Claire

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Doce Claire,de onde roubou tamanha beleza?
Não me diga que é sua,afague a sutileza.
Não acredito que a pertença,até ontem era uma moça e tornou-se uma bela mulher.

Talvez tenha passado por alguma metamorfose.
A lagarta no casulo,logo borboleta.
Colorindo o céu com laranjas e carmim.
Mas tu vestes prada e violeta.
Mas que coisa obsoleta!
Agora quero-te para mim,doce Claire.

Lembro de seu busto recostado à janela do seu quarto,observando o tingir dos pontos no céu.
Desejaria ser um deles para investigar a imensidão a fora que embalados,se torna o réu do amor que sentes.
Mas não minta minha borboleta.
Tens medo de voar?
Queria eu uma resposta negativa para que pudesse acalentá-la para sempre no meu abraço.
Mas já que o sim é exposto em um sorriso sincero nos seus doces lábios.
Só me resta roubá-la para mim,doce Claire.

Não me julgue por te amar!
Você roubou beleza,e eu que tenho de me lamentar!?

Não sou eu que avulto uma face angelical como uma jóia de uma coroa qualquer.
Não sou eu que me visto de branco para omitir a impureza presente dentro da minha alma.
Não sou eu que piso em falso,causando sovalanco nas mentes férteis de indecisas mulheres.
Muito menos,sou eu,que conto a pétalas num demorado mal-me-quer-bem-me-quer,para decidir a minha paixão desenfreada.

Então,não me venha com falsos motivos.
Roubei-te a ti e tua beleza,pois tu e ela mantém-me vivo.
Preso à uma realidade puxada pela ironia e desprezo.

E tu doce Claire.
É o mais belo retrato do comportamento humanos na natureza.
As flores exalando sua pureza,lembram-me ao seus olhos que me puxam à clareza existente em ti.
Tu jamais poderá ser relacionada à ações mundanas.
Pois tu és o anjo que caiu como estrela.
Transformando a terra em brasas.
E meu coração numa vazia estrada.
Que só se guia por ti,doce Claire.

Mas me conte seu segredo!
Sei que roubaste com morfeu as nuvens para enfeitar o seu sono.
E convesceste Perséfone a transformar o o outono em primavera para que pudesse colher narcisos.

Não que esteja obcecado por você,doce Claire.
Mas sua inocência me domina.
Seu olhar de mulher.
Suas ações de menina.
Me prendem e me perdem,jogado num barco à deriva.

Doce Claire.
Te roubei também.
Tirei tudo de ti.
Assim como fez comigo.
Tornou-me obcecado.
Me fizeste assim.
Mas você me ama,e isso se torna ruim.
Pois quero marcar-te.
Arrancar cada pedaço de sua pele e estampar como meu.
O seu sangue diluirei em aquarela e pintarei as rosas de alguma pintura inacabada.
Seus olhos guardei no meu colar.
Assim posso levar sua alma para onde quiser.

Minha...
Minha...

Poderíamos estar juntos procurando a estrela D'alva.
Mas escolheu um desvio ruidoso.
Que me acordou no desejo de querer.
E querendo eu posso.
E podendo,te possuo doce Claire.

.Sofia Cardoso.
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Quero dedicar este poema a uma amiga minha,a qual era mais uma Claire.

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