Capítulo 34 - Cidades de Papel

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"Eu fui atropelada por um trem" Esse foi o primeiro pensamento de Loise assim que teve sua consciência de volta. Céus! Seu corpo todo parecia pesar toneladas, a cabeça doía, e ela tinha a certeza que quando abrisse os olhos, iria piorar ainda mais. Por uns instantes pensava que estava em sua cama, no seu apartamento, pronta para mais um dia exaustivo de escola, mas assim como esse pensamento veio, ele se foi. As lembranças do dia anterior vieram com força em sua mente, a briga com Amber, o sequestro, o cara do shopping a sequestrou e não a reconhecia, ela descobre que é uma arma de destruição humana ambulante... Aquele ano estava muito esquisito.

Loise: Urgh... - Resmunga abrindo os olhos lentamente e encontrando uma figura masculina escorada na porta, a encarando. - Não acredito que a primeira pessoa que vejo depois de acordar é o sequestrador... Se não estivéssemos nessa condição, acreditaria que você gosta de mim.

Alex: Posso não gostar de você, mas isso não significa que eu lhe tratarei mal. Eu preciso de você bem para poder tirar seu sangue. - O homem careca explica.

Loise: Isso parece diálogo de uma fanfic de crepúsculo. - A menina fala e o homem não pode deixar de não soltar uma fraca risada involuntária, se repreendendo logo depois. - Pena que você não é a Bella.

Alex: Agora entendi porquê você é a herdeira de Gustavo... - Ele fala olhando para a garota que ainda não conseguia fazer qualquer outra coisa a não ser ficar deitada naquela cama desconfortável. - Você tem o mesmo espírito que ele.

Loise: Bom saber que o Ben faz piadas com o sequestrador para esconder seu nervosismo. - A garota fala e o homem de terno revira os olhos.

Alex: Eu não escuto esse apelido há muito tempo... - Ele diz e a Loise bufa, se tinha uma coisa que ela odiava, era quando escondiam coisas dela.

Loise: Fala logo de onde conhece o Ben. - Diz cortando toda a sua onda de ironia e assumindo a postura séria.

Alex: Pelo menos meu irmão conseguiu uma família que o protegesse no fim de tudo. - Ele fala e no momento a porta é aberta com Gustavo entrando segurando uma bandeja de café de manhã, contendo um pedaço de bolo caseiro, suco de fruta e uma banana.

Gustavo: Veja quem acordou. - Gustavo fala irônico, percebendo Lex na sala. - A bela adormecida.

Loise: Infelizmente sem um beijo da Elsa... E olha a ironia! Estávamos falando de belas agora pouco. - A garota fala e vê o homem indo embora do local negando com a cabeça, provavelmente devido o seu comentário irônico, novamente. - Não ganho uma panqueca?

Gustavo: Tu acha que aqui tem cozinha para a gente fazer café da manhã por acaso? - Gustavo pergunta arqueando a sobrancelha e coloca a bandeja em cima do criado mudo ao lado da cama da menina para ajudá-la a se erguer na cama. - Além do mais, você está fraca, no seu limite. Precisa de uma boa alimentação para seu corpo produzir sangue...

Loise: Pelo menos ganhamos dois dias. - A garota fala e Gustavo assente enquanto colocava a bandeja sobre o colo dela e a menina retirava um pouco de bolo do pedaço com a mão.-Você comeu? - Ela pergunta e vendo o silêncio do mais velho, logo o repreende. - Caramba Ben! Vamos! Divide comigo.

Gustavo: Não Loise... Você precisa...

Loise: Eu preciso ter você saudável do meu lado para que eu fique saudável também. - A garota argumenta irredutível. - Não adianta nada eu estar saudável para sair daqui se você não come nada e não consegue ficar de pé. - Vamos, come comigo. - A menina fala e parte o pedaço de bolo ao meio dando uma parte para o moreno que pega agradecido e olha para a garota admirado.

Gustavo: Você e sua mãe com essa mania de cuidarem de mim... - Gustavo fala e dá uma mordida no bolo. - Acho que nunca fizeram isso por mim antes.

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