𝓟𝓼𝓲𝓺𝓾𝓲𝓪𝓽𝓻𝓪

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Quero apenas sentar.
Tomar um chá e sei lá.
Quero só você comigo.
Já cansei de chorar conversando com o ar.
Talvez você seja meu único confidente e amigo.

E já que pergunta.
Ficar sozinha não é tão ruim.
Mas a sanidade saiu de mim.
Dando lugar a solidão e desprezo.

Por que estou te falando meus problemas?
Você nem se importa mesmo.
Está aqui somente pelo seu trabalho.
E estaria por uma razão a mais?
Me desculpe,eu me embaralho.

Não que eu me imagine com você.
Eu deitada nesse divã e você sentado de pernas cruzadas nesta poltrona com uma cara séria.
Minha mente viaja em pensamentos escuros,nada sã.

Os comprimidos que me receitou,doutor,não combatem minha insônia.
Sou aquilo que sonhas?
A ansiedade me consome,ao saber que te verei daqui três dias.

Sabes que não sou louca,pois você também precisa.
O que estou a procura?
Você faz difíceis perguntas.
Já te achei,não procuro por mais nada.

Ah.
Entenda que sou paciente em um sentido.
Tu és meu remédio,quer ser minha cura?
Teus olhos.Tua boca.Você,eu necessito.
Não quero livros de auto-ajuda.
Este tratamento nunca muda.
Isso me cansa.
Consciência pesando alto na balança.
E nós dois pagando o preço por minha ignorância.

Ah.
A cada dia sinto mais sua falta.
Se te levar para casa,recebo alta?
És a droga que me livra e me mata.

Não quero ir para o hospício.
Então fique aqui comigo,doutor.

.Sofia Cardoso.
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A sanidade se vê em luta com um amor proibido.Mas não é amor se só vem da minha parte.Uma paixão boba que já se desfez,e hoje vejo o quão estúpida um dia fui.

Caso vocês me questionem se esse poema foi sobre minha paixonite por meu psiquiatra,vou negar veementemente.

/𝐏𝐨𝐞𝐦𝐬 & 𝐏𝐨𝐞𝐭𝐫𝐲\Onde histórias criam vida. Descubra agora