegamos em casa, eu fiz um chocolate quente para nós. Tentei conversar com ela, mas ela estava abalada demais para falar, e respeitei seu momento.
Fiquei pensando se deveria procurar a Elisabeth para entender o que estava acontecendo, e até mesmo contar o que Charles fez, mas eu estava cansada para isso, e resolvi pensar melhor no dia seguinte.
Não era fácil viver esse momento de incertezas e medo, e também não sei se eu conseguiria ficar em paz ao lado da Elisabeth sabendo tudo o que essa relação pode nos trazer.
Acordei um pouco tarde, demorei muito para conseguir dormir na noite anterior, e vi que Alice não estava na cama. Me levantei um pouco sonolenta e a vi sentada no sofá, ela parecia não estar bem.
— Já tomou café?
— Sim.
— Precisa de alguma coisa? Você está tomando remédio? Está com dores?
— Madalena... — Ela iniciou um choro sentido e me sentei. — Não precisa ter pena de mim.
— Não é pena, as coisas não são assim.
— São sim. Estou bem, eu consigo me virar, agradeço por se preocupar comigo, mas de verdade, não precisa. Isso só aconteceu porque eu procurei.
— Alice, nada justifica o que ele te fez.
— Assim como nada justifica o que eu fiz a você.Fiquei em silêncio e me levantei indo para o banho. Eu não estava bem vendo-a tão mal, sabia sim que ela tinha errado comigo, mas jamais desejava que acontecesse algo desse tipo com ela, e com ninguém. Independentemente de qualquer coisa, eu a considero muito, e sei reconhecer tudo o que ela já fez por mim. Tentei relevar esse momento que ela estava passando, e fui tomar café da manhã.
Estava na sala sentada no chão e pesquisando umas coisas no computador, quando vi que Alice pedia um táxi. Olhei para ela e esperei que terminasse a ligação.
— Vai sair?
— Preciso ir no hospital.
— Vou com você.
— Não precisa. Já disse que sei me virar.Ignorei e me arrumei, acompanhando ela até lá. Após alguns exames, identificaram a necessidade de uma cirurgia na mão. Passei a tarde toda no hospital, e assim que ela entrou para a cirurgia, eu decidi sair para comer alguma coisa.
Sophie: Oi Mada, como a Alice está? Quando eu sair do trabalho passo por aí e já aproveito para pegar o atestado dela.
Eu: Ainda não sei, a cirurgia começou há 15 minutos.No início da noite Alice já estava no quarto, Sophie tinha chegado e estava ao meu lado. Conversamos um pouco sobre o assunto, e expliquei o que aconteceu, não dei muitos detalhes sobre meu encontro com a Elisabeth, mas falei superficialmente sobre o ocorrido.
— Sinto muito por tudo, imagino como deve ser complicado.
— Confesso que estou com medo. — Disse sendo sincera, encarando o vazio. — Não consigo acreditar que ele foi capaz de agredir a Alice. Capaz de me ameaçar...
— Mas como aconteceu isso?
— Ela não quis me dizer, nossa relação já não estava bem, e não estamos nos falando direito.
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Fica comigo esta noite?
RomanceElisabeth Winter, é uma atriz que em seu auge, fecha um contrato milionário para estrear como protagonista em uma novela no horário nobre da importante emissora MEGA de televisão. A fama, era sua prioridade, e estava disposta a qualquer coisa para m...