III

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Meus olhos pareciam grudados na mulher lá embaixo, eu não me movi nem um centímetro e nem ela ousou a fazer

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Meus olhos pareciam grudados na mulher lá embaixo, eu não me movi nem um centímetro e nem ela ousou a fazer. Estávamos travando uma batalha, um contra o outro resistindo para ver quem desviaria primeiro.

Fomos interrompidos quando uma mulher já mais velha apareceu ao seu lado e a puxou pelo braço apontando para um lugar que minhas vistas não iam devido a direção.

Mais uma vez ela subiu os olhos para mim e piscou três vezes antes de abaixar os olhos e sorrir para a mulher começando a andar saindo do meu campo de visão.

- Como é mesmo o nome dela? Perguntei quando voltei a olhar para Marco.

- Eu não me lembro agora. Algo com R...- Respondeu e acenou para um de meus soldados que estava no canto oposto mostrando-lhe um celular como se estivesse em chamada. - Eu preciso falar com aquele cara, dê-me um minuto.

- Quem é? Busquei com os olhos meus soldados à postos.

- Informações. Piscou para mim antes de se afastar. Observei Marco agarrar o telefone e começar a falar. Me virei mais uma vez olhando la para baixo na esperança de ver de novo a garota. As pessoas começavam a se organizar em filas e os primeiros batuques soavam anunciando que logo a festa começaria e o samba tomaria a quadra.

Marco brotou ao meu lado dando o último gole em seu whisky.

- Pietro, disfarce um pouco e finja atender o telefone. Precisamos sair daqui.

- O que? Questionei não o encarando de imediato.

- Você vai entender tudo quando sairmos daqui, este encontro não deve acontecer agora, com a informação que eu acabo de receber, tenho certeza que você precisa decidir algumas coisas antes.

- O que de tão grave aquele homem te disse? O olhei fingindo tranquilidade e aceitei uma taça de champanhe que um garçom veio me oferecer.

- Não foi a federal quem matou Matteo.

As palavras saíram baixas apesar de que eu desconfiasse que ninguém ali entendia italiano.

Peguei meu celular no bolso de dentro do paletó e fingi atender me virando para que os homens de Renan Almeida vissem a cena e andei para perto deles. Falei algumas palavras que daria a entender que precisaria ir embora e desliguei indo de volta ate Marco.

- Despeça-nos.

- Eu já venho. Ele acenou indo para perto do homem barbudo que havia nos recebido.

Tomado de ódio pelas palavras que Marco confidenciara sobre Matteo eu desci as escadas do camarote que estávamos e mais uma vez busquei ela na quadra. Posicionada frente a bateria ela rodopiava sorrindo com um menininho de aparente pouco mais de um ano nos braços. Assim como acontecera lá em cima, ela pareceu sentir minha presença e me olhou de volta. Fiz uma pequena reverência com a cabeça como se a cumprimentasse antes de virar as costas e sair para o carro.

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