Capítulo 16 - Parte 1 - A Sala do Trono

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Os raios de sol corriam os montes verdes. A grama resplandecia um brilho genuíno. Sob uma macieira, Eric e Nicholas descansavam abraçados. O rosto de ambos expunha tranquilidade, combinando com o dia que havia nascido. Porém, a paz que reinava naquele ambiente durou muito pouco para se tornar algo memorável.

Um vento gélido preencheu o ar, trazendo consigo o grande sentimento de angústia e ganância. Junto com a forte ventania, a escuridão também chegava rapidamente. Isso fez com que os destinados acordassem assustados:

- QUE PORRA É ESSA QUE ESTÁ ACONTECENDO??? - Eric exclama protegendo seus olhos com um dos braços, enquanto que Nicholas, ainda atordoado com o frio que sentia em sua pele, respondeu em gritos pelo barulho que aquele vento estava fazendo:

- EU NÃO SEI, mas coisa boa não há de ser! - No instante que disse essas palavras, uma estranha fumaça cinza escura começou a se formar a sua frente, vindo do céu ao Norte. Pequenas correntes azuis despertavam sobre aquela sombria escuridão. Porém, dali saiu algo ainda mais assustador: um grande homem trajando uma completa armadura escura como a noite. Seus olhos, assim como sua roupa, eram de um preto profundo que contrastava com sua pele pálida e com seus medianos cabelos grisalhos. Este deu alguns passos em direção aos destinados, deixando revelar em seu rosto um sorriso presunçoso e cruel. Agora vendo-o mais de perto, Nicholas percebeu que uma enorme cicatriz que corria em seu olho direito:

- Então você é o pirralho de Benjamin?! Faz muito tempo que venho tentando te encontrar, mas parece-me que você gosta de fugir da morte. - Com suas mãos postas em concha, o misterioso homem revelou um sorriso medíocre e amedrontador. Ali o ódio se encontrava em forma viva. Nicholas sentia seu coração se apertar, estava ansioso com aquele estranho. Entretanto, isso não o deixaria abalado:

- Quem é você? E como conhece meu pai? - O homem gargalha estridentemente. Um arrepio percorreu na espinha dos filhos do sol e da lua, que se entreolharam confusos. Eric irritado questiona:

- Qual é a graça, seu imbecil? - Finalizando seu riso maníaco, o misterioso homem suspira com um semblante distante e sinistro:

- Eu sou o Rei Guilherme... seu tio! Será que meu irmão fingiu que eu nunca existi na vida dele?

Nicholas estava em choque, porque a única família que um dia pode conhecer foi seu pai, além de sempre ouvir falar sobre sua falecida mãe, pois Bejamin nunca havia mencionado outros parentes, e naquele momento ele entendeu o motivo. O rei aproveitou o momento em que seu sobrinho estava paralisado com a notícia para atacá-lo. Com um movimento rápido, o homem agarrou o braço do jovem de cabelos negros, prendendo o pescoço do mesmo em um digno mata-leão, enquanto em sua outra mão segurava um punhal de cobre, no qual estava apontando diretamente para a mandíbula do camponês. O metal frio ardia sobre sua pele, enquanto seu sangue corria velozmente, fazendo com que uma grande veia latejante aparecesse em seu pescoço. Ele agora estava com medo, sentia que aquele sujeito seria capaz de fazer qualquer coisa dada uma oportunidade, e ele não estava errado.

Nicholas sentia aquela respiração repulsiva em seu rosto, estava desesperado para encontrar uma saída, até que seu olhar vai de encontro ao de Eric. O príncipe agora transpirava pânico e seu coração batia fortemente sob o peito, enquanto sua respiração falhava ao ver Nicholas naquela situação. Ele tinha que fazer alguma coisa. Deixando seus pensamentos em ordem, Eric dá um sutil passo para frente, resultando em um aprofundamento do metal sobre a pele de Nicholas, que soltou um grasnido de dor em protesto:

- Pare, por favor! Me devolva ele, matar ele não vai te levar a nada... - O herdeiro tremia enquanto falava, sua garganta estava seca pelo medo. Vendo sua fraqueza o Rei zomba:

Os filhos do Sol e da Lua (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora