Te Encontrei

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- alguma hora da madrugada
- killer bunny

Encontro Naomi em plena madrugada na rua deserta, acompanhada apenas de um cara que a segurava pelo braço. Eu estaciono meu carro rente a calçada e vou até eles.
— Não! Me deixa. Eu não quero ir com você.
Naomi diz irritada.
— Mas Naomi…
O moreno alto insiste em um tom de autoritarismo e eu o interrompo antes que ele pudesse terminar sua frase.
— Ela já disse que não quer ir com você.
Digo ríspido e o homem alto e moreno se vai vendo que Naomi ficara ao meu lado. Ela me olha e pelo excessivo efeito do álcool –que poderia se sentir a metros de distância– desmaia.
— A não Naomi.
Digo desacreditado que ela havia desmaiado após se embriagar.
Coloco-a no carro com certa dificuldade e dou a partida para minha casa. Entro em casa com ela em meus braços e a ponho no divã a encarando sem saber o que eu faria partir daquele momento.
Depois de uns 10 min eu já havia ligado para Namjoon, ele insistiu em vir buscá-la, mas já estava tarde e eu prometi em cuidar dela, então eu teria que dar um jeito. Ela acorda ainda alterada, mas não tanto quanto antes, porém ela continua muito bêbada.
— Onde eu estou?
Ela pergunta com a voz grogue.
— Como você se sente?
— Você!
Ela diz se virando para mim.
— Eu?
— Eu te procurei por toda parte. Você tem noção disso?
Ela levanta e vem na minha direção tropeçando.
— Não ia querer me encontrar.
Digo com um sorriso sarcástico.
— Sim, eu queria. Mais que tudo eu queria te encontrar. Eu perdi dias de sono, não comi direito, só pra te achar, seu babaca!
Ela diz batendo em meu peito com raiva, mas sem força.
— A senhorita precisa tomar um banho gelado, vai se sentir menos bêbada e irá parar de falar besteiras.
Digo tentando fazer ela soltar minha camisa para não cair ao chão pelas pernas bambas do álcool.
— Eu não estou falando besteira!
Um silêncio.
Ela solta minha blusa e se equilibra, mas ainda bambeia.
— Eu falei pro babaca do detetive Jin que te encontrei. E agora ele está atrás disso.
Ela tira de sua calça um pen-drive.
— O que é isso?
Pergunto sério.
— Tudo que tenho sobre você.
Eu imediatamente pego da mão dela.
— Ou isso é meu!
Ela diz irritada.
— A partir de agora isso é meu. Agora já pro chuveiro.
Digo em tom leve e ela me encara brava.
— Vamos logo. Ou você quer que eu te leve?
Me aproximo mais dela e nossas respirações se transformam em uma só.
— Eu vou sozinha... Bunny.
Ela diz desafiadora e encontra o banheiro sozinha. Vou em meu armário e pego uma toalha, uma blusa minha que provavelmente irá a engolir e uma cueca box que a serviria como shorts. Ela já está a com o chuveiro ligado e dentro do box com as portas chamuscadas do mesmo fechadas quando entrei no banheiro.
— Sua roupa e toalha estão aqui fora.
Digo colocando-as em cima da bancado do banheiro.
— Me da a toalha? Já acabei.
Ela me pede e eu a passo por cima do blindex. Ela não parecia estar mais tão bêbada assim, mas duvido que vá lembrar de muita coisa no dia seguinte.
Ela abre a porta do box e eu a vejo apenas enrolada na toalha. Eu tentei não ver malícia, tentei não vê-la de outro modo em que ela não fosse a irmãzinha do Namjoon, mas foi praticamente impossível, talvez, se eu tivesse me esforçado mais, mas ela me tirou completamente de mim. Eu não encostei um dedo nela, apenas dei dois passos para trás e encostei na bancada do banheiro a encarando, tentando não come-la com os olhos.
— O que foi?
Ela pergunta inocente, ou se fingindo de inocente.
— Nada. Vou preparar algo pra você comer enquanto isso você se veste.
