II

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Puxei do bolso da calça o lenço branco e limpei a lâmina suja de sangue

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Puxei do bolso da calça o lenço branco e limpei a lâmina suja de sangue.
Pisei para longe dos cinco corpos degolados ao chão.
Minha respiração acelerada era o único barulho ali dentro, meu peito ardia com tamanha adrenalina. Puxei a mão frente ao rosto notando como estava tremendo, precisava sair dali.
Andei em passos largos para a saída e encontrei os soldados perto do carro enquanto Gustave estava afastado falando ao celular. Notei uma pequena pia baixa e enferrujada. Me abaixei ligando a torneira afim de lavar as mãos.

— Pietro. — Gustave chamou ao meu lado e eu subi os olhos para encara-lo, e algo na minha expressão o assustou. Vi sua postura mudar e ele limpar a garganta e voltar a dizer: — Don, está tudo bem?

Me coloquei de pé e o encarei por uns segundos ainda mudo.

— Junte os corpos lá dentro, incinere eles, menos as cabeças. Falei friamente.

— É para arrancar-lhes a cabeça?

— Eu já fiz isso. Estendi o braço e um soldado se aproximou me entregando uma toalha para enxugar as mãos.

Gustave me olhou e engoliu seco antes de falar: — O que quer que faça com a cabeças?

— Salgue-as, e as mande para casa dos Rizzo.

— Para a casa dos Rizzo? Gustave arregalou os olhos provando que minhas desconfianças.

— Quando você ia me contar?

— Pietro.

— Quando ia me contar? Falei baixo dando sinal de olhar para que os soldados se aproximassem e o pegasse pelos braços.

— Pietro, eu não podia, você nao pode começar uma guerra com os Rizzo, você sabe que grande parte da família os apoia, não é inteligente começar uma guerra!

— Eles armaram isso! Gritei cobrindo seu pescoço com minha mão e o enforcando.

— Don, foi escolha de Matteo negociar com o tal Edgar sem investigar a procedência! Eles já estavam sujos por aqui! Os Rizzo não obrigaram Matteo a fechar negócio.

— Soube que Fabrizio disse que seria uma boa ideia, se Matteo não sabia do perigo não garante que eles não sabiam!

— Começar uma guerra não vai trazer Matteo de volta! Cazzo!

— Eu não me importo! Frabizio Rizzo é um homem morto!

— Mandar as cabeças destes merdas só vai alerta-lo.

Deixei um sorriso fraco sair. Dei um tapa no lado direito do rosto de Gustave. — Eu nunca pensei em mandar as cabeças, meu querido consigliere. Falei isso apenas para ter a certeza de que você me ocultou sobre isso. — Me afastei vendo o rosto derrotado a minha frente. — Nunca mais me oculte nada, Gustave, eu não tolerarei outra dessa! Podem o soltar.

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