O Acordo

Capítulo 20 - Em fim Juntos

Gustavo: Mas porque eu não posso curá-las por exemplo? - Gustavo pergunta direto, chegando perto da loira e pondo suas mãos no bolso, nervoso.

Aterrorizado era eufemismo para Gustavo. O Luthor temia a escuridão, no sentindo figurado da palavra, temia ir por um caminho que não tinha certeza do resultado, mesmo isso sendo algo totalmente contraditório para uma cientistas. Mas quem diz que a vida não é? Quando Eliza falou sobre medo e coragem, ele não podia estar mais certa, numa parte da sua vida, o Luthor tinha coragem de enfrentar essa escuridão e a incerteza, mas na outra... O medo dominava. Enfrentar a incerteza de entrar em um relacionamento, o apavorava. Mas por Cecília ele transformaria o medo em coragem? Gustavo tinha que ter certeza disso, pois só assim traria a Cecília a certeza que ela precisava. Mas para isso o Luthor precisava finalmente ver, e foi por isso que ele chorou com a conversa de Eliza. Gustavo tinha medo de ver, mas agora ele não precisava de medo, precisava da coragem.

Cecília: Como? - Cecília pergunta parando a caminhada e se virando para encarar o moreno.

Gustavo: Porque eu não posso te curar? - Gustavo pergunta novamente

Cecília: Acho que os cientistas não criaram ainda um remédio para dores emocionais Gustavo. - Cecília diz seca, odiava ficar tão exposta assim, mas quando estava com ele, era natural suas dores saírem, era natural ela mostrar ela toda. E isso aterrorizava Cecília também.

You've got the light to fight the shadows so stop hiding it away

Você tem a luz para lutar contra a escuridão, então pare de escondê-la

Come on, come on

Vamos lá, vamos lá

Gustavo: Não estou falando de criar um remédio Cecília - Gustavo fala revirando os olhos - Estou falando de ser a pessoa na sua vida que vai te curar, te fazer sentir inteira novamente. Por que eu não posso ser essa pessoa?

Cecília: Porque isso aqui - Cecília fala gesticulando com as mãos para o dois - Está uma confusão. E eu não preciso de mais incertezas, preciso, por incrível que pareça, de alguém que possa se dar tempo para me acolher e dizer que eu não estou mais sozinha, que não preciso mais ter que pensar apenas em Eloise e na felicidade dela. Preciso de alguém que diga para EU ser feliz.

I wanna sing

Eu quero cantar

I wanna shout

Eu quero berrar

I wanna scream till the words dry out

Eu quero gritar até as palavras se abafarem

So put it in all of the papers, I'm not afraid

Então coloque tudo nos papéis, não tenho medo

They can read all about it, real all about it oh

Podem ler tudo sobre isso, ler tudo sobre isso, oh

Gustavo: Eu não tenho mais incertezas Cecília. - Gustavo diz certa - A pessoa que você conhecia não existe mais. Aquele Gustavo que usou uma criança apenas para um argumento em um acordo que era somente para me beneficiar não existe mais. Aquele Gustavo sumiu no instante que viu você cantar na festa da L-Corp, sumiu no instante que te viu sorriu para sua filha, sumiu no instante que riu da minha cara por querer um milkshake de creme, sumiu no instante que viu a menina que ele conhecia a menos de um mês ser atacada e sentiu uma dor intensa ao vê-la daquela forma.

Cecília: Onde você quer chegar Gustavo? - Cecília pergunta com os olhos marejados. Gustavo estava pouco se importando com os limites estabelecidos entre os dois de forma silenciosa, ele estava fazendo o que Cecília queria: Alguém que a pegasse e dissesse: Agora eu estou aqui. Gustavo estava dando a certeza, e Cecília estava com medo daquilo ser passageiro. Medo de se abrir para um Gustavo que depois voltasse a ser outro totalmente diferente.