seis.

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Senti um calafrio ao ver TaeYong entrar pela porta do passageiro.

-Bom dia.-eu disse-lhe-.

Ele se sentou e aproveitei para admirar seu cabelo. Eu realmente estava certa sobre a cor.

-Gostou?-ele disse para minha surpresa, enquanto sorria de canto-.
Por uns segundos eu perdi as palavras, uma vez que TaeYong se recusava a se dirigir a mim.

-Essa cor caiu bem.-respondi, dando partida-. Suas roupas estão no banco de trás. Desculpe não poder comparecer no dia da prova.

-Porque não foi?- e novamente me pegou de surpresa-.

-Tive uma reunião.

-Você é uma pessoa muito ocupada.- ele disse baixo-. Desde sempre.

Senti minhas bochechas queimarem. Porque ele estava fazendo isso agora.

-Me desculpe.- saiu quase como um sussurro-. -Eu...-ele foi interrompido por uma chamada no meu celular-.

Atendi pelo bluetooth do carro o número desconhecido. Quem poderia estar me ligando essa hora?

-Só um segundo- disse para TaeYong -.Alô?

-Jung MiSuk?

-Sim. - respondi tentando reconhecer a voz-. Quem é?

-Não me reconhece?- o homem do outro lado riu-.

-Desculpe, mas não.-encarei TaeYong que parecia curioso para saber quem era-.

-Sou eu, JunMyeon.

Senti um choque percorrer meu corpo só em pensar no possível desastre que passava na cabeça de TaeYong.

-A-ah, sim! Me desculpe.- respondi envergonhada-. Está tudo bem?

-Claro. Antes que me pergunte, consegui seu numero no hospital. Na verdade, lembra que você me disse que me devia uma?

-Sim...- disse analisando que eu não esperava que ele fosse querer algo em troca. Eu falei apenas por falar-.

-Eu gostaria de saber se você tem planos para amanhã a noite.

Senti meus lábios secarem. Eu estava começando a ter um ataque. Encarei TaeYong por alguns segundos até ele me fuzilar com apenas um olhar e se virar para a janela. Droga!

-Oh, bem. Eu posso te ligar mais tarde? Tenho que checar algumas coisas.

-Fique a vontade. Sei que você é uma mulher ocupada, mas estarei estarei disposto quando for melhor pra você.

-Hum. Obrigada. Até.

Desliguei a chamada sentindo meu corpo pegando fogo. Eu estava extremamente constrangida. Fiquei em silencio por alguns segundos ate lembrar que TaeYong ia dizer algo antes de ser interrompido.

-TaeYong, o que estava dizendo?-perguntei-.

-Já estamos chegando?-ele disse ainda virado para a janela-.

-Sim.- respondi-.

Aparentemente a ligação de JunMyeon não tinha sido muito agradável para TaeYong. E de novo eu estava no fundo do poço. 
Permanecemos em silencio a viagem toda. Assim que chegamos notei que tinha escolhido o lugar certo. Era uma mansão deslumbrante, com um belo jardim francês e um eixo monumental. A escadaria era a maior que já tinha visto. Vi TaeYong se ajeitar no assento enquanto vislumbrava a paisagem. Parei o carro próximo às vans da equipe de fotografia. Aparentemente a equipe de maquiagem estava já impaciente, uma vez que, não esperaram TaeYong sair do carro direito e já puxaram-no para começar a maquiagem.
Desci e me juntei a equipe de fotografia que ja discutiam os lugares para as fotos.

-Vamos tirar primeiro na parte de dentro para aproveitar as sombras e depois podemos tirar na piscina e no jardim ao por do sol.-disse um deles-.
-Certo.-sorri e me afastei subindo as escadas para adentrar o foyer-.

Aquele lugar não me parecia estranho. Era como se tivesse algo nostálgico sobre isso. Encarei as paredes e todos os seus ornamentos em ouro. O mezanino também com um guarda-corpo da mesma cor.

-Você sempre vai acabar me seguindo, MiSuk.-TaeYong disse arrastando seus longos dedos pelas minhas bochechas-. Foi pra isso que fomos feitos. Para ficarmos juntos.

-Mas eu te larguei.-respondi-.

-Você que faz suas escolhas. Com certeza, essa não foi uma escolha sensata. Mas eu te perdoo. Eu ainda te amo.

Num relance vi seu corpo se afastar do meu e ir em direçao ao guarda-corpo dourado.

-Se você me ama, você tem que abrir mão de outras coisas.

O fim da história era sempre o mesmo. Eu sempre acabava indo atrás dele. Não como se nao fosse o que acontecesse na vida real.  TaeYong sempre me puxava de volta, mesmo que tenha me ignorado durante muito tempo. Além disso, era como se ele e meu emprego não pudessem ser concomitantes.

-Aish.- suspirei-.

-Srta. Jung?- disse o fotografo-.

-Sim.- respondi-.

-Vamos começar?

-Claro.

