Capítulo 6

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Noah

04 de julho.

Estou na rodovia a caminho da cidade do meu filho visitar ele.

Música estoura no rádio.

E só consigo pensar que tenho problema para trás não resolvidos, mas um final de semana maravilhoso a frente.

Ver meu filhote, passear com aquele carinha, estou com saudade, morar a uma boa distância dificulta as coisas.

Aproveitei que hoje era feriado e usei para viajar de carro, já que era uma longa viagem, já é de madrugada e estou chegando na cidade.

Acabo entrando em lembrança que a muito tempo enterrei em minhas memórias, e jurei não desenterrar-las.

Mas nem sempre acontece da forma que achamos que deve ocorrer, e nossa mente as vezes trabalha contra o que acreditamos ser o "correto".

Como a dois anos atrás eu estava perdido com um garotinho no colo, sem saber ao certo o que fazer, e agora estou indo ver o meu bem mais precioso.

Me senti tão impotente, sem conseguir falar nada, mas tanta coisa aconteceu junta naquela época, que até hoje e difícil pensar e raciocinar a forma que eu reagir.

Quando reparo já estou parando em frente ao prédio da Beatriz, telefono para ela que atende na segunda chamada.

— To aqui embaixo - digo logo impaciente.

— Pode subir, só não toca a campainha, Theo tá dormindo - diz com a voz sonolenta.

Saio do carro carregando uma mochila, e umas sacolas com um café da manhã "especial" pro meu garoto, e um presente para ele e para Beatriz.

Quando chego no seu andar a vejo na porta, de roupão e com a cara amassada, e os cabelos pro ar.

— Ainda to dormindo, são 6:05 de um sábado, vou voltar a dormir um pouco, a casa e sua, faz o que quiser, aquela criança quando ligar no 320 não desliga fácil - diz divertida.

— Pode deixar - digo levando as sacolas - trouxe comida para fazer um café "especial" para nós.

— A vontade- diz já indo em direção do seu quarto.

Vou em direção da cozinha preparar o que trouxe, um pouco de tudo, e bastante açúcar, o que criança gosta, mesmo que não seja o certo, uma vez não faz mal.

Faço café, esquento pão, leite, monto a mesa, e quando me dou conta já são 7 horas da manhã e tem um garotinho me olhando da soleira da porta de olho arregalado.

— Nono - diz alegre e atrapalhado.

— Oi meu amor, acabou de acordar? - digo suavemente.

Ele balança a cabeça forte demais o que me faz soltar um risada nasalada.

— Isso é pa mi nono? - diz carinhosamente.

— Claro, para todos nós, vamos acordar sua mãe? - digo sapeca, com meu filho concordando e correndo na frente pro quarto da mãe.

— Espera Theo - digo correndo atrás.

— Maaaaamããããããeee, horaaa de acordaaar - grita todo atrapalhando.

E uma Beatriz acorda toda assustada pegando Theo no colo e conferindo cada pedacinho dele, e acho que não foi uma boa ideia.

— Mama fai coca - disse rindo.

— Ae? E você quase me matou de susto seu pestinha - disse dando vários beijinhos no Theo.

— Eu já preparei o café da manhã, vamos comer? - digo - depois podemos ir passear nos parques, o que acha?

Somewhere HardOnde histórias criam vida. Descubra agora