VII

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Um beijo!

Meu corpo tremia de dentro para fora, meu coração estava tão acelerado que eu era capaz de senti-lo batendo na minha garganta

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Meu corpo tremia de dentro para fora, meu coração estava tão acelerado que eu era capaz de senti-lo batendo na minha garganta.

Os meus olhos ardiam para segurar o choro. Eu não estava conseguindo assimilar nada.

Tinha acordado de manhã e seguido minha rotina de trabalho, era acostumada a ter o posto de saúde invadido por uma penca de homens do movimento, mas aquele dia tinha sido diferente.

Apenas dois homens entraram e disseram que estavam com Renan, que eu não fizesse nenhum alarde e saísse dali com eles. Naquele momento eu soube que tudo estava prestes a cair por terra, e um filme da minha vida passou em segundos.

E eu só aceitei sair dali com e homens porque no fundo o meu coração sentia que meu irmão estava precisando, minha mãe sempre dizia que os sentimentos compartilhados eram coisas de gêmeos, e depois de tantos anos com pressentimentos ruins eu já sabia.

Renan não era o tipo fácil, se metia em enrascadas desde criança, e depois da morte dos nossos pais tudo piorou, o mundo do tráfico de drogas foi a opção fácil que o encheu os olhos,  e eu vi meu irmão subir de cargo dentro da favela ate conseguir o comando. Aquilo me doía profundamente, minha mãe não tinha lutado tanto para que nós perdêssemos, mas apesar de irmãos, cada um tinha sua vida e sua escolha e a dele foi a errada.

O galpão afastado trazia o meu temor a flor da pele, e tudo que tinha acontecido ali dentro provava que as palavras de minha mãe no leito de morte não foram em vão:

"Existirá pessoas ruins e boas, mas sempre serão a maiorias ruins, é o mundo minha menina, lute como eu sempre ensinei a você lutar"

Nada fazia mais sentido do que estava acontecendo agora.

Renan estava lá dentro ferido e se não morresse a polícia o levaria preso, e eu estava aqui, amarrada dentro de um carro com homens desconhecidos.

Ou talvez não fossem tão desconhecidos, eu me lembrava dele, na quadra, no dia do ensaio. O encarei um tempo querendo descobrir quem eram. E agora descobria da pior maneira.

Sabia que Renan brincava com a sorte e até era meio burro, mas matar alguém da máfia italiana era um verdadeiro tiro no próprio peito. Tinha sido burrice demais.

Eu me lembrava do primeiro italiano, tinha aparecido há alguns meses atras, tinha sido simpático apesar de não falar nada de português, tinha me dado flores e nas cinco vezes que o vi e que estava na quadra ele fazia questão de se aproximar de mim, era lindo, alto, forte, os cabelos eram escuros assim como sua barba, os olhos eram incrivelmente astutos. E eu não fazia a menor ideia de que meu irmão havia o matado por ele querer me comprar.

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