Duas horas. Duas horas já haviam se passado e eu continuava estática atrás das câmeras e observando cada movimento de TaeYong. Ele tinha muito talento pra isso, era fato.

-Vamos para o último cenário.

Nos dirigimos até a piscina onde seria realizada a última sessão de fotos. TaeYong vestia uma camisa de seda semiaberta. Eu conseguia ver seu peitoral pálido e magro. Me trazia algumas lembranças. Os maquiadores passaram por mim indo em direção à TaeYong. Eu não conseguia saber se ele estava gostando ou não, mas podia dizer que fazia isso bem. Junto ao diretor da equipe me dirigi até TaeYong, para que ele desse as devidas instruções.

-Certo, você está indo muito bem. - disse o diretor-. Você só vai precisar ficar deitado na borda, como nessas fotos.

TaeYong analisava as fotos no celular do mais velho e então eu resolvi dar espaço e me juntei aos arbustos mais pra trás. Eram rosas vermelhas e a única coisa que eu conseguia pensar era em como combinavam com TaeYong.

Flashback.

-Você não vai pagar dessa vez.

-O que tem de errado?- perguntei enquanto TaeYong tirava a conta da minha mão-.

-É seu aniversário.

-Não tem nada de errado em me deixar pagar a conta dessa vez.

Ele revirou os olhos abriu um sorriso e tirou dinheiro da carteira, colocando junto com a conta. Pediu para que o garçom se aproximasse e sussurrou algo no ouvido do mesmo.

-O que você está escondendo TaeYong?

O garçom então lhe ofereceu um cartão e então TaeYong se levantou me estendendo a mão logo em seguida.

-Vamos. Eu quero te levar em um lugar.

Segurei a mão dele, firme. Eu não estava nem acreditando que TaeYong podia chegar às tal nível de romance. Ele me surpreendia cada vez mais. Segui seus passos pela escada do restaurante chegando ao terraço. Eu podia ver as milhares de pessoas festejando o festival das lanternas.

Cheguei mais perto do parapeito e alguns segundos depois senti os braços de TaeYong me abraçarem por trás, posicionando um enorme buquê de rosas bem à minha frente.

-MiSuk. Feliz aniversario. Eu te amo.- sussurrou-.

-É isso por hoje!

Ouvi uma salva de palmas e me virei imediatamente. TaeYong já estava pegando suas roupas e indo em direção ao vestiário. Parabenizei a equipe e me apoiei numa mureta observando começarem a recolher as coisas enquanto eu esperava por TaeYong.

-MiSuk, TaeYong tem muito talento. Você achou um menino de ouro. -disse o diretor se aproximando-.
-TaeYong é uma pessoa incrível.- eu sorri mas logo percebi que poderia soar estranho-. Ele sempre trabalha duro e da o seu melhor.
-Como ficaram as fotos?
Senti o corpo de TaeYong parar ao meu lado enquanto falava com o diretor.

-Vou enviar para a MiSuk em dois dias.  Ficaram ótimas, fez um ótimo trabalho. Bom, vemos depois.- ele acenou e saiu-.

TaeYong passou por mim e seguiu em direção ao carro. Fiz o mesmo e dei partida para a viajem de volta. Eu não podia deixar de olhar para TaeYong às vezes. Eu queria falar muita coisa mas não conseguia. Porque ele parecia tão distante? Enquanto isso ele mantinha o olhar fixo na chuva do lado de fora. Se ele não queria conversar, eu não forçaria. Aliás eu estava ficando cansada. Aparentemente tentar me aproximar de TaeYong era uma missão sem sucesso, já tinha tentado o máximo.

Em pouco mais de meia hora chegamos à casa de TaeYong.

-Chegamos.-murmurei-.

Ele olhou para os pés, pensativo e sussurrou um obrigado antes de sair do carro. Dei partida enquanto esperava ele achar as chaves até que ele se aproximou do carro novamente.
-Você vai aceitar sair com ele?

Engoli seco, sem ao menos acreditar no que eu estava ouvindo. Pisquei algumas vezes enquanto ele estava apoiado na porta esperando a resposta.

-Não tenho certeza. Eu tenho muito trabalho com a revista e...

Ele soltou o ar em deboche e deixou meu campo de vista. Adentrou o pequeno portão frontal enquanto eu permaneci alguns minutos no carro pensando no que deveria fazer agora. Na minha cabeça a distância entre TaeYong e eu só havia aumentado mesmo depois de tudo que havia acontecido nas últimas semanas. Seria um sinal pra desistir? O que eu tinha feito era ruim, extremamente vergonhoso, mas talvez ter alguém mais estável na minha vida fosse melhor. TaeYong era de fato um caso a parte. JunMyeon parecia-me ser um bom homem. Nisso peguei meu telefone e retornei a ligação.

-Dr. JunMyeon? Onde podemos nos encontrar na semana que vem?

the 7th sense » lee taeyongOnde histórias criam vida. Descubra agora