Bem Vindos

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Olá. Bem vindo a história de uma assassina em série.
     
 Minha primeira palavra foi "faca" por que no dia anterior eu vi minha mãe cortar o dedo. Meus pais não eram lá controladores, mas depois de eu dizer "faca" obviamente  eles me levaram a uma psicóloga que disse estar tudo bem, eles até que aceitaram.
  Aos cinco eu gostava de matar os mosquitos, ou lesmas pra ver o que saía. Era satisfatório. 
   E também tenho... Tinha um irmão. E ele... Ele foi o ponto de início.
Desde sempre eu nunca me importei com as pessoas a minha volta, mas meu irmão era diferente... Eu conseguia aturar ele, eu queria aturar ele. Tudo era normal, até eu ter 10 e ele completar 15, começou trabalhar de entregador de uma empresa local da cidade. O turno dele só acabava a meia-noite então ele chegava perto da uma da manhã em casa e eu o esperava todo dia.  Logo quando ele chegava íamos assaltar a geladeira, depois me colocava para dormir e ia descansar. 

 Três anos depois com 18 deu-se seu descanso eterno antes da hora. Era um dia antes de um feriado e eu o esperava na porta, as horas foram passando... Meia-noite, uma da manhã, duas, três, quatro horas e ele não voltava. O sono ganhou minha mente e eu dormi ali. Acordei e estava na cama. pude ouvir o jornal do meio-dia tocando na tv da cozinha. Levantei lentamente da cama e fui assistir, talvez passassem algo a mais na tela além de carros amassados e borrões.

    - Um homem foi encontrado morto na calada da noite. As câmera vizinhas indicam que um homem bêbado achou que fosse um assaltante e lhe deu um tiro na cabeça. A vítima ainda sem identificação morreu na hora.
E apareceu o rosto do meu irmão. Eu dei um soco na mesa de tanta raiva.
-MAS QUE-
nesse momento o telefone fixo toca, meu pai vai atender mas eu roubo o telefone da mão dele.
  -Alô quem fala?
Digo disfarçando o desespero. Mas a pessoa do outro lado da linha notou que era uma criança ao telefone.
- Poderia passar o telefone a um adulto? Aqui é a Polícia Militar.
Eu coloquei no vivo a voz .
  - Pode falar comigo. Eu deixo o recado.
- Tem certeza que não tem ninguém maior de idade com você?
  - NÃO HÁ NINGUÉM COMIGO!
  - Se acalme.
  -Se o senhor falar logo o que quer eu serei uma pomba branca a voar
  -Certo. Temos o corpo de Marcos Suli Red e gostaríamos de confirmar que é realmente ele. Achamos o telefone na carteira de- eu desliguei o telefone quase quebrando o botão.
Minha mãe estava cobrindo a boca com as mãos pasma e meu pai parecia desnorteado.
Mas logo meu pai tomou a palavra
- vamos olhar o corpo.
Me arrumei e saimos de carro até o destino. Chegando lá, ainda estava com uma ponta de esperança de que não fosse ele. Que tivessem errado o número e fosse outra pessoa com o exato mesmo nome.
Entramos na sala do corpo... Minha mãe começou a chorar e meu pai mal conseguia olhar, eu nem ligava para a cena deles só queria saber se era ele mesmo.  Passei entre meu pai e minha mãe que bloqueavam a minha visão. Assim que olhei o morto senti um choque percorrer todo o meu corpo.
    Não era possível! A única pessoa por quem eu morreria, mataria o mundo...estava ali, na minha frente já sem vida. Eu enlouqueci! Saí correndo o mais rápido que conseguia e entrei na casa mais parecida com a minha... Bom... Não entrei. A porta estava trancada e eu não conseguia abrir com a chave reserva que eu tinha. Olhei uma pedra enorme no quintal e olhei a porta de vidro. Se eu não consigo entrar normalmente, por que faze-lo, não é mesmo?
Joguei a pedra com toda a força no vidro que se partiu em milhões de pedacinhos no chão fazendo um enorme barulho. Na hora eu nem vi o que fazia, e só procurei a cozinha. Encontrando peguei duas facas lisas e grandes e tentei colocar nos bolsos do casaco. Bolsos? Desde quando aquele casaco tinha bolsos meu deus.
Cortei o estofamento dos dois lados do casaco por dentro e coloquei as facas. É o que eu tinha por hora. Depois roubava uma arma de fogo de alguém e me virava.
Sai correndo daquela casa até a ponte ao fim da cidade.
Fiquei algumas horas por lá até que ouvi alguém falar:
- o que uma garotinha faz sozinha a essa hora?
Eu não respondi.
-vamos eu te levo para a minha casa e achamos seus pais de manhã.
-eu sei muito bem onde estou e estou bem aqui. Agora, se não quiser ser o primeiro a me fazer surtar, eu sugiro que suma imediatamente daqui. E coloquei as mãos dentro do casaco para pegar as facas.
- Heheh...esquentadinha, gostei desse tom. Podia ir pra casa brincar comigo.
-Que merda de insistência! Vá cair morto!
Nesse momento ele pega meu braço. No reflexo eu puxo as facas e faço um corte não muito profundo no braço dele. Não caiu uma gotinha de sangue, mas ele puxou o braço rapidamente.
-Que diabos você faz com facas nos bolsos menina?!
- Por enquanto nada. E cravei a faca no braço dele .O homem deu berro...e eu gostei de ouvi-lo chorar. Havia sangue escorrendo pela faca...eu o mataria ali mesmo. Quem sabe não é o mesmo que matou meu irmão? Para minha infelicidade não era. Mas quem liga? Eu tirei um peso morto da terra.
Arranquei a faca do braço dele e cravei com toda raiva as duas na cabeça. O homem deu outro grito e caiu tropeçando em si mesmo, enquanto ele agonizava no chão de dor peguei as facas de novo, Não....era muito pouco apenas mata-lo....
Eu queria vê-lo derramar cada litro de sangue que ele tivesse no corpo
Para a minha sorte as facas estavam bem afiadas, então apenas furei a pele abrindo buracos de sangue em suas pernas, mãos e braços. Acho que ele já estava morto depois disso, mas ainda assim eu dei uma facada em seu pescoço e sai de lá deixando o homem para os corvos comerem.

Ovelha NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora