Capítulo 31. O botão de vamos ferrar com tudo.

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-Derek? Derek? Por Deus acorde... Vamos! - Sua voz era tão alta e desesperada que por estar me assustando acabei despertando. - Graças a Deus.

Fui abraçado com a força de mil elefantes- Se era possível.- Seus braços envolveram meu corpo com ternura enquanto seu rosto se escondia na curva de meu pescoço, os dedos por outro lado seguram com força minha camisa como se estivesse com medo que desaparecesse. 

O modo como espremia meu corpo contra o seu só realçava o quanto estava assustado, existia um certo receio em me soltar por isso a cada movimento sentia o aperto em minha cintura se tornar mais forte, se continuasse a me abraçar daquele jeito o mesmo com toda certeza me quebraria. Infelizmente não podia ver sua expressão, mas sabia que ele estava chorando por conta de minha pele se tornar molhada. 

Era muito pedir algum tipo de ajuda naquele momento? Minha cabeça girava a cada momento em que meus olhos se fechavam e existia um odor enjoativo que fazia minha mente ficar dando voltas e mais voltas aquilo as poucos acabava com meu estomago... Me deixando com muita vontade de vomitar.

-Que bom que está bem... – Era difícil entende-lo... Realmente difícil. Com os soluços que sua garganta produzia, com o fungar constante ou até mesmo as tosses quando engasgava. Tudo se juntava e produzia um barulho extremamente perturbador. -Que bom...

-Stiles? – Tentei chama-lo porém o som de seu choro não o deixava ouvir. -Stiles está...

Tentei dizer que "tudo estava bem", entretanto as palavras ficaram presas em meus lábios ao ver o estado do quarto os móveis estavam quebrados e seus pedaços jogados em qualquer lugar, as paredes tinham profundas marcas de unhas que vez ou outra formavam desenhos desajeitados de linhas. 

 Já a porta se encontrava intacta mesmo com os arranhões por ela, parecia que tinha sofrido muito com a força descomunal de Stiles mas diferente de mim a porta não parecia ter "tombado". Era como se um furacão, uma tsunami e até mesmo uma explosão tivessem passado por aquele cômodo e destruído tudo sem um pingo de dó, sentimentos negativos estavam impregnados em todo lugar sufocando qualquer um que se atrevesse a ficar por muito tempo.

Me desligando um pouco do quarto levei toda minha atenção á ele, passei minhas mãos por suas costas procurando arranjar um jeito de acalma-lo, contudo quanto mais carinho lhe dava mais o choro sofrido saia por seus lábios por isso levei uma de minhas mãos aos seus cabelos e comecei uma espécie de cafune, meus dedos brincavam com seus fios tentando anima-lo. 

Sua badana de "Eu tenho a força" jazia solitária ao lado de minha perna e o seu tecido estava manchado de sangue, sangue esse que só percebi que era meu por conta da pequena poça que tinha se formado ao meu redor. Não estava tão vibrante chegava a ser uma cor opaca, denunciando que fazia um tempo que estava ali.

-Porque chora tanto? - Perguntei meio para o nada já que seu rosto continuava enfiado na curva de meu pescoço. – Odeio vê-lo assim... Vamos olhe pra mim... Não? Stiles levante o rosto. – Pedi o mais alto que conseguia roubando sua atenção e imediatamente meu pedido foi atendido.

Ele estava uma bagunça, o rosto se encontrava melecado e grudento por conta do choro. (As lágrimas se misturavam com sujeira e com alguns resíduos de sangue.) Havia arranhões por sua pele que aos poucos iam desaparecendo, já os cabelos estavam de um jeito estranho e desajeitado para nem falar da sua roupa que se encontrava do mesmo jeito. 

Tanto a roupa quanto sua pele – mãos principalmente – tinha várias manchas de sangue que se tornavam uma espécie de "pastinha", quanto mais me abraçava mais sujo ficava. Resumindo ele parecia ter saído de uma guerra pela forma em que se encontrava, a expressão triste e chorosa me fazia pensar que mesmo naquela situação, Stiles era fofo.

Como fazer um lobo mau se apaixonar por mim?Onde histórias criam vida. Descubra agora