Capítulo 06

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                  Duas semanas depois.

       Meus pensamentos soam confusos, me olho diante do espelho e respiro fundo.
      Durante sete anos eu tentei imaginar realidades diversas onde Luan me dava uma justificativa para ter sumido, onde ele aparecia e falava comigo novamente.
     Em nenhuma delas, tentavam me matar.
     Olho meu reflexo no espelho, estou vestindo uma calça jeans e uma regata simples, Kauan me convenceu de ir no mercado com ele.
_ vamos? - Kauan fala assim que apareço no corredor.
_ é seguro? Eu posso ficar, caso seja arriscado! - Falo.
_nada de ruim vai acontecer, não se preocupe! - Kauan fala e eu suspiro.

       Vamos até a garagem, onde outro carro está estacionado.
       Entro no mesmo, sem questionar de onde ele surgiu, Kauan liga o mesmo e seguimos em direção ao mercado.
      Quando chegamos no mercado, andamos normalmente pelos corredores.
_ macarrão? - Kauan pergunta.
_sim! - Falo vendo o mesmo colocar alguns pacotes dentro do carinho, que eu empurro.

         Compramos varias coisas, Kauan pegou as sacolas e colocou no porta malas do carro e seguimos para casa.
        
        Desde que ele foi ao meu quarto naquela noite, ele tem evitado falar comigo ou me dar detalhes do que está acontecendo. Chegamos em casa e eu o ajudo a guardar as coisas nos armários, em seguida, digo que dispenso o jantar de hoje e vou para o meu quarto.
     
                        ******

      Faz quase duas horas que estou na sacada, olhando para o céu que começa a se despedir do brilho do sol, respiro fundo, minha cabeça está uma bagunça.
     Meu clichê interno grita a todo instante que estou criando sentimentos, pelo cara que está ajudando a me manter a salvo, já meu cérebro, grita que é apenas uma atração muito forte e que isso durará poucos dias.
       Acabo por ir para a cama e tentar dormir, mas falho miseravelmente, as 03:40 da manhã, desço as escadas da casa, lentamente, ando até a cozinha e abro a geladeira, analiso a imensidão de coisas ali dentro e então, pego a jarra de suco, quando me viro, dou de cara com o peitoral malhado de Kauan, que fixa seu olhar nos meus olhos, em seguida, no decote do meu pequeno pijama.
       Minha respiração se torna acelerada.
_ eu não posso fazer isso! - Kauan fala, bem proximo ao meu ouvido.
       Ele não me da tempo para responder, sai da cozinha, me fazendo revirar os olhos e apoiar as mãos no balcão.

                        *****
       Acordo soando, tomo um banho rápido, desço as escadas da casa, sem sinal de Kauan na casa, resolvo explorar o pátio.
      Aceno para um senhor, de uns cinquenta anos que está na baía dos cavalos, alimentando eles.
    Ando pela pequena floresta, até ouvir o barulho da água caindo, sigo o mesmo e dou de cara com uma cachoeira, linda e convidativa.
    Bufo, irritada pela falta de biquíni, opto por ir nadar, apenas de calcinha e sutiã.
   Entro, lentamente, na cachoeira, sentindo a água gelada em contato com o meu corpo, suspiro, mergulhando.
     Exploro a Cachoeira, me deliciando nela e aliviando o enorme calor que faz.
      Fico na Cachoeira, mergulhando e nadando. Quando volto a superfície, depois de mergulhar, sinto a presença de outra pessoa na água, me viro rapidamente e novamente, ele está bem atrás de mim.
     Kauan encara os meus olhos, enquanto algumas gotas de água percorrem o seu rosto.
    Antes que eu formule algo para dizer, sua mão percorre rapidamente o caminho até a minha nuca, ele passa a mão por meus cabelos, segurando, de forma delicada, os mesmos.
     Kauan me puxa para mais perto, ainda sem reação, sinto sua respiração ofegante proxima da minha boca, fecho os olhos, aguardando seu toque.
     Seus lábios tocam os meus, Kauan coloca a sua mão livre na minha cintura, me puxando para si, aprofundando o beijo, no qual estou presa.
     Sua língua explora minha boca, enquanto suas mãos me trazem mais para si. O beijo é intenso. Não sinto mais o frio da água, agora, a unica coisa que domina o meu corpo, são seus toques.
     Nos separamos, ofegantes, Kauan pousa sua testa contra a minha e me olha.
_ eu não posso fazer isso! - Kauan fala e eu o encaro.
_porque? - Pergunto, atônita, por conta do beijo.
_ porque eu nunca senti isso antes! - Kauan fala e eu engulo em seco.
_ é ruim? - Pergunto, me livrando das suas mãos, sentindo falta do seu toque assim que faço.
_ eu não sei, Clara! Mas eu não posso! - Kauan fala.
      Eu viro de costas para ele e espero que ele se afaste, ele faz, saindo da cachoeira logo em seguida.

     Soco a água, irritada.
_ Porra! - Disparo o palavrão.

     Passo mais algumas horas na água, sozinha, antes de sair e voltar para a casa.
    Noto que a porta do escritorio está fechada, Kauan provavelmente está lá dentro, piso fundo e subo as escadas, indo tomar banho.
    Depois de lavar e secar meu cabelo, desço as escadas novamente.
_ Sim. Luan, eu sei! Faça o que for necessário. Ela sente sua falta! - Kauan fala no telefone.
     Ando até ele, desesperada, pego seu celular rapidamente e ponho no ouvido.
_Luan? Luan, você está aí? - Pergunto, ouvindo apenas sua respiração no outro lado da linha.
_ Clara! - Kauan fala tentando pegar o celular.
_ Sai Kauan! - Falo colocando a mão no seu peito, ele para no lugar.
_ Luan, fala comigo, por favor! - imploro, mas continuo apenas ouvundo sua respiração acelerada no outro lado da linha
     As lagrimas dominam meus olhos.
_Luan, seu desgraçado! Porque você não fala comigo? - Pergunto, quase gritando.
_ Luan!! - Grito, chorando.
_ chega Clara! - Kauan fala pegando o Telefone e desligando o mesmo.

     Passo a mão por meus cabelos, irritada, chorando, sentindo meu coração apertado.
     Kauan se aproxima de mim, toca o meu ombro e eu imediatamente tiro sua mão.
_ não toca em mim! - Grito, furiosa.
  
       Corro para o meu quarto, batendo a porta e trancando a mesma, deito na cama e deixo o choro me dominar.
      Minutos depois, escuto Kauan bater na porta, com toda calma que existe.
_ me deixa em paz! - Falo, com voz de choro evidente.
_ por favor! - Kauan fala, do outro lado da porta.
_ Boa noite Kauan! - Falo, suspirando.

     Escuto ele murmurar alguma coisa e em seguida, se afastar da porta. Choro ainda mais.
    Meu irmão, meu sangue, nem ao menos fala comigo.
    Pego no sono, abraçando o travesseiro, enquanto sinto meu coração apertado.





Oi cara de boi! Gostaram? E esse beijo minha gente? O que vai acontecer? Comentem!


Gif ilustrativo da Clara.

Gif ilustrativo da Clara

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