Sentada em um banco do Central-Park vejo o sol se pôr dentre as árvores e as pessoas andando apressadamente para o aconchego dos seus lares e suas famílias para enfim descansar depois de uma longa jornada de trabalho, então vem a pergunta: e quanto a você ?
Bom eu estou tomando coragem para enfrentar meus traumas, não que eu seja uma pessoa extremamente traumatizada,mas digamos que tenho muitas cicatrizes, não aquelas cicatrizes que marcam na pele. As minhas são mais profundas, mais complexas, do tipo de cicatriz que não tem uma solução tão simples quanto um creme ou uma cirurgia estética, pois ela está entranhada na carne, marcada no meu coração e por mais que o tempo passe e ela melhore eu sei que a sua marca vai me acompanhar para sempre, mais a questão é quanto tempo eu posso aguentar tudo isso.
Me chamo Valentina Belline, tenho 24 anos e sou CEO de uma das melhores empresas de design e distribuição de jóias da América. Quando eu era criança eu tinha o sonho de seguir os passos dos meus pais, ser bailarina como minha mãe e cuidar da vinícola que meu pai tanto amava, sempre os admirei. Quando era uma criança ingênua e saltitante achava que essa era a forma perfeita de homenagear os dois e talvez tivesse seguido esse plano de vida se tudo não tivesse sido arruinado quando tinha 15 anos.
Quando perdi minha mãe, de uma maneira brutal e desumana, ali eu ganhei meu primeiro trauma, a primeira cicatriz, passei meses trancada em casa, até ficar revoltada com a vida, tinha cansado de ser delicada como uma bailarina então larguei as aulas que um dia tiveram tanta importância para meu plano de homenagem e vi que a vida pacata de uma produtora de vinhos não era para mim, aquela época da minha vida foi obscura, fria e caótica. Até que ela chegou...
Demétria, a irmã mais nova da minha mãe, ela cuidou de mim como ninguém mais cuidaria, não que eu esteja desmerecendo o amor e os cuidados do meu pai e irmãos, jamais, mais do que eu precisava só ela poderia me dar, o amor mais próximo possível de uma mãe, mesmo eles sendo extremamente atenciosos e carinhosos comigo haveria situações em que eles não poderiam me instruir, situações que só uma mulher passa e pode ajudar a outra, minha tia não é casada e não tem filhos mais isso não a impediu de fazer o seu melhor por todos nós, depois que se recuperou do choque de perder a irmã ela voltou suas forças para nossa família e especialmente para mim e podem me chamar de egoísta por agradecer aos céus por isso mais eu sei que sem o apoio e cuidados dela eu não conseguiria continuar.
Depois de algum tempo me ajudando psicologicamente, minha tia insistiu em me ajudar fisicamente, ela me colocou em aulas de luta para que pudesse me defender, e aulas particulares de nível universitário para que eu me tornasse a melhor versão de mim. E assim minha vida foi fluindo em quedas e ascensões, quando minha tia nos comunicou que teria que se mudar da Itália para New York eu não pensei duas vezes ao pedir para acompanhá-la, e aqui estou eu, lutando dia após dia para poder me reconstruir, juntar os caquinhos e seguir em frente.
Depois de passar um tempo divagando nos possíveis acontecimentos que estão por vir eu me levanto, não vai adiantar de nada ficar sofrendo antecipadamente. Arrumo meu vestido tubinho preto que se agarra ao meu corpo como uma segunda pele, mais não de um jeito desconfortável ou vulgar, e vou em direção ao meu carro, 40 minutos depois estou em frente ao edifício onde moro, o Park Avenue,um dos mais famosos edifícios de New York
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A obsessão de um CEO (Revisão)
RandomValentina Belline, uma jovem forte e determinada que desde muito cedo passou por momentos difíceis que moldaram sua personalidade de maneira esplêndida. Antony Miller um homem frio, calculista, protetor, feroz e possessivo que vê seu mundo virar de...