Lena e nenhuma das outras garotas ficaram para presenciar a execução.
Mesmo com sua insegurança sobre a mentira, Kara percebeu que todo vilarejo acreditou intensamente na história que Lena contou.
Ofereceram ajuda e moradia para Lena, mas Eliza se prontificou em acolher a garota e levá-la embora de uma vez daquela multidão.
Kara sentiu uma nostalgia enquanto arrumava roupas para Lena vestir depois que tomasse seu banho. Lembrou-se do seu primeiro beijo, quando a maior lhe emprestou roupas secas após tomar uma grande chuva no estábulo.
Conseguiu fazê-la sorrir por um instante quando encararam os dois corpos no espelho, a imagem de Lena com roupas menores do que as costumeiras era realmente uma imagem engraçada.
— Pare de rir, eu estou ridícula! – Lena abraçou Kara de lado, afundando o rosto no pescoço da sua amada. O cheiro familiar lhe dava conforto, e seu coração sentia-se leve por alguns segundos, segura de que tinha Kara em seus braços.
Kara iria dizer algo, mas Eliza entrou no cômodo, confusa com a imagem das duas naqueles toques tão íntimos.
Lena e Kara se distanciaram o mais rápido possível, aceitando as xícaras de chá que a mulher lhes oferecia.
— Eu queria muito que você me levasse agora ao hospital – a morena se referia ao pai, e Kara fez uma careta cansada.
— Não acha melhor descansarem um pouco? – Eliza interferiu mais uma vez, já procurando por mais travesseiros e cobertores – Veja, você pode dormir na cama de Caitlin aqui no quarto com Kara, as duas ficarão bem com a sala
— Não! Longe de mim tomar o lugar de suas filhas! – Lena se apressou, mas Eliza sorriu consoladora.
— Caitlin e Samantha insistiram. Disseram que preferem a lareira aos roncos de Kara – a mãe disse sorridente. Agora que os problemas estavam solucionados, não tinha mais motivo para o medo. Pelo menos era isso que a mulher acreditava.
— Eu ainda insisto para que me deixem ficar com a sala...
— Tudo bem, Lena – Kara apertou seu braço – Cait sempre dorme na sala por causa da lareira no inverno, na verdade, você está fazendo um favor às duas. Eu não as deixo ficar cochichando a noite toda
A cama foi rapidamente arrumada e as xícaras de chá vazias recolhidas. Eliza disse a Lena para que ela descansasse e que faria um prato especial para o jantar.
— Sua mãe está fazendo muito por mim – Lena suspirou, sentando-se exausta na cama que ficava no meio, exatamente a de Caitlin. Kara estendia alguns cobertores em sua própria cama, sentindo seu corpo implorar imediatamente por descanso.
Lena observou Kara arrastar a própria cama até a que estava sentada, resolvendo ajudar a menor que parecia fraca demais para o simples ato de movê-la mais alguns centímetros.
— Obrigada – a de olhos azuis agradeceu. Checou se a porta estava realmente trancada, em seguida juntou-se a Lena que já se deitava na cama e usava os cobertores para se aquecer o mais rápido possível.
Tudo estava bem agora. Sem medos e preocupações. Lena estava de volta, viva e à salvo. O coração de Kara finalmente teve uma trégua de tanto sofrimento.
Kara se aproximou ainda mais de Lena, abraçando o peito da maior e respirando fundo seu cheiro. A menor sentiu tanto a falta daquele cheiro familiar, das mãos firmes acariciando sua cintura, dos beijos calmos em sua testa, dos carinhos viciantes em seus cabelos loiros. Ela sentiu a falta de Lena por completo. Da voz rouca, das piadas terríveis, dos elogios que a faziam corar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hell Girl! | Supercorp (G!P) • ©Huffever
Fanfiction【CONCLUÍDA】 - Eu posso ouvir seus batimentos cardíacos, Kaa - a voz soou rouca, tão áspera que fez Kara se encolher atrás do armário velho. Suas mãos suavam e lágrimas rolavam pelas suas bochechas. Por que tudo aquilo estava acontecendo? Estava tão...