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-Não negue MiSuk, eu sou o que te faz mais falta.

-Não sinto sua falta TaeYong. - disse firme ao vê-lo sorrir-.

Eu sentia. Sentia falta do sorriso. Sentia falta. Ele então  segurou na maçaneta e virou lentamente até a porta se abrir, mostrando uma escuridão intensa.

-Eu só preciso ouvir sua voz pra voltar.

-Não quero que volte.- respondi praticamente inaudível, eu estava mentindo-.

Ele abriu a porta e foi abraçado pela escuridão. E eu o segui. De repente um abismo se abriu dianteira dos meus pés

Era sempre assim.

Deixei meus devaneios assim que ouvi que minha estação tinha chegado. Eu estava tendo o mesmo pesadelo há dias. Na verdade, se tratavam do mesmo fim em lugares e contextos diferentes. Eu sempre seguia TaeYong e acordava suando frio após cair num abismo. Meu maior medo, altura. Uma pessoa, Lee TaeYong. 

Meu cérebro continuava pregando peças, me fazendo achar que precisava de Lee TaeYong. Eu já não o via a um ano. Era isso. Ele era literalmente uma droga, me deixou viciada e logicamente meu corpo ainda tentava se adaptar. Eu não podia fazer nada se meu subconsciente ainda pensava nele. Eu não ia tentar parar ou sofreria mais.
Digamos que não vê-lo estava funcionando aos poucos se não fosse essa paranoia que eu tinha todas as noites.

Nunca daríamos certo mesmo.
Subi os andares do enorme prédio até chegar no último pavimento. Numa tentativa falha de abrir a porta, percebi que havia chegado bem mais cedo novamente. Merda. Eu odiava chegar mais cedo, as reuniões acabavam tarde e eu acabava ficando mais tempo no escritório. Eu achava injusto. Tudo isso por causa da insônia dos últimos dias, acordava de madrugada e não conseguia dormir mais, aprofundada nos meus pensamentos. Mas não era culpa minha, não e? Lee TaeYong que insistia em destruir minha paz.
Coloquei minha bolsa em cima da minha mesa, dentro do meu escritório e fui diretamente até minha cafeteira. Um capuccino bem quente. Costumávamos a beber isso nas madrugadas frias de Seul.
Acho que tudo isso devia-se ao meu sentimento de culpa. Me deixava com mais raiva do que eu havia me tornado.

Resolvi tentar esfriar a cabeça, apoiei-me na parede de vidro que me permitia ver praticamente Yeouido toda. Também conseguia ver parte de Yeongdeungpo. TaeYong deveria estar lá em algum lugar, servindo os clientes do restaurante de rua dos seus pais, já que havia deixado o emprego no bistrô num prédio comercial não muito longe de onde eu estava. Era meu bistrô favorito. Mas ele deveria ser a causa disso. Ri de mim mesma e voltei até minha mesa. Eu tinha muito trabalho para um dia só.

Desci as escadas do metrô e comecei a analisar as pessoas. Céus, eu estava tão cansada e todas elas também pareciam estar. também. Esse tipo de sentimento que me faz pensar se realmente vale tudo pelo meu emprego. Digamos que eu não tinha mais nada além daquilo. Eu estava exausta. Entrei no vagão e permaneci de pé. Era apenas uma estação. Enquanto isso, observei as pessoas do outro lado, esperando o trem para a direção contrária.

Eu estava tão cansada que podia até ver TaeYong do outro lado. Pisquei algumas vezes. Minha mento novamente me pregando peças. Não tinha porque TaeYong estar em Yeouido. Apenas aceitei aquela miragem e continuei admirando o falso TaeYong do outro lado. Parecia diferente. Meu subconsciente foi capaz de mudar a cor do seu cabelo. Não era mais branco, tinha lhe caído bem aquele tom de castanho. Na verdade, eu nunca o imaginaria com essa cor. TaeYong gostava de ser inusitado. Continuei olhando até nossos olhares se cruzarem e ele permaneceu sério. Cada vez que eu passava por isso era uma reação diferente. Ele parecia muito intenso em todos os sonhos, mas nesse eu podia sentir como se seu olhar estivesse mais intenso do que nunca. Então o meu trem começou a andar. Devo dizer que me senti aliviada em TaeYong ser deixado para trás. Eu não aguentava mais ter que conviver com minhas paranoias.

the 7th sense » lee taeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora