Capítulo 3 - Enteada?

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Gustavo: Os arquivos já estão na minha mesa Santos? - Gustavo pergunta enquanto passava como um furacão pelo corredor e nem notando a adolescente sentada no sofá lendo "O Capital" de Karl Marx entretida. Cecília se levanta e vai logo atrás dele.

Cecília: Estão sim, Senhor Luthor. - Ela fala para o homem apressado que pega as folhas e vai até o elevador

Gustavo: Enquanto vou até a reunião, você me conta o que temos - Gustavo diz entrando no elevador e Cecília no encalço. - E Cecília... – Gustavo chama a mulher antes de entrarem no elevador. - Nunca mais me faça andar de metrô se não for um caso de extrema necessidade.

Cecília: Sim Senhor Luthor. - Ela fala mexendo nos seus óculos nervosa - E sobre as anotações... eu tomei a liberdade de pôr algumas coisas a mais no material. - Cecília diz tímida ainda

Gustavo: Prossiga.

Cecília: Aqui tem todos os lucros dos últimos anos como o senhor pediu, uma comparação com o arrecadado pelo o seu pai nos anos dele de CEO, um gráfico mostrando o crescimento das ações da L-Corp nos últimos anos graças a publicidade positiva para a empresa com as doações feitas pelo senhor e por fim, uma lista de premiações que a empresa ganhou nos últimos anos. Está tudo bem auto-explicativo - Ela fala orgulhosa da filha.

Gustavo: Os dados são melhores do que eu pensei Santos. -Ele fala olhando a planilha e a apresentação feita. - Deseje-me sorte. - Gustavo fala saindo do elevador e indo em direção a sala de reuniões.

Cecília: Boa sorte senhor Luthor. - Cecília fala e as portas do elevador se fecham.

Gustavo então chega na porta da sala de reuniões e segura na maçaneta, respirando fundo. Hora da reunião da sua vida.

Gustavo: Então estava havendo uma reunião e não fui chamado? Que triste. - Gustavo fala adentrando na sala e todos olham para ele, brancos de medo. Eles mexeram com um Luthor, ele não perdoaria tão fácil.

- Senhor Luthor...

Gustavo: Então... Por que estamos aqui? - Ele pergunta para os acionistas

- Não acreditamos na sua história - Edge solta. - Você provavelmente criou uma história no calor do momento Luthor.

Gustavo: Escutem aqui. - Ele fala - Ao contrário de vocês, eu gosto de manter minha vida pessoal escondida dos holofotes. Mas a minha vida pessoal não importará se comparado as perspectivas que teremos caso me tirem do poder - Gustavo fala se distribui as anotações que havia mandado Cecília fazer. - Como podem ver... minha margem de lucro em 4 anos de empresa, fora a mesma quantidade da de meu pai em 30 anos de CEO, e as previsões futuras são melhores ainda. Além disso... as ações estão supervalorizadas graças a mim, resumindo senhores: Se me tirarem, vocês falem. - Ele diz cruzando os braços na ponta da mesa enquanto os homens se encaram indecisos sobre o que fazer agora. Ele tinha um ponto.

(...)

Loise: Um latte por favor - Loise pede a garçonete da lanchonete da L-Corp sua bebida enquanto segurava seu livro na mão - Obrigada Anne.

Anne: Na conta de sua mãe, El? - A garçonete pergunta e Loise nega

Loise: Não Anne. Aqui está - Ela fala entregando o dinheiro a garçonete e indo até a mesa ao fundo da lanchonete e sentando ali para continuar a ler enquanto o horário de sua mãe não acabava.

Anne: Senhor Luthor. - Anne cumprimenta o chefe - Que surpresa! Geralmente é Cecília que vem pegar os seus cafés.

Gustavo: Resolvi mudar um pouco - Ele diz simples. Aquela reunião havia sido cansativa e o moreno precisava de um plano urgentemente. Apenas conseguiu adiar aquilo, os sócios e acionistas iriam voltar ao assunto uma hora ou outra. Cobrariam ver sua noiva e enteada. Mas e agora? Onde tiraria uma noiva e uma enteada?!

Anne: Mudanças às vezes são positivas. - A mulher fala entregando o café para o chefe e dando uma piscadela. O outro apenas sorriu com o conselho e se retirou para sentar nas mesas.

Gustavo: Pensa Luthor! Pensa - Ele fala batendo com a mão na cabeça - Pensa... Pensa - Gustavo fala e dá um gole no café e vendo as pessoas da lanchonete. Mas algo lhe chamou a atenção, uma garota sentada nas últimas mesas com uma xícara na mão, e um livro de Karl Marx na outra. Ela estava extremamente entretida na leitura. - Essa é uma cena estranha. - O CEO fala se aproximando da menina e chamando sua atenção.

Loise: Qual das? - Loise fala olhando para o CEO e percebendo de quem se tratava - Você é... Você é Gustavo Luthor? - A garota pergunta

Gustavo: Sou sim porquê? - Ele pergunta a garota que oferece uma cadeira para se sentar.

Gustavo: Sou sim porquê? - Ele pergunta a garota que oferece uma cadeira para se sentar

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Loise: Podemos dizer que eu sou uma fã sua. - Ela fala e Gustavo se senta junto com ela.

Gustavo: Pergunta rápida: por que alguém da sua idade está lendo Karl Marx? – Ele pergunta a menina intrigado.

Loise: Ele interpretou o capitalismo como ninguém. Eu gosto de ler para entender como isso tudo aqui - A menina fala fazendo um círculo por volta da cabeça como se dissesse a empresa e seu sistema inteiro. - Funciona. Acredito que você apenas pode administrar uma coisa, quando sabe como ela funciona. - Loise explica.

Gustavo: Não está errada - Gustavo fala para a garota. - Mas ainda é estranho.

Loise: Estranho é apenas uma questão de ponto de vista. - Loise responde o moreno dando de ombros e fechando o livro. - Não há idade para ser inteligente senhor Luthor.

Gustavo: Gostei de você. - Ele fala e nesse momento, por ironia do destino, ou azar dele, Edge aparece na lanchonete e encontra Gustavo sorrindo ao lado de uma menina, será que? Não... seria verdade mesmo? Ele tinha que tirar a prova.

- Então era verdade mesmo... - Morgan fala atrapalhando a conversa de Gustavo e Eloise, assustando Gustavo.

Gustavo: Edge. - Ele fala o nome do cara e Loise olha para ele, deduziu ser um dos acionistas. - O que faz aqui?

- Eu também sou humano e venho tomar um café Luthor. E que bom que vim, agora pude saber que sua noiva e enteada realmente existem. - Ele fala e Gustavo tensiona. Ele acha que a garota é sua enteada, e agora? O que ele faria? Céus! Gustavo estava perdido.

Loise: Eu existo? Como assim? - Loise pergunta olhando para ambos, em busca de uma resposta.

- E ela ainda lê O Capital... acertou em cheio Luthor - O homem continua a falar e Gustavo entra em choque. A garota havia sido aprovada pelo conselho e nem precisou dizer nada. E se ela negasse Morgan ali? O que aconteceria? – Ela vai para o jantar anual no fim de semana junto com você e sua noiva?

Noiva? Enteada? Loise estava confusa, da última vez que conferiu, sua mãe nem namorado tinha. Será que Cecília estava escondendo o tempo todo? Não. Ela nunca esconderia isso. Então Loise se levanta entendendo tudo, Gustavo estava a usando naquele momento para ter aprovação do conselho, e uma Santos nunca seria usada.

Loise: Eu já vou indo. Minha mãe já deve estar me procurando - Loise fala fria e seca, poderia muito bem negar tudo, fazer o que Gustavo não fez, mas o homem estaria em lençóis piores para negar tudo depois, então a melhor opção para Loise, foi a pior para Gustavo. - Passar bem - ela diz e sai dali tirando o celular do bolso para ligar para a mãe e saber onde ela estava. Graças a Deus seu horário já havia acabado.

- Gostei dela. Parece ter o pé no chão, a mãe deve ser parecida - Edge diz - Como disse, espero encontrá-lo na festa. Adeus Luthor. - Edge fala e sai, deixando um Gustavo sozinho, e mais uma vez, desesperado.

Gustavo: O que eu fiz? - Ele diz batendo a mão na testa em desistência. Onde encontraria aquela menina de novo? E como convencer ela a se passar por sua enteada?

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora