Capítulo 2

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Acordo com meu telefone tocando, e logo que vejo quem é, atendo e murmuro um "uhum" sonolento.

— Karoline, trata de arrastar sua bunda seca da onde quer que esteja, e venha logo, temos aula sabia? - grita uma Trice irritada.

— Cinco minutos - falo já levantando com vontade de ficar dormindo.

A noite ontem foi boa, não das melhores, depois que o, "qual o nome dele mesmo?" pergunto mentalmente. Ah sei lá, acho que é Juan, ou Jonh, nem me importo muito com isso. Mas depois de uma bela gozada, sai de fininho do seu apartamento, com o carinha desmaiado atrás de mim, e fui direto para o alojamento que dividia com Clara.

Dava para ver a diferença logo ao entrar no quarto, do meu lado, pilhas de roupas, materiais de estudo, que a um tempo não olho, e minhas coisas espalhadas por toda aquela parte. Já no lado da Clara, bom tava bem arrumado para uma universitária, roupa de cama feita, roupas nas gavetas, e as maquiagens todas separadas por um gaveteiro pequeno em cima da sua cômoda.

Logo que nos conhecemos foi difícil a convivência, principalmente que ela não suporta muito a minha bagunça, e eu não ligo pra isso, mas não toca na minha bagunça, e bom, ela tentava arrumar, brigava comigo, e essas coisas, mas depois que ela reparou que não ia adiantar muito, parou, e viramos amigas. Não como Trice e eu, mas temos uma certa lealdade, que eu adoro na menina.

Me arrumo rápido, e vou para a aula, mesmo que não goste muito de participar dela, porém para poder se manter no cheerleader, tem algumas regras. Primeiro, suas notas tem que estar aceitável, não pode reprovar ou essas coisas. Segundo, frequência nas aulas, e tem que justificar se faltar. Terceiro, manter o corpo 100% em forma, bom, principalmente se for uma "fly", como eu, e a treinadora pega pesado com isso.

No caminho até a sala de aula, esbarro em alguém bem maior que eu, já pedindo desculpa e tento correr, entretanto essa pessoa deve estar querendo brincar comigo, e segura meu braço, e quando eu olho para cima, faço cara de paisagem.

— Devia olhar por onde anda, cadela! - fala Giovani, e se um olhar matasse, bem eu já era.

— Aí desculpa, boneca, não sabia que era tão frágil, mas já estou indo, e vou deixar você em paz! - me desvencilho dele e rumo a sala de aula, agora olhando para onde ia.

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— Você está atrasada, quase não chega na tolerância - uma Trice bem irritada fala, desocupando o lugar ao lado dela que reservou para mim.

— Eu estou com um pouco de ressaca de ontem, então não briga comigo - digo revirando os olhos - mas me diga dona Trice, como foi sua noite? Foi caliente? - digo lhe mandando vários beijinhos, qual me responde com um leve sorriso.

— Você sabe que sim! - fala, mas logo ouvimos uma repreenda do professor pedindo para ficarmos quietas, e passamos a prestar atenção aula depois disso.

Bem não é que eu não goste de estudar que não presto atenção na aula, facilitava as coisas, aprendia lá e não precisa mais estudar, menos uma coisa a fazer, e mais possibilidades.

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Quando da na hora do almoço, pergunto a Trice se ela não quer ir comer numa lanchonete por perto, e quando ela ia reponder, recebe uma mensagem, pela cara nada boa.

— Aí amiga, vou ter que ir, emergencia - fala sem nem olhar para mim direito pegando as chaves do seu carro e indo quase correndo, respondendo seu telefone.

Fico preocupada, mas sei que se fosse realmente importante ela me falaria depois, as vezes precisamos só de um espaço.

Então sem companhia sigo para meu alojamento, vou comer alguma coisa daquelas máquinas, pois se tem uma coisa que eu detesto, e comer em qualquer lugar público sozinha. Assim que escolho o que comer, uma batatinha, sigo para meu quarto e ponho uma série para assistir, adoro Brooklyn 99th, e fico rindo das idiotices.

Momentos mais tarde, levanto e coloco um roupa de treino, um shortinho curto com um top preto, coloco meus fones e vou correr pelo campus, e um pouco fora, não sei ao certo a onde, mas sabia que tinha que pensar.

A dois anos atrás eu estava saindo da minha cidade natal, deixando família para trás, sendo que eu podia ter ficado em uma universidade por perto. Não me entenda mal, adoro a liberdade de estar longe da família, mas quando a saudade batia, nada melhor que poder pegar um carro e estar nos braços dela. No meu caso não poderia, a não ser, claro, se eu pegasse um avião e ficasse 6 horas nele.

Penso no motivo inicial que vim para aqui, e como as coisas mudam em tão pouco tempo, sai de lá como uma menina que tinha esperança de a vida que ela tinha iria continuar a existir da mesma forma, mas o destino é vagabundo, ou eu mesmo fui muito filha da puta, riu com esse pensamento.

Quando percebo que já corri o suficiente, e tenho que tomar fôlego para respirar, reparo que estou um pouco longe de casa e que já estou correndo a mais de 1 hora, e logo sinto a familiaridade bater na minha cara, eu sei em que bairro eu estou, minha mente me trouxe até aqui, ou até eu consciente, tanto faz, mas não deveria estar nesse lugar, já fui muito humilhada para estar por aqui, mas quando vou dar a volta encontro quem eu menos queria.

Logo a minha frente estava, a pessoa que veio comigo da minha cidade natal, pela qual eu ainda tinha esperança quando sai de lá. E como um filme na minha mente passa a menina que eu era, inocente e até boa moça, não totalmente claro.

Ele trava ao me ver, pelo jeito ele tinha acabado de chegar no prédio que mora com o amigo, e estava gato, o que eu estou falando, ele sempre foi gato. Meu ponto fraco, admito, mas não como se fosse rolar algo, ele deixou bem claro, na última conversa com mais de 5 minuto que tivemos.

Olhando assim, até lembra um pouco do garoto com sorrisos fácil que eu considerava meu melhor amigo. Como o tempo muda uma pessoa. Quando saímos daquela pequena cidade ele não tinha uma tatuagem, algo sobre a mãe ou avó não gostar. Hoje consigo ver o tanto que tem, fica bem nele. Mas ele ainda tem aquela cara de nerd que eu sabia que ele era.

Nossa eu sabia de tanta coisa dele, mas não sei mais o que era verdade e o que não era, já fazia 2 malditos anos que tudo aconteceu. Desde de lá, viramos inimigos, e bom nada de bom veio disso. Podemos falar, que ele ficou frio, e uma espécie de pegador. Juro, quando eu vi ele levar uma garota para cama, na maior facilidade, me surpreendeu. Não que ele fosse feio ou coisa assim, longe disso, o homem era quase um Deus, e depois do colégio ganhou mais músculo e deu uma crescida.

O problema era que, eu sabia que ele tinha vergonha que sair com uma garota, e tratava todas como uma princesa, com ele tinha que ter encontros antes de evoluir para algo a mais, então quando fiquei sabendo que um novo pegador tinha chegado na faculdade e era ele, bom meu queixo caiu.

— Line, está um pouco longe do campus não? - pergunta sarcástico, e era possível perceber a raiva escorrendo por cada palavra.

— Estava correndo, não percebi direito aonde estava indo, mas já vou - digo indo colocar meu fones novamente.

— Então da próxima vez, repara a onde está indo, ou pode acontecer alguma coisa com você - fala e até parece preocupado, mas ao perceber acrescenta - não que você vá se incomodar, se alguém quiser alguma coisa com você.

— Você é terrível, vou nem gastar meu tempo com você, escroto - falo com raiva, como pode uma pessoa falar tanta besteira.

— Não mais que você coisa linda - fala gritando, considerando que eu já tinha começado a correr de volta, só lhe mostro o dedo do meio sem virar para trás, e vou embora para meu alojamento, já estava sentindo falta de dar uma relaxada, se que me entendem.

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