As viagens para National City que Lena era obrigada a fazer com seu pai eram extremamente exaustivas, chatas e principalmente entediantes. Seus pensamentos sempre acabavam flutuando até Kara.
Faltavam apenas alguns dias para o seu aniversário de dezoito anos, e ela parecia contar os segundos para finalmente tornar-se uma adulta aos olhos do pai. Quer dizer, esperava que a ordem de se manter 'pura' acabasse logo, já que os beijos molhados de Kara a deixava cada vez mais louca para desobedecer ao senhor Luthor.
Acreditava que seu pai havia lhe dado aquela ordem estúpida por achar que Lena era tola o bastante para engravidar alguém. Ela não era. E bom, ela não sabia exatamente se podia engravidar Kara, pois não era bem uma pessoa normal aos olhos da sociedade em geral, mesmo tendo até uma quantidade considerável de pessoas iguais a ela no mundo, porém essa informação não era muito conhecida pelas pessoas. De qualquer forma, a garota de olhos azuis era a única que conquistara Lena.
Iria perguntar ao seu pai. Já era quase uma adulta, não é mesmo? Adultos falam sobre sexo... Ela diria a seu pai que já estava pronta e assim teria seus prazeres com Kara.
Era engraçado como os homens à sua volta comentavam sobre coisas chulas e fúteis, como a partida de polo e as mulheres bonitas do bordel. Lena esperava seu pai em um dos sofás macios do banco central, o senhor Luthor estava checando seu dinheiro, e ela perguntava-se se era realmente necessário estar ali.
Sua mente voou para uns dias atrás, quando ela e Kara estavam na clareira fazendo um piquenique às escondidas. Lena adorava agradar Kara com doces e bebidas, chegando a levar até uma toalha macia para se sentarem junto à cesta. Kara elogiou cada sanduíche que Lena havia feito, mesmo que fossem apenas queijo e pão. Então, depois de saciadas e cansadas de tantas risadas, Lena permitiu-se deitar na toalha com Kara em seu peito, as mãos por trás da cabeça admirando as nuvens.
— Está vendo aquela? Parece um coelho – Lena apontou para cima, fazendo com que Kara virasse o rosto e encarasse o céu azul.
— Pra mim parece um bule de chá – Kara contestou, e Lena não segurou a risada.
— Não, é um coelho – insistiu, ganhando um beliscão ao lado da barriga – Kara, bules de chá não tem orelhas.
— Mas aquilo ali não é uma orelha, é o bico – bufou, virando-se para Lena e tocando os lábios cheios da maior com os seus – Você não entende nada sobre nuvens.
Lena ficava maravilhada quando Kara roubava-lhe beijos, sem falar que a maior era simplesmente apaixonada pelas carícias de Kara em seu cabelo, pelo cheiro que impregnava em suas roupas depois de diversos amassos trocados, e do sorriso que não deixava seu rosto na hora de dormir.
Aquilo estava sendo um segredo das duas. Nem sequer suas amigas sabiam, mesmo que Maggie às vezes suspeitava de algumas vezes que Kara voltava ofegante de algum lugar com Lena.
Lena lembrou-se do aniversário da menor no mês passado, quando fez sua mãe comprar dois pares de sapatos caríssimos e embrulhar no mais belo papel de presente da cidade. Kara quase engasgou quando ela bateu em sua porta, entregando-lhe o presente e abraçando a garota com extrema força. Alura agradeceu tantas vezes e até empurrou Cait para cima de Lena, mas os olhos da maior estavam extremamente vidrados no sorriso de felicidade de Kara.
Também riu sozinha recordando de Alex e Maggie lhe deram um vidro com óleo no natal, alegando que já estava mais do que na hora de Lena perder a virgindade. Lena escondeu o frasco em meio as suas roupas, sabia que se seu pai encontrasse estaria realmente encrencada.
— Lena! Está no mundo da lua?! – Lena foi despertada pela voz potente do pai, que segurava uma maleta, nervoso. Andava esquisito nesses últimos dias, cochichando com Lillian e deixando Lena cada vez mais intrigada.
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Hell Girl! | Supercorp (G!P) • ©Huffever
Fanfiction【CONCLUÍDA】 - Eu posso ouvir seus batimentos cardíacos, Kaa - a voz soou rouca, tão áspera que fez Kara se encolher atrás do armário velho. Suas mãos suavam e lágrimas rolavam pelas suas bochechas. Por que tudo aquilo estava acontecendo? Estava tão...