A sexta passou voando, muito mais rápido do que Elisa gostaria. Já eram duas horas da tarde de sábado e ela ainda não havia feito nada demais. Segurava em suas mãos o bilhete que Marcos havia enviado junto ao dinheiro sobre o encontro no parque da cidade, já estava em cima da hora. Decidiu não tomar banho, nem se depilar. Também procurou o conjunto mais sem graça de malhação que encontrou na sua mala de roupas. Não queria ficar atraente. Quem sabe assim ele desistia de querer algo mais.
- Sim, ele deve estar planejando algo mais. Qual o homem que não pensa nisso? O parque deve ser apenas um disfarce. Definitivamente não seria ingênua. Resolveu não passar desodorante nem escovar os dentes também. Com o calor que estava fazendo, iria chegar toda suada. Nem ela mesma iria querer se pegar.
Antes de sair de casa encheu uma garrafinha de água, 500 ml que faziam a diferença num lugar tão quente no verão. Não levou nem 10 minutos para chegar no parque. Sua roupa cheirava a amaciante de lavanda, nunca fora uma pessoa fedorenta, mais se fosse, esse cheiro de lavanda desfaçaria muito bem. O parque estava tão cheio de gente que até ficou arrependida por não ter se arrumado melhor. Felizmente a maioria ali eram pessoas da cidade, em sua maioria crianças. Era um local muito amplo na verdade. Rodeava uma área de preservação da mata atlântica, muitas espécies nativas, achava estranho nunca ter vindo visita-lo algum dia.
- Elisa, aqui oh, ouviu a voz de Marcos dizer
Ele estava a uns 200 metros afrente na pista destinada a atividades físicas. Quando chegou mais perto viu que ele tentava andar de patins.
- Você não vai me pedi pra andar nisso, vai?
- Se você preferir se ariscar no skate fica a vontade. Particularmente sempre achei patins mais seguro, disse ele rindo. Ele parecia realmente feliz em me ver. Quem sabe que coisas sódicas poderia estar pensando que iria fazer.
- Ninguém merece Marcos... Eu não quero fazer isso.
- Eu acho divertido. Mas se você não quiser fique tranquila. É só me aguardar terminar então.
Sentou num banco próximo sobre a sombra de uma palmeira enorme sentindo-se grata por estar longe dele. Ficou observando ele andar desajeitado com os patins, provavelmente ele não sabia andar naquilo. Não iria demorar para cair feio no chão. Bem que estava merecendo mesmo. Não demorou 5 minutos e foi isso mesmo que aconteceu. Não conseguiu deixar de rir alto. Parou de rir quando uma garota se aproximou o ajudando a ficar em pé. Ela era bonita, apesar de um pouco acima do peso. Estranhamente ela segurou ele e foi guiando-o mostrando como patinar. Sentiu-se estranhamente irritada com a aproximação da menina. Ela estava lhe fazendo um favor levando aquele tarado embora. O que ela acharia se soubesse que ele paga por prostituição?
Se viu em pé andando em direção aos dois quando freou aquela espécie de ciúme que estava sentido. Deveria da meia volta e ir embora. Estava sobrando ali. A garota estava bem colada nele. Dava pra ver que estava afim. Ele era bonito, que dizer, tinha uma altura legal, era simpático, dizia coisas cativantes, tinha um toque suave. Uma cara de inocente, não parecia ser alguém que não vale nada.
Já havia dado as costas quando escutou ele a chamando de novo.
- Que bom que mudou de ideia? Você pode ajudar ela também Camila? Acho que já me viro sozinho.
- Não precisa, eu sei andar sozinha.
- Então ótimo. Você vai ser minha professora a partir de agora.
- Você calça que número? Perguntou Camila direto para mim.
Ela estava meio chateada, pelo visto estava realmente interessada nele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apaixonada por você
RomanceElisa era apenas uma jovem adulta normal quando uma crise financeira abalou sua vida e ameaçou todo futuro que havia cuidadosamente planejado desde pequena. Sua bolsa na faculdade havia sido cortada por contingenciamento de despesas devido a cris...