Digo saindo do banheiro. Vou até a cozinha e faço um café para ela.
— Está fazendo café?
Ela pergunta sentada ao outro lado da bancada. Minha blusa a engolia como previsto, chegando até o meio de suas coxas.
— Sim. Vai ser bom se tomar um pouco.
— Estou com sono, e um pouco de dor de cabeça.
Ela diz esfregando os olhos manhosa.
— Eu peguei um remédio pra você. Seu café, e seu remédio, senhorita.
  Eu falo a entregando uma caneca de café e o comprimido, enquanto ela me olha fixamente, ao escutar o "senhorita" ela fecha a cara. Ela toma o remédio e o café.
— Quando terminar você pode ir deitar na minha cama.
Digo saindo da cozinha e indo para o banheiro.
— Vai dormir na cama também?
Ela pergunta se virando para mim.
— Eu vou tomar banho. Você pode dormir lá.
Eu digo e ela concorda, eu entro no banheiro e começo a tomar meu banho. Assim que termino escuto batidas desesperadas na porta, apenas deu tempo de enrolar a toalha na cintura e abrir a porta para ver Naomi correr desesperadamente até o vaso e vomitar dentro do mesmo.
— Naomi.
Falo preocupado me abaixando para segurar seus cabelos.
— Desculpa, eu não aguentei.
Ela diz quase chorando.
— Está tudo bem.
Nós nos encaramos, mas por pouco tempo, pois Naomi voltou a vomitar.
— Eu odeio isso. Me desculpa.
Ela diz.
— Tudo bem. Você precisa de outro banho.
Digo ajudando ela a se levantar por conta da fraqueza.
— Não consigo ficar em pé sozinha.
Diz ela se tremendo de fraqueza.
— Tudo bem. Eu te ajudo. Vamos entrar com tudo embaixo do chuveiro.
Digo e ela se espanta.
— Mas vai molhar a sua roupa e você…
Ela fica estagnada, pois só agora percebeu que eu ainda estava todo molhado e apenas com a toalha na cintura.
— Não tem problema, eu limpo tudo depois.
Falo tirando ela do tranze e ela olha para mim.
— Pronta?
Digo ligando o chuveiro.
— Aham.
Ela concorda e eu entro junto com ela em baixo do chuveiro que dele caia uma água morna bem mais fria do que deveria ser. Nós nos encaramos em baixo do chuveiro, ela ficando toda ensopada e eu igualmente. Após um tempo eu desligo o chuveiro e a entrego uma toalha e pego uma para mim. Dou outra roupa a ela e saio do banheiro, visto uma roupa e volto até ela, a ajudo ir até o quarto. Nós nos deitamos na cama– eu não poderia deixá-la sozinha, pois a mesma poderia passar mal novamente –. Ela ainda tremia, pela fraqueza e pelo frio do banho gelado.
— Vem cá.
Eu digo e a puxo pra perto de mim, ela fazendo assim meu peito de travesseiro.
— Desculpa.
Ela brincava com o fino tecido da minha blusa.
— pelo o que?
Pergunto fazendo um leve carinho em seus cabelos.
— Por te dar tanto trabalho. Acredito que essa não deve ter sido a primeira vez, já que meu irmão pede pra que fique de olho em mim.
Era nítido um tom de tristeza e arrependimento em sua voz.
— Nunca foi um trabalho que eu me incomodasse.
  Falo quase em sussurro.
— Se Namjoon soubesse…
Eu a interrompi, por medo de minha parte.
— Não pense nele agora, depois resolvemos isso. Agora você precisa descansar.
— Tá bem. Obrigada jungkook.
Diz ela antes de adormecer. Escuta-la falar meu nome sabendo quem eu sou me trouxe uma sensação diferente, e eu pude dormir com um sorriso bobo de criança após o beijo de boa noite da mãe. Com ela aconchegada em mim eu adormeci, sem preocupações, sem dificuldade, eu me senti seguro, e em um lugar perfeito, onde eu me encaixava, onde o tempo parava e tudo era bom. Eu só não sabia ainda como lidar com essa sensação.

Killer Bunny e um amor | JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora